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Estado de Minas MONTES CLAROS

Obras de arte são levadas a leilão para pagar dívidas de clube

Serão colocadas à venda 23 telas do acervo do Automóvel Clube de Montes Claros, que está com portas fechadas desde 2018, por causa de débitos acumulados


18/09/2022 17:45 - atualizado 19/09/2022 08:04

Foto mostra fachada do Automóvel Clube de Montes Claros
Automóvel Clube de Montes Claros: fechado desde 2018 (foto: Luiz Ribeiro/DA Press)
 
Inaugurado em 1964, o Automóvel Clube de Montes Claros já foi palco de grandes festas, antigos bailes de Carnaval, espetáculos artísticos e reuniões de lideranças de importância nacional. Nesta terça-feira (20/9), às 19h, será realizado na entidade um evento bem diferente do glamour e da pompa dos seus acontecimentos do passado: um leilão de obras de arte, com objetivo de arrecadar dinheiro para pagar parte das dívidas do clube, fechado desde 2018, por causa dos débitos acumulados.

Serão colocados à venda 23 quadros do acervo do Automóvel Clube. As obras são de autoria de artistas plásticos de Montes Claros, que doaram as telas para a instituição, entre eles Wanderlino Arruda, Sérgio Ferreira, Carlos Muniz e Conceição Melo.

Também serão oferecidas no leilão obras dos pintores Carlos Bracher (natural de Juiz de Fora e radicado em Belo Horizonte) e de Konstantin Christoff (1923/2011), nascido na Bulgária e que se mudou para Montes Claros aos nove anos de cidade, junto com sua família.

O presidente do Automóvel Clube de Montes Claros, cirurgião-dentista Paulo César Santos, disse que o objetivo é o pagamento dos débitos em atraso de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).  Ele informou que a dívida atual com o tributo municipal é de R$ 92,7 mil, e as telas a serem leiloadas, juntas, estão avaliadas em R$ 70 mil. “Mas queremos arrecadar um valor que permita pagar um montante para a prefeitura e parcelar o restante da dívida”, assegura Santos.

Localizado no Centro da cidade, o Automóvel Clube ocupa 2.819 metros quadrados, com 2,4 mil quadrados de área construída. Após o fechamento do clube de lazer há mais de quatro anos, o imóvel, avaliado em R$ 13,257 milhões, chegou a ser colocado à venda, sendo aceita também proposta de arrendamento. Mas não apareceram interessados em comprar ou arrendar o prédio.

Paulo César Santos afirma que a disposição dele é regularizar o pagamento de dívidas de IPTU para que a prefeitura possa conceder um alvará de funcionamento do Automóvel Clube. Com isso, pretende alugar o espaço para festas, reuniões e encontros políticos, como ocorria no passado. Santos tem a intenção de promover eventos que venham gerar renda para a entidade, como promoções de música ao vivo (“hora dançante”).

Por outro lado, o atual presidente do Automóvel Clube salienta que a entidade necessita ainda de recursos para quitar dívidas em atraso de contas de água e luz e taxas de incêndio.

Ele lembra que, a situação financeira começou a complicar em 2013, quando, após a tragédia no fogo na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 240 pessoas, o Corpo de Bombeiros fez uma série de exigências de segurança contra incêndio nos locais fechados.

O Automóvel Clube de Montes Claros foi interditado temporariamente e teve que devolver dinheiro para as pessoas que já tinham feito o pagamento do aluguel do espaço para eventos que foram cancelados. A entidade também teve que fazer gastos com obras para atender as exigências do Corpo de Bombeiros.

No entanto, ao longo dos anos, o que mais agravou a situação financeira do clube e provocou o seu fechamento foi a inadimplência por parte dos seus negócios. Paulo César Santos disse que mais de 1 mil sócios do AC tiveram suas cotas canceladas por causa da falta de pagamento. Atualmente, a entidade tem apenas 75 sócios ativos.

Conforme o presidente do AC, com seu fechamento, o clube teve dispensar dez antigos funcionários, aumentando seu passivo com débitos trabalhistas. Além disso, o Automóvel Clube de Montes Claros teve que negociar o pagamento junto à Receita Federal uma dívida, parcelada em 60 prestações de R$ 5,7 mil mensais.

Paulo César Santos revelou ainda que, após o fechamento, o Automóvel Clube passou a enfrentar também prejuízos com saques da construção, de onde foram furtadas lâmpadas e torneiras do prédio. Atualmente, o espaço lateral na entrada do prédio (onde era a entrada do restaurante do clube) foi ocupado por uma pessoa em situação de rua, que acumula papelão, plásticos e outros materiais recicláveis no local.


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