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Estado de Minas ONDA DE CALOR

Cuidados com grupos de risco

Médica lembra que crianças e idosos são mais suscetíveis a problemas com altas temperaturas, mas elas também ameaçam que sofre dos rins e coração


19/09/2023 04:00 - atualizado 19/09/2023 05:33
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mulher andando numa rua segurando um guarda-chuva
Com o calor excessivo, as pessoas precisam ficar atentas à insolação e à desidratação (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Diante da previsão de onda de calor sobre Minas Gerais nesta semana, é preciso ficar atento ao que as altas temperaturas podem provocar na saúde. A pneumologista Michelle Andreata, da Santa Casa de Belo Horizonte, explica que o principal risco do calor excessivo é a desidratação. E as faixas etárias das crianças e dos idosos são as mais afetadas.

Os sintomas da desidratação vão desde dor abdominal até confusão mental. A médica explica que, nas crianças, a confusão mental pode ser percebida por comportamentos que indicam maior irritabilidade. “É preciso reforçar a hidratação especialmente de pessoas nessas faixas etárias, já que a criança não costuma pedir água e o idoso acaba se esquecendo de se hidratar.”

A médica alerta para o fato de que a desidratação também pode provocar diarreia. “E a diarreia, por sua vez, agrava ainda mais a desidratação”, adverte. 

Outro fator que deve ser observado é que pessoas nessas faixas etárias costumam não ter uma boa regulação de temperatura. “A criança principalmente pode apresentar hipertermia. A temperatura corporal fica próxima de 37,5°C. Não é febre, mas deixa a criança irritada e parecendo estar doente, quando na verdade está desidratada.”

A recomendação é reforçar a ingestão de sucos, alimentos ricos em água, como melão, melancia, abacaxi, além de sopas frias, salada de frutas, verduras como chuchu e abobrinha. 

COLÍRIO E UMIDIFICADOR
As mucosas também precisam de cuidados especiais nesse período. “Os olhos costumam ficar vermelhos e irritados, podem coçar. Para aqueles que têm problemas oculares, é preciso usar colírio lubrificante. 

Já para as vias aéreas, a indicação é uso de umidificador de ar. “Caso a pessoa não tenha o equipamento, pode usar uma toalha úmida próxima ao ambiente em que ela estiver ou usar bacia de água, lembrando de trocar sempre a água para evitar dengue”, aconselha a médica

Segundo a médica, a pele também responde à desidratação com coceira e até descamação. “Ela pode ficar vermelha porque está com a barreira rompida. Só de hidratar, essa vermelhidão some.”

A desidratação também pode agravar quadros de pessoas com pressão alta, doenças cardíacas e nos rins. “Há pouco líquido dentro dos vasos sanguíneos, que estão todos dilatados. Com isso, há menos sangue circulando e o corpo tende a aumentar a pressão. Por isso, aumenta o risco de infarto. A longo prazo, já que vamos enfrentar uns 15 dias de temperaturas mais altas, as condições podem piorar a situação de pessoas com problemas cardiovasculares. Os rins também gostam de água. Com a desidratação, eles têm menos sangue para filtrar. Por isso, as pessoas que já têm algum problema crônico pioram muito nessa situação.”

VESTURÁRIO
Outra recomendação da especialista é usar roupas leves, que permitam a transpiração. “Usar tecidos mais naturais, feitos de algodão para permitir que o corpo respire. Tem muita infecção de pele desencadeada pelo acúmulo de suor.” O uso de protetor solar também é recomendado, além de evitar se expor ao sol em períodos de maior radiação. “Com o tempo muito seco, a passagem dos raios ultravioleta fica muito mais fácil, pois não há barreiras.”

Calor extremo vai castigar brasileiros

Mais de 5 bilhões de pessoas vão sofrer com pelo menos um mês de calor extremo em 2050. As informações são de um estudo desenvolvido pelo jornal The Washington Post e pela ONG CarbonPlan.
 
Segundo o novo estudo, o número de pessoas expostas ao calor extremo é 3 bilhões maior que no ano 2000, quando 2 bilhões de pessoas tiveram suas vidas ameaçadas por esse motivo.

Cientistas preveem que Manaus será uma das cidades mais quentes do mundo em 2050, alcançando cerca de 258 dias de calor extremo no ano. Belém, por sua vez, chegará a 222 dias de calor extremo, um aumento de seis meses de calor, o mais drástico entre todas as cidades com mais de 500 mil habitantes no mundo.

Outras cidades do Brasil sofrerão também com o calor extremo. Campo Grande (MS) enfrentará 39 dias com temperaturas perigosas aos que se expuserem ao Sol, mas nenhum em que seja perigoso ficar até mesmo na sombra. O Rio de Janeiro terá 22, Porto Alegre terá oito, e Salvador apenas dois. São Paulo e Brasília são exemplos de cidades brasileiras que não devem ter dias perigosos.

O estudo considerou 32°C como mínimo para que a temperatura seja considerada extrema, justificando que “muitas mortes ocorreram em temperaturas muito menores”.

A crise do calor extremo afetará mais países pobres em regiões quentes, como a África Subsaariana e o Sul da Ásia, segundo os cientistas. O estudo estima que 80% dos afetados pelo calor vivam em países onde o PIB per capita é inferior a 25 mil dólares.

“Será um dos maiores desafios que enfrentaremos enquanto sociedade humana”, afirmou Matthew Huber, professor de ciências da terra na Universidade de Purdue.

Em 2050, a cidade mais quente do mundo continuará sendo Pekanbaru, na Indonésia, com 344 dias de calor extremo. Destacam-se também Dubai (Emirados Árabes Unidos), que terá 189 dias de calor extremo, e Kolkata (Índia), que terá 188. (Com Folhapress)


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