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Estado de Minas

Rebeldes pró-Rússia preparam defesa de Donetsk

Depois de recuar da cidade de Slaviansk, separatistas se concentram no último grande centro urbano dominado, e aproveitam do receio do exército ucraniano de iniciar combate em local com 1 milhão de habitantes


postado em 07/07/2014 16:10 / atualizado em 07/07/2014 17:52

Rebeldes contam com um tanque de guerra soviético em suas fileiras, que foi retirado de um museu histórico da cidade de Donetsk(foto: REUTERS/Stringer)
Rebeldes contam com um tanque de guerra soviético em suas fileiras, que foi retirado de um museu histórico da cidade de Donetsk (foto: REUTERS/Stringer)

Os rebeldes pró-Rússia se preparavam nesta segunda-feira para defender o seu principal reduto de Donetsk, enquanto as forças de Kiev avançavam em sua direção, após a retomada do controle de várias cidades, incluindo Slaviansk, no último fim de semana.

Vários líderes separatistas manifestaram sua determinação em resistir, após um "recuo tático", afirmando que a defesa de Donetsk, a capital da região de Donbass, marcaria um ponto de virada no conflito com Kiev.

Mas o "vice-primeiro-ministro" da autoproclamada república de Donetsk, Andreï Purguin, reconheceu, em uma conversa com a AFP, que os rebeldes poderiam "não ter forças suficientes" para resistir ao Exército de Kiev. "Mas se (as forças de segurança) começarem a arrasar esta cidade, como fizeram em Slaviansk, espero que o mundo não fique sem reagir ao extermínio de milhares de civis pacíficos em suas casas", acrescentou.

Questionado sobre a ajuda da Rússia, ele evitou falar sobre seu aspecto militar. "Há uma ajuda humanitária, médica, de organizações da sociedade civil russa, e há uma ajuda da Federação da Russa nas negociações. A Rússia participa das consultas, (o chefe da diplomacia Serguei) Lavrov discute pessoalmente com os europeus. É claro que poderíamos esperar mais". "Quanto a uma ajuda militar, ela "deve atender às (resoluções do) Conselho de Segurança da ONU, deve ter como objetivo manutenção da paz ou evitar catástrofes humanitárias", ressaltou Purguin.

A cidade estava tranquila na manhã desta segunda-feira e não havia preparativos militares ou a presença de homens armados nas ruas do centro da cidade. Mesmo assim, combates foram registrados em Saur-Mogila, uma colina estratégica a 40 km de Donetsk, onde os insurgentes repeliram os avanços de um batalhão de voluntários "Azov". O incidente não foi confirmado pelas autoridades ucranianas.

Além disso, explosões nas últimas 24 horas danificaram um viaduto e duas pontes ferroviárias no leste da Ucrânia. Uma explosão registrada nesta segunda-feira perto da localidade de Novobajmutivka, na região de Donetsk, destruiu o viaduto ferroviário situado na rodovia Slaviansk-Donetsk-Mariupol, quando um trem de carga circulava, informaram os serviços de estradas. As autoridades ucranianas não apontaram uma hipótese sobre a origem da explosão ou seus autores.

Já na região vizinha de Lugansk, também nesta segunda-feira, outra explosão danificou uma ponte ferroviária, anunciou o serviço ferroviário local, que indicou a sabotagem de outra ponte em Lugansk na noite de domingo.

O poderio militar dos rebeldes - que contam com alguns milhares de combatentes de Donetsk e Lugansk - é difícil de precisar. Colunas de veículos transportando centenas de homens foram vistas entrando em Donetsk durante o fim de semana, assim como tanques e caminhões com canhões antiaéreos.

Defender uma cidade tão grande não é fácil, apesar do reforço nos postos de controle erguidos pelos insurgentes nas estradas principais.

Guerilha urbana?

No entanto, o Exército ucraniano enfrenta uma tarefa difícil. Donetsk possui um milhão de habitantes e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, comprometeu-se a não colocar em risco a população local. Entrar na cidade com tanques e blindados comprometeria a segurança dos moradores em caso de reação rebelde. E uma possível guerra urbana, mencionada pelos insurgentes, provocaria um enorme derramamento de sangue.

De acordo com o ex-ministro da Defesa interino, Mykhailo Koval, a estratégia, concebida pelo próprio presidente Poroshenko, é estabelecer um "bloqueio" em Donetsk e Lugansk. Esse "bloqueio total" obrigaria os rebeldes a "entregar as armas". De fato, as forças leais ao governo apertaram o cerco. Elas estão presentes desde o início na entrada de Donetsk e a oeste, onde mantêm o controle do aeroporto. Além disso, avançam pelo norte há três dias.

A grande incógnita é saber o quanto a população de Donetsk apoiará os rebeldes. No domingo, mais de 2.000 partidários da "República Popular de Donetsk" - um número que parece modesto em comparação com total de habitantes - se reuniram para proclamar a intenção de defender a cidade.

Outra incerteza é o grau de apoio que o governo russo pode fornecer aos insurgentes contra a ofensiva de Donetsk. Para Volodymyr Fessenko, chefe do centro de estudos políticos Penta, "haverá pressões (na Rússia) para Putin enviar suas tropas para Donbass, mas é mais provável que Moscou apoie os separatistas com armas e uma concentração de tropas na fronteira", porque uma intervenção direta "causaria uma terceira onda de sanções, algo que Putin quer evitar".


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