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Estado de Minas

Senado afasta Dilma Rousseff da presidência


postado em 12/05/2016 07:25

Dilma Rousseff foi afastada nesta quinta-feira da presidência do Brasil, após uma sessão histórica em que a grande maioria do Senado votou a favor da admissibilidade e abertura do processo de impeachment.

A saída de Rousseff marca o fim de 13 anos do Partido dos Trabalhadores (PT) no poder.

Após uma sessão de quase 22 horas, 55 senadores (de um plenário de 81) se pronunciaram a favor do início do processo de impeachment da presidente, o que significa o julgamento e afastamento da presidente por 180 dias, por manobras contábeis, as chamadas "pedaladas fiscais".

Dilma, uma ex-guerrilheira de esquerda de 68 anos, que em 2011 se tornou a primeira mulher presidente do Brasil, será substituída pelo vice-presidente Michel Temer, de 75 anos.

Ela está suspensa do cargo com apenas 10% de popularidade, segundo as pesquisas recentes, em meio a uma grave recessão econômica e um escândalo de corrupção que atingiu vários políticos. Dilma não poderá comparecer à abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.

"É desproporcional, é como se quiséssemos penalizar com pena de morte uma infração de trânsito", disse Gleisi Hoffmann, ex-chefe de gabinete de Rousseff e senadora do PT.

"O impeachment é um remédio amargo, mas necessário" ante a reduzida popularidade de Dilma (10%), o aumento do desemprego e a queda da produção, disse durante a sessão o senador opositor José Serra (PSDB), possível chanceler no governo Temer.

"O impeachment não é uma medida de exceção, é uma solução constitucional", completou.

A destituição definitiva de Dilma Rousseff precisa de dois terços dos votos do Senado (54 de um total de 81 membros) ao final do julgamento político. Com os 55 votos registrados nesta quinta-feira a favor da abertura do processo no Senado, a possibilidade de retorno ao poder é mínima.

Muitos questionam o processo no Senado, onde vários congressistas são acusados de corrupção. Um estudo da ONG Transparência Brasil revelou que 61% dos 81 integrantes da Casa foram condenados ou acusados de crimes em algum momento.

Os brasileiros acompanharam os debates no Congresso com muita atenção em várias cidades.

Dia de glória para Temer

Após a votação no Senado, chega o grande momento para Michel Temer, do PMDB, que foi aliado de Dilma Rousseff no primeiro mandato, mas agora é um de seus principais inimigos.

Ele tanto aguardava o momento que há alguns dias divulgou acidentalmente um áudio com o discurso que faria à nação em caso de afastamento da presidente.

Os mercados apostam que Temer pode mudar o rumo da economia do país. Mas o vice que assume agora presidência também registra uma popularidade reduzida e enfrenta enormes desafios, quase os mesmos de Dilma Rousseff.

Temer deve anunciar nesta quinta-feira alguns ministros de seu governo, enquanto Dilma Rousseff deve divulgar uma mensagem à nação.

Do Planalto para o Palácio da Alvorada

Dilma Rousseff deixará o Palácio do Planalto e seguirá para o Palácio do Alvorada, a residência oficial, onde vai preparar sua defesa.

Incrível destino para esta mulher reeleita em outubro de 2014 por quatro anos, que chegou a ter 77% de popularidade no início do primeiro mandato, impulsionada por programas sociais que tiraram milhões de pessoas da pobreza.

Grande parte de seu desgaste foi provocado pelo grande escândalo de corrupção descoberto há dois anos na Petrobras, envolvendo vários políticos do PT e aliados de seu governo, assim como poderosos empresários.

Dilma não é alvo de nenhuma investigação ou acusação de corrupção. Mas tanto aliados como opositores, muitos deles congressistas que votaram no processo de impeachment, são investigados ou acusados no grande escândalo que provocou perdas de mais de dois bilhões de dólares.

Dilma Rousseff acusa Michel Temer de orquestrar um "golpe moderno" contra ela e afirma que governantes da oposição que a antecederam praticaram as mesmas manobras fiscais das quais ela é acusada.

Torturada e presa durante a ditadura militar (1964-1985), ela prometeu em várias ocasiões que lutará até o fim.

Mas a presidente afastada está cada vez mais isolada. A dúvida é se ela sairá discretamente do Planalto ou acompanhada por seus seguidores.


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