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Estado de Minas BR-381

Concessionária estuda área de escape em trecho de acidente com torcedores

Rodovia localizada na Serra do Igarapé foi palco de um acidente de ônibus que deixou sete mortos. Concessionária estuda instalação de estrutura de segurança.


22/08/2023 16:57 - atualizado 24/08/2023 12:49
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Ônibus com lataria retorcida após acidente com torcedores.
Acidente com ônibus ocorreu na altura do KM 526, entre Igarapé e Brumadinho, na Grande BH (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
A concessionária Arteris, responsável pelo trecho da BR-381, em Minas, onde ocorreu o acidente de ônibus envolvendo torcedores do Corinthians no último domingo (20/8), estuda fazer uma área de escape no local. O veículo tombou na altura do KM 526, entre Igarapé e Brumadinho, na Grande BH. Sete pessoas morreram e 36 ficaram feridas.

De acordo com as testemunhas, o acidente teria ocorrido após uma falha nos freios. O veículo seguia para São Paulo após o jogo entre Corinthians e Cruzeiro, que ocorreu no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, quando o condutor perdeu o controle do veículo após entrar na curva da rodovia e bateu contra um talude, capotando logo em seguida. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, torcedores que estavam no ônibus ouviram o motorista gritar que o veículo estava sem freios antes de capotar. 
Segundo o engenheiro civil e mestre em engenharia de transportes Frederico Augusto, um acidente dessa natureza poderia ser impedido pela existência de uma área de escape na via. “Uma área de escape com certeza seria capaz de evitar. É claro que tem diversos fatores envolvidos, mas, se o veículo perdeu o freio e consegue chegar até a área, a frenagem mecânica garantida pelos materiais colocados nas caixas de contenção conseguiriam evitar um acidente de grandes proporções como o que ocorreu”, explica o especialista.

As áreas de escape aplicadas nas rodovias brasileiras têm como principal objetivo desacelerar os caminhões durante a viagem, caso ocorra alguma falha. “Na caixa de contenção, são utilizados materiais como areia,  brita ou argila expandida, que ‘afundam’ quando veículos de grande porte passam por eles. Com isso o veículo acaba perdendo a velocidade e acidentes podem ser evitados”, detalha o engenheiro civil.
Após o acidente neste fim de semana, a concessionária responsável pelo trecho do acidente, afirmou que “conduz diversos estudos alinhados com a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) para soluções que aumentem a segurança viária das rodovias brasileiras”. Segundo a empresa, uma dessas soluções seria a implantação de áreas de escape para o complemento de segurança em trechos de serra, como é o caso da BR-381. 

Para Frederico Augusto, se os estudos forem conduzidos da maneira correta, é viável a instalação de uma área de escape no local onde ocorreu o acidente. “O desafio da engenharia é ver onde é o melhor local para colocar essa área para garantir que os veículos cheguem até ela em caso de falha ou necessidade. Mas se estudar direitinho é possível”, complementa.

Área de escape em BH

De acordo com o engenheiro civil, a importância da área de escape é diminuir o número de acidentes em regiões que apresentam um alto número de ocorrências graves. Como exemplo de sucesso, Augusto menciona a área de escape presente no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, localizada na altura do Km 541 da BR-040, próximo ao Bairro Betânia, na Região Oeste da capital. 

No aniversário de um ano, em julho deste ano, a estrutura acumulou 22 acidentes evitados, sendo nove envolvendo caminhões e ônibus e 13 com veículos de passeio. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), não houve feridos em nenhum dos casos de acionamento da área. 

Além disso, segundo dados da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o número de acidentes registrados entre agosto de 2022 e 25 de julho deste ano diminuiu em 38,31% se comparado com o registrado na mesma época, um ano antes. 

“A importância da área de escape é servir como mais um mecanismo para garantir a segurança em áreas de risco. A área de escape no Anel Rodoviário é um exemplo que vem evitando acidentes mais graves”, finaliza o engenheiro. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa / com informações de Pedro Faria


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