Os Estados Unidos criticaram na sexta-feira seus aliados europeus na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelo fracasso da operação na Líbia, pela falta de empenho no Afeganistão e pelos investimentos insuficientes em novos recursos militares e na própria organização.
Em discurso na reunião de ministros dos 28 países-membros da organização, na Bélgica, o secretário de Defesa americano, Robert Gates, advertiu para o risco de “irrelevância” e de “triste futuro” para a Otan. O discurso trouxe a mensagem de que a instituição transatlântica não poderá continuar sustentada financeira e militarmente por Washington.
Com uma dívida pública de US$ 14 trilhões, os EUA deverão de cortar US$ 400 bilhões de seus gastos de segurança nos próximos dez anos e dificilmente conseguirão apoio político interno para bancar sua parcela de 75% das despesas da Otan. Gates afirmou que parte dos aliados “aprecia os benefícios de sua adesão à Otan, mas não quer compartilhar os riscos e os custos” das operações militares.
O pesado discurso marcou a última participação de Gates em um encontro da Otan como secretário de Defesa americano. Em julho, ele se aposentará e será sucedido por Leon Panetta, atual diretor da Agência Central de Inteligência (CIA).