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Estado de Minas GRANDE BH

Polícia investiga causa da morte de peixes em Pedro Leopoldo

Departamento de Geologia do Instituto de Geociências da UFMG, que já está realizando um diagnóstico na lagoa, vai iniciar estudo e identificar as causas


25/08/2022 18:32 - atualizado 25/08/2022 18:36

Peixes mortos
Em um período anterior à mortandade dos peixes, a Lagoa de Santo Antônio estava cheia e com a coloração turva (foto: Divulgação/ ONG Lagoa Viva)
A causa da morte de uma grande quantidade de peixes encontrados na Lagoa de Santo Antônio, localizada na APA Carste de Lagoa Santa, em Pedro Leopoldo, Grande BH, ainda é um mistério. Um inquérito da Polícia Civil foi aberto para investigar o que causou a mortandade do cardume e se há possibilidade de ser um crime ambiental.
 
 
 
A partir da próxima segunda-feira (29/8), especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que já estão realizando um estudo de diagnóstico na Lagoa de Santo Antônio, vão iniciar uma análise da qualidade da água e observar se o lançamento de esgoto doméstico e industrial podem ter sido o desencadeador.
 
A presidente da Associação Movimento Lagoa Viva, Marcia Lopes, disse que os peixes mortos começaram a aparecer na sexta-feira (19/8). Ela considera que a grande quantidade de lixo, pesca com tarrafa, ligação de esgotos clandestinos ligados à rede pluvial, além de uma rede de esgoto construída por debaixo da lagoa e uma grande quantidade de matéria orgânica são condições que possibilitaram a degradação da lagoa e a morte do cardume.
 
“A ONG tem feito denúncias buscando respostas e ações dos órgãos responsáveis pela Lagoa de Santo Antônio” afirma.
 
O professor do Departamento de Geologia do Instituto de Geociências (IGC/UFMG) Frederico Lopes, conta que em um período anterior à mortandade dos peixes, a Lagoa de Santo Antônio estava cheia e eutrofizada - quando a coloração fica turva e há níveis baixíssimos de oxigênio na água. Ele também percebeu uma grande quantidade algas na superfície, planta conhecida por consumir muito oxigênio.
 
“Aliando a essa características, a temperatura ambiente nos últimos dias estava elevada e provavelmente essa lagoa estava estratificada com formação de camadas na água. A camada de água que fica no fundo da lagoa tem pouca concentração de oxigênio, se movimentou para a superfície e os peixes acabaram morrendo sufocados” supõe.
 
O professor ressalta que a resposta definitiva sobre o que causou as mortes só será dada após a coleta de amostras da água e um monitoramento que será feito a cada quatro meses.
 
“Alguns fatores podem estar associados à mortandade dos peixes que vão desde a queda brusca da quantidade de oxigênio na água até mesmo a entrada de algum contaminante inesperado no ambiente aquático. Sem monitorarmos regularmente a qualidade da água e sem fazer a análise toxicológica dela, fica difícil afirmar a causa exata da morte dos peixes”.
 
O professor considera que a atividade humana pode acelerar o processo de eutrofização e reconhece que existem lançamentos clandestinos de esgoto na Lagoa de Santo Antônio. “Não podemos afirmar que a causa seja a atividade humana com a emissão de esgoto e fertilizantes na Lagoa de Santo Antônio, isso ainda será investigado”.


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