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Estado de Minas RIBEIRÃO DAS NEVES

Bebê intubado com doença viral aguda aguarda transferência há 4 dias em MG

Prefeitura de Ribeirão das Neves confirmou que outra criança também aguarda transferência para uma UTI neonatal, mas hospitais estão lotados


21/03/2023 18:23 - atualizado 21/03/2023 19:13

Menino de três meses, com rosto borrado, visto de perfil e intubado em leito de hospital.
Menino de três meses deu entrada no Hospital São Judas Tadeu, em Ribeirão das Neves, na última sexta-feira (17/3) (foto: Arquivo pessoal)
Um bebê internado no Hospital São Judas Tadeu, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, luta pela vida enquanto aguarda uma transferência desde a última sexta-feira (17/3). O menino de três meses foi diagnosticado com pneumonia bacteriana e bronquiolite viral aguda – um quadro obstrutivo de vias aéreas inferiores –, conforme prontuário médico ao qual a reportagem teve acesso.
 
Outra criança – que não teve a idade e o quadro clínico divulgados – está no mesmo hospital, segundo informado pela prefeitura da cidade. Os dois pacientes aguardam a disponibilidade de leito pediátrico em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em algum hospital na Grande BH. Segundo o Executivo municipal, as crianças apresentam “quadro de saúde delicado”. 
 
Ao Estado de Minas, a mãe do pequeno Lucas, a dona de casa Emanuelle Alves Abreu, de 29 anos, conta que tem vivido dias de angústia ao lado do marido desde que o filho recém-nascido foi internado. Agora, o casal divide a rotina no hospital com os cuidados que os outros filhos pequenos, de 2 e 6 anos, também precisam receber. 
 
“Na sexta, antes de irmos para o hospital, o Lucas estava tossindo e chorando muito, além de rejeitar a alimentação. No mesmo dia, os médicos identificaram o quadro de bronquiolite, e no domingo ele foi sedado e intubado na ala de emergência. Não estamos conseguindo dormir por conta da preocupação. A gente fica com uma sensação muito ruim o dia todo”, contou Emanuelle. 

 
Diante da incerteza do que poderia acontecer com o filho, os pais pediram ajuda à ONG Amigos da Comunidade, que auxiliou na divulgação do caso nas redes sociais. Em conversa com a reportagem, o técnico de enfermagem e responsável pela organização, Reinaldo Fagundes de Araújo, de 43 anos, afirmou que as deficiências no atendimento já duram mais de uma década. 
 
“A nossa cidade não tem estrutura para atender certas demandas da área da Saúde. Muitas pessoas sofrem em casa devido à demora no atendimento, esperando por cirurgias como, por exemplo, hérnia e catarata. O hospital também não faz cirurgia ortopédica. A estrutura aqui ainda é muito precária. É um problema que persiste há pelo menos 15 anos. Então, a população fica revoltada, e muitos pais pedem ajuda à ONG”, denunciou Fagundes. 
 

Ministério Público acionado

 
O Estado de Minas entrou em contato com a assessoria da prefeitura de Ribeirão das Neves para um posicionamento, mas não houve retorno até o fechamento desta publicação. No entanto, nas redes sociais, o secretário de Saúde do município, Rodrigo Augusto, disse que a pasta protocolou um "pedido de intervenção do Ministério Público de Minas Gerais" em decorrência das tentativas frustradas de transferência das duas crianças. 
 
"Estamos tomando todas as providências cabíveis, mas obtivemos negativas de vários hospitais públicos de Belo Horizonte e da Região Metropolitana. Acionamos o Ministério Público, por meio do promotor de Justiça da Saúde, Henrique Macedo, para nos ajudar na transferência (dos pacientes) para uma UTI neonatal", declarou. 
 

SES-MG diz que não pode divulgar informações

 
Procurada pela reportagem para saber quais diligências o Estado tem adotado em relação ao caso, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) disse que "não é possível divulgar informações pessoais provenientes do Sistema Estadual de Regulação Assistencial (SUSfácilMG)", conforme prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 
 
“Em respeito à referida Lei, a SES-MG não pode disponibilizar qualquer dado individualizado, que diz respeito à privacidade do paciente”, finaliza a pasta.


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