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Estado de Minas

As mulheres perdem espaço no novo poder líbio

Existe o temor de que o país se torne conservador com perda de liberdade para as mulheres


postado em 06/09/2011 17:39 / atualizado em 06/09/2011 18:06

AFP PHOTO/PATRICK BAZ
AFP PHOTO/PATRICK BAZ


O novo poder da Líbia conta com poucas mulheres, muito menos do que no regime de Muammar Kadafi, e em um país tradicionalmente conservador, algumas moradoras de Trípoli estão preocupadas com esta situação. "Estou preocupada, os Irmãos Muçulmanos podem vir de Benghazi e decidir que as mulheres devem usar o hidjab (véu islâmico)", declarou Faten Mohammad al-Nabi, uma estudante de comércio exterior de 20 anos de idade.

Os líderes do Conselho Nacional de Transição (CNT) minimizaram a presença de islamitas no poder. Eles afirmam que alguns membros do CNT são, como muito líbios, muçulmanos praticantes e conservadores. Faten ressaltou que Benghazi, sede do CNT desde o início da revolução na Líbia, sempre foi uma cidade mais conservadora do que a capital, onde as mulheres se vestiam como queriam nos tempos do governo de Kadafi. "Trípoli sempre foi mais liberal", afirmou.

As mulheres nunca foram obrigadas a usar o véu, tinham total liberdade de locomoção e participavam da vida política e econômica. "Na realidade, Kadafi preferia as mulheres aos homens", disse a estudante. O ex-presidente do país sempre confiou sua segurança a mulheres, que constituíam inclusive sua guarda pessoal.

Entre as figuras do antigo regime havia muitas mulheres como Hala Misrati, jornalista e apresentadora de televisão que com uma pistola prometeu diante das câmeras defender o governo, e Huda Ben Amer, conhecida por seu papel no enforcamento de opositores. Centenas de mulheres se formavam todos os anos na academia militar.

"Nós tínhamos direitos nos tempos de Kadafi e ganhamos mais liberdade nos últimos anos", afirmou Hanán Mohamad Ali Abusah, 29 anos, que figura entre os primeiros oficiais que retomaram seus postos de trabalho depois da tomada da capital pelas forças do CNT. Hanán declarou que não está preocupada com a possibilidade de um avanço do islã conservador, e considera que as mulheres "terão mais oportunidades a partir de agora". Outras reclamam do fato de apenas uma mulher fazer parte da liderança do CNT e nenhuma entre os ministros do poder executivo.


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