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Estado de Minas PATRIMÔNIO

Livro reúne histórias e curiosidades de 50 capelas em Juiz de Fora

Em Juiz de Fora, o escritor José Rafael Leão lançou o livro 'Capelas rurais de Juiz de Fora', que reúne histórias e informações sobre 50 capelas da Zona Rural


27/06/2022 18:11 - atualizado 27/06/2022 18:50

Montagem de três fotos de capelas
No total, 50 capelas fioram visitadas pelo escritor (foto: Divulgação)
Em Juiz de Fora, assim como muitas cidades mineiras, as capelas fazem parte da vida e memória da população. O escritor José Rafael Leão é uma dessas pessoas, que, com o despertar da memória afetiva das capelas e igrejas de sua infância, lançou  este mês o livro “Capelas rurais de Juiz de Fora”. 
 
No total, 50 templos religiosos, entre os particulares e os que estão sob responsabilidade da Igreja Católica, têm suas histórias e curiosidades resgatadas pelo escritor. 
 
Por dois anos, José Rafael percorreu oito distritos na Zona Rural de Juiz de Fora, coletando informações sobre as capelas. 
 
Na publicação, o escritor apresenta os relatos das edificações, além de um material rico, contendo um iconográfico, fotografias, nomes dos santos aos quais são dedicadas, paróquias às quais pertencem, localização e uma breve explicação sobre como chegar até elas.
 
José Rafael Leão, autor de 'Capelas Rurais de Juiz de Fora'
José Rafael Leão, autor de 'Capelas Rurais de Juiz de Fora' (foto: Divulgação)
 

Fascínio pelas capelas

A ideia do trabalho surgiu após ele lançar, com os parceiros Carlos Sérgio e Márcio Itaboray,  o livro “Arredores de Juiz de Fora: Imagens, poemas e canções”, em 2016. Relembrar momentos de sua infância entre as capelas do interior o motivou a buscar mais informações. E assim iniciou a sua jornada. 
 
Esse fascínio pelas capelas existe desde os tempos de criança, segundo o escritor. O projeto, que começou de forma despretensiosa, acumulou tanta informação que um livro seria o melhor destino. 
 
Capela branca em um morro
Autor reuniu informações de capelas nos distritos de Juiz de Fora (foto: Divulgação)
 
 
“Comprei uma máquina fotográfica e pesquisei no site da Arquidiocese onde elas se localizavam, quais paróquias administravam essas capelas. Anotei quais eram as rurais. Comecei a ir até os distritos, e, assim, descobri outras que não eram administradas pela Igreja e fui me animando com a ideia”, relembrou durante o lançamento.  
 
Além das andanças, o escritor contou com o apoio de moradores locais e amigos, que repassavam informações sobre outras capelas que ele ainda não conhecia. 
 
“Perguntava se tinha ido à capela tal e, se não conhecia, eu anotava e ia atrás. Evidentemente podem haver mais algumas, que ficam em fazendas e eu não consegui chegar até elas”, ponderou. 
 
Capela já quase em ruínas
Algumas capelas apresentaram abandono (foto: Divulgação)
 

Difícil acesso e abandono

A pandemia levou a uma pausa nas pesquisas, mas outros motivos dificultaram o trabalho de José Rafael. E um deles foi o difícil acesso a algumas das capelas selecionadas. Porque muitas só poderiam ser visitadas por meio de estradas de terra. 
 
“Muitas dessas capelas domésticas ficam no interior de uma fazenda, uma granja, e em diversas oportunidades não pude conhecer o interior delas”, lamentou. 
 
Outro detalhe que chamou a atenção do escritor foi a diferença apresentada na conservação entre as capelas. Porque, enquanto os templos administrados pela Arquidiocese estão melhor conservados, muitas capelas particulares estão deterioradas ou abandonadas. 
 
“Elas representam o símbolo de fé dos antigos donos das fazendas, mas não são mais utilizadas até porque é difícil conseguir um padre para fazer celebrações. E, às vezes, os herdeiros não se interessam por elas. Mas também encontrei capelas domésticas muito bem cuidadas, quando o dono tem uma condição financeira melhor.”, disse. 
 
Capela branca
Autor tem fascínio por capelas desde a infância (foto: Divulgação)
 
 
Em outras histórias de cuidado e abandono das capelas, José Rafael Leão encontrou diversas situações e relatou na publicação. 
 
“Um casal que morava no Sítio Banarica, próximo à BR-040, construiu uma capela grande e bem estruturada para Nossa Senhora das Graças, após uma graça alcançada. Segundo o caseiro que me contou a história, o casal, que já morreu, construiu a capela e conseguiu autorização da Arquidiocese para fazer uma missa inaugural, há cerca de 20 anos, mas depois disso nenhuma missa foi celebrada lá. Pelo menos o caseiro cuida dessa capela.” 
 
Entre os destaques do livro, está a Capela Nossa Senhora Aparecida, localizada em um vilarejo chamado Palmital, no distrito de Rosário de Minas. 
 
“O lugar tem apenas uma meia dúzia de casas, mas uma grande e belíssima capela no alto do morro. Eu me perguntei para quem seria essa capela tão grande num lugar com tão poucas casas, quem a construiu. Imagino que seja o orgulho deles”, destaca o escritor. 
 
O escritor também descreve a emoção de descobrir tantas capelas desconhecidas pelo grande público e que estão na região. 
 
 
 
“É como encontrar um prêmio. Muitas vezes eu rodava e quase desistia, porque a estrada acabava e não tinha encontrado a capela”, revela o autor. 
 
José Rafael espera que seu livro possa inspirar outras pessoas a fazer o mesmo pelas capelas rurais das cidades vizinhas a Juiz de Fora. 
 
“Essas cidadezinhas no entorno têm muitas capelas na área rural, mas vi que seria muito difícil, pois teria que encontrar quem conhecesse as capelas da região; cheguei a abrir o leque, mas vi que seria muito trabalhoso”, diz. 
 
A versão física do livro está à venda por R$ 50 na Academia do Livro, localizada na Casa D’Itália, e na Cantina do Bexiga, no Bairro São Mateus, em Juiz de Fora.


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