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Estado de Minas NOVA DECISÃO JUDICIAL

MG: Justiça derruba proibição de registro de dupla maternidade a casal gay

Alvará judicial expedido determina que cartório faça o registro de ambas as mulheres como mães da criança. Juiz derrubou veto da primeira instância em Uberaba


08/05/2023 22:24 - atualizado 08/05/2023 23:54

O relator e desembargador Moacyr Lobato reformou a decisão, afirmando que ''as mulheres vivem em união estável desde julho de 2021 e chegaram a um consenso no planejamento da gravidez''
O relator e desembargador Moacyr Lobato reformou a decisão, afirmando que ''as mulheres vivem em união estável desde julho de 2021 e chegaram a um consenso no planejamento da gravidez'' (foto: Elza Fiuza/Agência Brasil - Imagem meramente ilustrativa)
A Justiça mineira reverteu uma decisão judicial de primeira instância que impedia duas mulheres de se registrarem como mães do filho do casal. A família mora em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e inicialmente teve negado o pedido de inclusão dos nomes das duas mulheres na certidão de nascimento. 

Em um novo capítulo, a 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) modificou a sentença dada no município, concedendo alvará judicial para que um cartório faça o registro de ambas as mulheres como mães da criança. 
 
Conforme explica o TJMG, o menino foi concebido por uma delas, por meio de reprodução heteróloga — ou seja, quando há a doação de uma pessoa anônima de material biológico ou embrião por casal também anônimo.
Na decisão de primeira instância, que negou o pedido do casal, a juíza se baseou em uma regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O trecho da redação considerado pela magistrada determinaria que o ato sexual para a concepção do filho seja feito em uma clínica especializada em reprodução assistida.
 
Ao analisar o recurso interposto pelo casal, o relator, desembargador Moacyr Lobato, reformou a decisão, afirmando que “as mulheres vivem em união estável desde julho de 2021 e chegaram a um consenso no planejamento da gravidez”. 
 
Ainda de acordo com informações do tribunal, com o consentimento de ambas, uma delas coletou o sêmen de um doador, que foi introduzido no aparelho reprodutor. 
 
Sobre a regulamentação do CNJ, o desembargador afirma que “destoa de preceitos constitucionais ao exigir a declaração do diretor da clínica de reprodução humana como requisito indispensável para registro da criança, haja vista que restringe o direito de filiação aos que não possuem condições de arcar com o tratamento clínico de reprodução assistida, que, como fato notório, exige caro dispêndio”. 
 
O magistrado finaliza dizendo que impedir o reconhecimento da dupla maternidade viola “os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, bem como da isonomia e proteção à família (...)”. 
 
Os desembargadores Adriano de Mesquita Carneiro e José Eustáquio Lucas Pereira acompanharam o voto do relator.


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