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Estado de Minas ATIROU NA CABEÇA

Advogados apuram se vigilante baleado por PM estava algemado ao levar tiro

Crime ocorreu no final da tarde de sábado (30/9), na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Prisão do suspeito foi convertida em preventiva nesta segunda


02/10/2023 18:36 - atualizado 02/10/2023 23:17
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Bruno Adão Gomes da Silva
Médicos tiveram de colocar placa de titânio na cabeça de Bruno Adão Gomes da Silva, depois do vigilante ter sido baleado por um PM, em Belo Horizonte (foto: Redes sociais/Reprodução)
Os advogados de defesa de Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, vigilante que foi baleado por um policial militar nesse sábado (30/9), levantaram a hipótese de que a vítima tenha levado os tiros enquanto estava algemada. A afirmação foi feita logo após a audiência de custódia do PM, que converteu a prisão do suspeito em preventiva, na tarde desta segunda (2/10).

O crime ocorreu nesse sábado (30/9), dentro de um posto policial da Guarda Municipal, na orla da Pampulha. "Bruno relata que chegou a ser algemado dentro na base. Estamos apurando o que de fato aconteceu. Se o Bruno foi baleado algemado, há essa possibilidade", afirmou a Bruna Marques Vitebro, advogada de defesa, em conversa com a imprensa.


Durante a audiência de custódia do suspeito – Aldir Gonçalves Ramos, de 41 anos, militar lotado na Rotam –, familiares e amigos da vítima fizeram protesto na porta do Fórum Lafayette, na Região Centro-Sul de BH, e pediram justiça por Bruno. Com faixas e gritos, eles comemoraram a decisão da Justiça, homologada pela juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto, em converter a prisão do suspeito para preventiva.

Familiares e amigos da vítima fizeram protesto na porta do Fórum Lafayette
Familiares e amigos da vítima fizeram protesto na porta do Fórum Lafayette, na Região Centro-Sul de BH (foto: Túlio Santos/EM/D.A.Press)


O próximo passo da defesa será tornar o processo contra o cabo da Polícia Militar, que hoje corre como lesão corporal gravissíma, em tentativa de homicídio. A defesa também pretende incluir outros danos, como falsa comunicação de crime, por uma série de suspeitas de adulterações no boletim de ocorrências, e dano ao patrimônio, já que Adir bateu no carro de Bruno com uma pedra.

"Também cabem danos na esfera civil. Bruno é o provedor da sua família, e agora está impossibilitado de trabalhar com uma deficiência permanente. Vamos aguardar como será o pós com relação a lesões neurológicas", afirma a advogada Bruna Marques Vitebro, advogada de defesa. "Iremos ao longo da semana atrás de novas provas", completa.

O vigilante foi levado para o Hospital João XXIII, onde passou por cirurgia que durou 10 horas e meia. Ele perdeu um dos olhos e há possibilidade de sequelas graves. Familiares afirmaram, em conversa com a imprensa, que ele estaria sendo ameaçado por policiais no hospital, e teme ficar sozinho.

Relembre o caso


O crime ocorreu na tarde do último sábado (2/10), na orla da Lagoa da Pampulha, quando Bruno dirigia um Renault Sandero, e teria dado uma fechada na motocicleta de Aldir. Irritado, o cabo da Polícia Militar, que estava de folga e à paisana, começou a discutir com o motorista, que estava indo jogar futebol com amigos.


Ao chegar na praça da Igrejinha da Pampulha, o policial parou a motocicleta e, com uma pedra, passou a dar golpes na lataria do Sandero. O vigilante, nervoso, partiu para cima do policial. Os dois entraram em luta corporal e, em dado momento, Aldir tentou sacar o revólver. Bruno conseguiu tomar a arma e a jogou em um canteiro de flores.

Logo em seguida, o vigilante correu para a base da Guarda Municipal, onde se abrigou, mas o militar recuperou a arma, entrou na base e atirou na cabeça do vigilante. "Ele tentou desarmá-lo, já que em momento algum foi comunicado que ele era um policial. A PM precisa esclarecer os fatos. Houve diversas alterações no boletim de ocorrências", afirma a advogada Bruna.


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