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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Tiradentes: Justiça suspende leilão em área ambiental na Serra de São José

O local também conhecido por ter diversos vestígios arqueológicos recebeu lances de uma mineradora e empresas interessadas em construir resorts e hotéis


23/05/2023 18:29 - atualizado 24/05/2023 10:20
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Serra de São José
O terreno de 10 mil hectares tem diversas cachoeiras, trilhas, espaços de lazer e vestígios arqueológicos (foto: Divulgação/Luiz Carlos)
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu por 30 dias a realização de leilão em um terreno de 10 hectares (100 mil m²) que liga as cidades de Santa Cruz de Minas e Tiradentes, no Campo das Vertentes. O pregão iniciado nessa segunda-feira (22/5), a pedido do Instituto Estadual de Florestas (IEF), chegou a receber três lances, chegando ao valor de R$ 131.321,26.
 
A área, localizada na Serra de São José, é conhecida por moradores, pesquisadores e turistas que visitam as cachoeiras do Bom Despacho e do Mangue. O local, também conhecido por ter diversos vestígios arqueológicos, recebeu lances de uma mineradora e empresas interessadas em construir resorts e hotéis.
 
Segundo o historiador Luiz Cruz, a região foi adquirida na década de 1990 pela Sociedade Amigos de Tiradentes (SAT) e vem atravessando vários problemas na Justiça desde 2009. Ele relata que, após um incêndio atingir a vegetação, a entidade foi multada pelo IEF e denunciada pelo Ministério Público (MPMG).

 
“Corremos o risco de perder o terreno Maria Joana, mas quando tomamos conhecimento da realização do leilão, pedimos socorro à prefeitura de Tiradentes. Tivemos várias reuniões com o prefeito Nilzio Barbosa, o secretário de Governo, Rogério de Almeida, e a assessoria jurídica. Em curtíssimo tempo, tentamos diversas medidas possíveis para que o mangue fosse preservado, pois apareceram várias propostas inadequadas para o terreno, que é de uso tradicional do lazer e entretenimento da população e do turismo”, disse Cruz.
 
Nas redes sociais da prefeitura de Tiradentes, Rogerio Almeida relata que, assim que ficaram sabendo do leilão, entraram em contato com o IEF e a Procuradoria-Geral de Justiça para cancelar e impedir sua realização.
 
“Conseguimos a suspensão faltando 15 minutos para o encerramento do pregão. Além da cidade perder uma boa parte da Serra São José para a iniciativa privada, vai impactar no turismo, impactar nos passeios ecológicos, o mangue será fechado e para as pessoas poderem desfrutar do patrimônio ambiental terão que pagar”, destacou Almeida.
 
O secretário de Governo afirma que, juntamente com o departamento jurídico da prefeitura, vai estudar a possiblidade de desapropriar a área para a implantação do Parque Arqueológico da Serra de São José.


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