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Estado de Minas CARNAUAI

Quem paga pelo carnaval de BH em 2023?

Sem o patrocinador principal, a Prefeitura de BH assegurou que vai bancar todo gasto remanescente, mas ainda não detalhou quanto ou com que serão os gastos


07/02/2023 20:30 - atualizado 07/02/2023 20:36

bateria de bloco
Período oficial da festa começou no último sábado (4/2) (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O carnaval de Belo Horizonte é cada vez mais aguardado por moradores e turistas. Neste ano são esperadas cinco milhões de pessoas entre os dias 4 e 26 de fevereiro. Mas, embora a promessa da folia seja grande, a falta dos patrocinadores da iniciativa privada e incertezas sobre o orçamento disponível na Prefeitura de BH para bancar a folia rondam a capital mineira. 

Com dois editais abertos para captação de patrocinadores, a primeira tentativa foi feita em setembro, em cota única, que custava, no mínimo, R$ 13,5 milhões para a empresa vencedora da licitação. Porém, a seleção foi fracassada, e, em dezembro, um novo modelo de patrocínio foi publicado, dividindo a quantia entre 18 cotas, que, somadas, chegam a R$ 21,5 milhões. 

Mesmo com os esforços, apenas uma pequena parte do valor foi preenchida, em 25 de janeiro, quando a prefeitura anunciou o apoio do Sistema Fecomércio-MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais, com R$ 1 milhão, e a Rede de Supermercados BH, com cota de R$ 250 mil. Até esta terça-feira (7/2), esse é o total de apoio financeiro privado à PBH, que assegurou custear o valor remanescente.

"Até o momento, o valor final de patrocínio é de R$ 1,2 milhão. Todo o restante do custo será arcado pela prefeitura", disse o presidente da Belotur, Gilberto Castro, em coletiva de imprensa no último dia 31, porém sem detalhar os valores que serão investidos pela prefeitura ou as previsões de gastos, como grades, montagem de palcos e banheiros químicos. 

Mesmo com o início do período oficial da festa, no sábado (4/2), a indefinição permanece, e o órgão afirma que "os valores ainda estão sendo apurados de acordo com as demandas apresentadas". 

O que pensam os blocos 

A situação intriga e preocupa blocos de rua, que alegam pouco diálogo entre o poder municipal e os organizadores da festa. "A gestão da Belotur teve pouco diálogo com os gestores dos blocos de rua. Em 2013, por exemplo, chegaram a ter 12 reuniões. No último ano (referindo-se a 2020), foram apenas duas", diz Geo Cardoso, presidente da Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos e fundador do Bloco Baianas Ozadas. 

Preocupados, sem patrocínio direto de empresas ou do edital da prefeitura, alguns organizadores estão tentando driblar o aumento dos custos de um bloco, como o aluguel dos trios elétricos, fazendo financiamentos coletivos, 'vaquinhas' online ou pedindo doações dos foliões.

É o caso do Asa de Banana. De acordo com um de seus organizadores, Pedro Lusz, o planejamento da equipe foi feito pensando nos reajustes após hiato de três anos sem carnaval, porém o custo real está 70% mais caro que o da última festa. "Fizemos um projeto pessimista, porque já tínhamos programado aumento de 50% em relação ao último ano. Quando vimos os valores atuais, fomos surpreendidos com mais 20% além do programado", explica.
O trio elétrico é um dos custos mais altos da folia. Em 2020, o aluguel de um veículo de pequeno a médio porte custava R$ 9 mil. Atualmente, o mesmo tipo de carro já chega aos R$ 17 mil, quase o dobro. Já os trios grandes, antes custavam R$ 20 mil e agora estão na faixa dos R$ 45 mil.

Para Geo Cardoso, muitos blocos podem ter problemas para sair. "Muitos vão na raça, mas outros não vão querer se endividar", diz. A possibilidade já virou realidade para alguns blocos, como o Ordinários, que cancelou o desfile programado para 19 de fevereiro. 

"Nosso patrocinador parceiro não conseguiu vender as cotas de propaganda para os interessados, portanto não conseguimos cumprir a folha, já que está tudo muito inflacionado. O trio elétrico teve o reajuste maior, de 15% a 20%, pesou muito. Falando de valores, aumentou em cerca de R$ 10 mil o mesmo trio que usamos em 2020", afirma Jean Morbeck, organizador do bloco.

Onde estão os patrocinadores?

Em 2020, último carnaval de BH, a Ambev foi a patrocinadora master, por meio da Skol Puro Malte, além de um patrocínio do iFood e do iti, aplicativo de pagamentos digitais do banco Itaú. Essas empresas, porém, não entraram para o hall de patrocinadores deste ano. A Ambev, inclusive, foi a única empresa a participar do edital da prefeitura, feito em setembro do ano passado, mas a licitação não foi para frente. 

Procurada pela reportagem, a empresa preferiu não comentar a saída do patrocínio por meio da PBH, mas afirma que estará presente no carnaval mineiro. Uma das ações é feita por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, destinando R$ 2,6 milhões. 

"Sempre fomos apoiadores do carnaval e de outros eventos culturais pelo Brasil e somos apaixonados pela folia mineira. Apoiamos as diferentes formas de o folião se divertir para que a gente esteja junto com nossos consumidores nas diferentes ocasiões de consumo", afirmou em nota. 


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