(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Moscou não reage a vitórias de Kiev sobre rebeldes no leste da Ucrânia


postado em 07/07/2014 14:46

Moscou não tem reagido com vigor diante das vitórias do Exército ucraniano, que ameaça os rebeldes pró-russos no leste do país, provocando questionamentos em relação à continuidade do apoio aos separatistas.

"Toda maldição a Kiev, a Poroshenko (presidente ucraniano)... e à Rússia, que nos deu esperança e depois nos abandonou à operação punitiva (ucraniana)", escreveu em seu blog Igor Strelkov, líder militar rebelde pouco antes da queda de Slaviansk, reduto dos insurgentes tomado no sábado pelas forças ucranianas.

"Eram belas as palavras de Putin sobre defender o povo russo, da Nova Rússia. Mas eram apenas palavras", escreveu em sua conta no Twitter Denis Puchilin, chefe do "Parlamento" da "República de Donetsk", proclamada pelos separatistas no leste da Ucrânia.

Após a queda de Slaviansk e de outras cidades menores controladas pelos rebeldes, Moscou se limitou em lançar novos apelos em favor de negociações.

Governo russo dividido sobre a Ucrânia?

O site russo Znak afirmou nesta semana que o governo russo está dividido em relação à política a ser adotada sobre a Ucrânia: uma parte "de guerra", liderada pelo vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, e pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, incentiva uma escalada do conflito, enquanto uma outra parte, liderada pelo Ministério da Economia, defende uma solução diplomática para a crise.

Algumas autoridades russas intensificam as declarações em favor de ações mais duras por parte de Moscou.

Rogozin lamentou em sua conta no Twitter não poder estar nas trincheiras ao lado dos insurgentes que lutam contra as tropas ucranianas. E um assessor do presidente Putin, Sergei Glazyev, disse em entrevista ao jornal Zavtra que os rebeldes "não só defendem a população local contra a junta nazista (de Kiev), mas também defendem a Rússia de uma agressão dos americanos".

A parlamentar Elena Mizuna declarou na televisão estatal que os voluntários russos que foram combater ao lado dos rebeldes no leste da Ucrânia são "homens de verdade".

Por outro lado, como enfatiza a especialista independente Maria Lipman, observa-se que a televisão estatal russa baixou o tom após difamar por vários meses a "junta de Kiev", acusada de realizar uma "limpeza étnica" contra os russos na Ucrânia.

Os líderes separatistas do leste da Ucrânia pediram em várias oportunidades a ajuda de Moscou, militar ou diplomática.

Intervenção russa é pouco provável

O presidente Vladimir Putin "procura evitar uma intervenção de suas tropas (na Ucrânia). Mas isso não significa que ele está pronto para dar um passo atrás e deixar a Ucrânia agir como bem entender. Ele tem outros meios de pressão", considera a analista Maria Lipman em Moscou.

Desde o início do conflito, os ocidentais e Kiev acusam Moscou de fornecer armas para os insurgentes e enviar homens do serviço secreto e voluntários.

Em Kiev, o analista Volodymyr Fessenko disse não acreditar em uma intervenção do Exército russo para ajudar os rebeldes: "Há um risco, mas eu estimo entre 15 ou 20%. O mais provável é que Moscou não se envolva em tal cenário, mas ajude os separatistas com armas. Talvez eles recebam mais armas pesadas, veículos blindados e artilharia".

"Putin não desistiu da ideia de desestabilizar a Ucrânia. Ele quer negociações sobre o status da Ucrânia, e é por isso que ele não fará com que suas tropas entrem no leste desse país, para não se comprometer definitivamente com os ocidentais", acredita Stanislav Belkovsky, do Instituto de Estratégia Nacional, em Moscou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)