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Estado de Minas PIONEIRO

Cavaleiro cego faz história em torneio de hipismo em Contagem

Bruno Lacerda tornou-se o primeiro cego a participar de um torneio oficial não paralímpico no Brasil em competição neste sábado, na Grande BH


11/03/2023 11:31 - atualizado 11/03/2023 12:00

Bruno Lacerda, cavaleiro cego, sorri ao lado do seu cavalo
Bruno e o cavalo Simba participaram de sua primeira competição juntos neste sábado, na Sociedade Hípica de Minas Gerais (foto: Leo Cardoso/Divulgação)
A Copa Minas de Hipismo, realizada neste sábado (11/3), em Contagem, na Grande BH, foi palco de um momento histórico para Bruno Pinheiro de Lacerda. O cavaleiro de 36 anos tornou-se o primeiro cego a participar de um torneio oficial não paralímpico no Brasil.

Bruno participou de uma modalidade para iniciantes no evento organizado pela Federação Hípica de Minas Gerais. A prova envolveu o salto de barreiras de 20 centímetros, que foram sobrepostas pelo atleta e seu cavalo, Simba.

Antes do início da prova, o juiz da competição pediu que o público fizesse silêncio para que Bruno se concentrasse e pudesse ouvir os comandos de voz de seu treinador. Outro cavalo foi conduzido à frente de Bruno e Simba para guiá-los durante o percurso.

“Saltar foi fantástico, tem uma tensão, eu já salto normalmente durante as aulas, mas o percurso da federação é desafiador. Poder estar numa prova oficial sendo uma pessoa com deficiência é muito importante para mim, porque vai quebrar barreiras. Quando estou dando um salto, estou também pulando as barreiras, pulando as dificuldades, as enfrentando e mostrando que, com algumas adaptações, é possível que todo mundo dê o melhor naquilo que puder fazer”, disse o cavaleiro.

Bruno Lacerda nasceu cego diagnosticado com uma má formação na retina chamada de Amaurose Congênita de Leber. A condição é causada pelo contato com o vírus da rubéola durante a gestação.
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Além do feito inédito, completar a prova neste sábado premia a persistência de Bruno. Ele foi recusado em uma escola de hipismo e desistiu de outra instituição que não oferecia aulas individuais. Em abril do ano passado, o cavaleiro foi acolhido pelo professor Ramiro Rodrigues, que teve pela primeira vez um aluno cego.

“A participação do Bruno hoje tem um grau de importância enorme de vencer barreiras, criar a inclusão no esporte e mostrar que é possível se superar e que o esporte equestre é uma forma de ajudar as pessoas a serem melhores em qualquer área”, comentou o treinador.


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