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Estado de Minas MINERAÇÃO

Grupo ativista denuncia invasão em reunião de comunidade quilombola

Membros alegam sofrer ameaças de forma mais intensificada desde 2018; motivo seria disputa de terras para mineração


17/04/2023 15:25 - atualizado 17/04/2023 15:25

O Movimento Pelas Águas, junto ao Movimento pela Soberania Popular na Mineração, denunciou uma invasão na reunião da Associação da Comunidade Quilombola de Queimadas, no município de Serro, por supostos membros da empresa de mineração Herculano e de fazendeiros proprietários de terras na região. A publicação foi feita nesse domingo (16/4) nas redes sociais do grupo ativista. 
 
No vídeo publicado, é possível observar algumas pessoas alheias à comunidade em meio à reunião que visava devolver à população quilombola o relatório técnico elaborado pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG). Uma das mulheres que aparecem no vídeo afirmava ter direito de estar presente na reunião privada da associação para contestar e questionar o fundamento do documento apresentado. 
 
mulher erguendo documentos e falando com os demais
Reunião em quilombo acaba em confusão (foto: Reprodução/ Redes Sociais )
 

O documento foi elaborado pela Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos) e consiste em um estudo de campo antropológico sobre as terras quilombolas da região, as pessoas que ali residem e os impactos das atividades de mineração, importante para a demarcação das terras.

“A advogada invadiu uma reunião privada, com uso de violência e sem ser convidada. Fazendeiros e mineradoras não têm o direito de invadir uma reunião de uma associação quilombola.”, denunciou o grupo, que luta contra a mineração predatória no Serro. 

A mulher foi identificada como suposta advogada da mineradora Herculano. 
 

Segundo os movimentos, a reunião era fechada com os membros da associação. Eles relataram que, gradativamente, foram chegando pessoas diferentes, de fora da comunidade, e que repentinamente a reunião foi interrompida pela quantidade de pessoas novas. Muitos afirmaram ser fazendeiros da região, mineradores e até representantes das mineradoras interessadas.

Então, ameaças diretas foram feitas aos líderes dos movimentos e provocações com relação à demarcação ou não das terras, segundo as fontes.  

O grupo também informou que será realizada uma audiência pública no dia 18 de abril com intuito de discutir a mineração no local. Em nota, o Movimento Pelas Águas declarou que: “Desde 2015, após o projeto de mineração que hoje se intitula Projeto Serro ter sido vetado por unanimidade por todos os conselheiros do CODEMA Serro, Conselho de Desenvolvimento do Meio Ambiente, a Herculano vem realizando práticas de corrupção da população e do poder público, injetando dinheiro para grupos específicos da cidade, como forma de comprar o apoio da população”. 
 

Em entrevista, o Movimento pela Soberania Popular da Mineração declarou que as ameaças se intensificaram em 2018. Desde então, a comunidade vive episódios de ameaças e tentativas de intimidação, em uma disputa pelas terras que estão ali. 


Nota da Mineradora


“Esclarecimento à imprensa:
 
A Mineração Conemp (Grupo Herculano) informa que as declarações divulgadas acerca da presença de advogada a serviço da empresa em reunião convocada pelo Ministério Público são absolutamente infundadas e por isso vem a público esclarecer alguns pontos.

A empresa não enviou nenhum representante sequer à reunião. A advogada presente ao encontro é proprietária de terras na região e, portanto, parte diretamente interessada na discussão.

Em nenhum momento houve declarações por parte dela em nome da empresa pelo simples fato de que estava ali participando em nome dos interesses de sua família. E não falaria em nome da empresa porque a reunião tratou de interesses diretos dos moradores e proprietários de terras na região e não da companhia.

A Herculano Mineração reitera que respeita e apoia povos tradicionais e todas as comunidades da Região do Serro e aproveita para reafirmar o seu compromisso com a ética e o cumprimento à legislação. A companhia segue cumprindo com todas as exigências legais que lhes são apresentadas e acredita na Justiça e seus instrumentos.” 
 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira 


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