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Estado de Minas BH EM NOVAS CORES

Primavera flamejante: flores dão show em BH

Combinando com as altas temperaturas da temporada, vermelho vivo dos flamboyants em flor colore as ruas e encanta os belo-horizontinos


17/10/2023 04:00 - atualizado 16/10/2023 23:26
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As copas das árvores trazidas ao brasil por dom João VI são atração na praça floriano peixoto, no bairro Santa Efigênia
As copas das árvores trazidas ao brasil por dom João VI são atração na praça floriano peixoto, no bairro Santa Efigênia (foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)

 
 
Depois do inverno colorido pelos ipês, chega a vez dos flamboyants pintarem as ruas de Belo Horizonte na primavera recordista em calor. Combinando com as altas temperaturas registradas na capital mineira, o nome da árvore com origem no latim significa “flamejante” e faz referência às conhecidas flores em vermelho vivo que parecem chamas.

Com origem na Ilha de Madagascar, o flamboyant foi descrito em 1824 por um botânico francês. As árvores passaram a enfeitar o Brasil no século 19, quando Dom João VI se encantou pelas cores das flores. A bióloga, mestre em botânica e professora da UNA Fernanda Raggi explica: “Ele trouxe primeiro para o Rio de Janeiro. Mas, como é uma árvore de clima tropical, se adaptou muito bem à Região Sudeste e acabou se espalhando para outros estados”. Fernanda explica que os animais e insetos foram os principais responsáveis por levar a beleza do flamboyant para outras cidades. “O flamboyant é da família das leguminosas e o fruto é uma vagem, igual ao feijão, ao amendoim, à soja.  E pássaros, principalmente, gostam muito de comer e acabam espalhando as sementes”, afirma.

É pensando na época de maior atividade dos animais e insetos, inclusive, que o flamboyant decide florescer no verão e na primavera, nos meses de outubro a dezembro. “O relógio biológico da árvore entende que se ela florescer nesta época os frutos se espalham com uma rapidez maior com o trabalho desses outros seres vivos.”, explica Fernanda.

Para facilitar o trabalho dos insetos, as flores vêm em cachos e com miolo amarelo. De acordo com a bióloga, o objetivo é imitar as abelhas, que vão até as flores polinizar e contribuir para reprodução das árvores. “Graças ao miolo amarelo com risquinhos escuros, o zangão acredita que é a abelha rainha e vai lá para polinizar, achando que vai namorar também. Essa característica dela é justamente para atrair as abelhas e outros insetos”, conta.

ORNAMENTAÇÃO URBANA


Apesar de estarem ameaçados de extinção no estado selvagem, os flamboyants são muito cultivados pelo valor ornamental. Em Belo Horizonte, é possível ver diversos exemplares das árvores na Praça Raul Soares e no Parque Municipal, no Centro-Sul da cidade, além da Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que conduz o inventário sobre a arborização urbana, há 3,5 mil flamboyants em espaços públicos de BH, distribuídos assim: Região Centro-Sul (787), Leste (415), Oeste (993), Noroeste (624) e Pampulha (938).

O flamboyant, que pode viver por até 70 anos, também vem em outras cores, como o laranja e o amarelo, mas as flores vermelhas são as mais comuns na capital e chamam a atenção de quem passa pelas árvores. É o caso de Tarcísio Ferreira, que tirou um minuto do seu dia para fotografar os flamboyants do Centro. “As flores em cachos e galhos longos chamam muita atenção pelo tamanho e, principalmente, pela exuberância da cor vermelha. Essa árvore é muito bonita e enfeita muito as ruas tanto vista de cima como de baixo”, afirma. 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho


ÁRVORE PEDE ESPAÇO



Apesar de os espécimes estarem espalhados pelas ruas de BH, a bióloga Fernanda Raggi explica que os flamboyants não podem ser plantados em qualquer lugar. Graças ao tamanho que podem atingir, essas árvores só são vistas em espaços abertos e mais isolados. “Ele pode chegar a 15 metros de altura, mas o maior crescimento é o horizontal, já que a copa, que parece um guarda-chuva, pode chegar a 10 metros de comprimento”, explica. Além disso, o flamboyant também não pode ser plantado em calçadas curtas e estreitas, porque a raiz superficial, ou seja, que fica acima da terra, também pode atingir 10 metros e acabar quebrando o pavimento.


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