Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

COVID-19: pico de infecções passou e procura por atendimento diminui em BH

Após a chegada da variante Ômicron, da COVID-19, Belo Horizonte enfrentou semanas de muita preocupação e longas filas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Agora, após o pico de casos da doença, a procura pelo atendimento também tem apontado uma queda de aproximadamente 10% nas duas últimas semanas, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.





Os atendimentos nas unidades permanecem por 24 horas diariamente e, segundo a pasta, “como atendem demandas espontâneas, sem necessidade de agendamento ou encaminhamento, o fluxo de procura é muito dinâmico”. Foi informado que no período de 31/1 a 3/2, essas unidades prestaram 6.990 atendimentos e no período de 07 a 10/02 foram 6.375.
 
Pouco movimento na UPA Norte nesta segunda-feira (14/2) (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 

“A Secretaria Municipal de Saúde monitora diariamente os números epidemiológicos e assistenciais da doença e qualquer agravamento que comprometa a capacidade de atendimento será tratado de forma devida, sempre com o objetivo de preservar vidas. Sobre as unidades que funcionam com horário ampliado, o município monitora diariamente os números epidemiológicos e assistenciais da doença no município e qualquer agravamento que comprometa a capacidade de atendimento será tratado da forma devida, com o objetivo de preservar vidas. Com a melhora do cenário, estão sendo feitas, de forma gradativa, desmobilização de serviços, que podem ser imediatamente reativados, caso necessário”, explicou, em nota.
 
Pouco movimento na UPA Oeste nesta segunda-feira (14/2) (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 

O Estado de Minas esteve nas unidades na manhã desta segunda-feira (14/2), para conferir a movimentação e demanda. Na UPA Centro-Sul, no Bairro Santa Efigênia, a procura estava tranquila e Wagner Souza informou que foi atendido em cerca de 40 minutos após procurar o local por causa de sintomas gripais. Na própria unidade, ele fez o teste de COVID-19 e deu negativo.



O mesmo ocorreu com Elisabeth Oliveira Gomes, que esteve na unidade. Ela também procurou o local devido a sintomas gripais e fez o teste do novo coronavírus, que deu negativo. 

"Eu tinha sentindo dor de garganta ontem, aí procurei a UPA para fazer teste. Trabalho com educação infantil e minha coornadora orientou a procurar atendimento médico antes de voltar", diz. 

Elisabeth Oliveira Gomes, profissional de educação infantil, na UPA Centro-Sul (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Ela conta que não demorou para ser atendida e o resultado do teste saiu rápido."Depois que saiu o resultado negativo, passei pela médica e ela me receitou um medicamneto para gripe e orientou repouso".

Em outros locais que a reportagem percorreu, também houve pouca procura na manhã de hoje, como a UPA Barreiro e Norte. No entanto, na UPA Leste, Adalia Souza Amorim, de 50 anos, reclamou da demora para o atendimento do sogro, de 86 anos, que chegou por volta das 2h e ela só teve notícias às 11h. 




 
Adalia Souza Amorim, de 50 anos, esteve na UPA Leste na manhã desta segunda-feira (14/2) (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 

“Ele estava sentindo falta de ar e desmaiou, aí o Samu o buscou. Entraram com ele rápido, mas o atendimento é horrível e depois de 9 horas esperando, a médica disse que ele estava com pneumonia e COVID-19”, relata. Ela conta que mora no Bairro Nazaré, na Região Nordeste, mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência o levou para a Região Leste, onde terá mais trabalho para deslocamento. 

Apesar de ter tido contato com o sogro, que testou positivo para o coronavírus, não recebeu um pedido de testagem. “Não solicitaram para eu fazer o teste, vou fazer por conta própria, porque tive contato com ele”, reclamou.
 
Pouco movimento na UPA do Barreiro nesta segunda-feira (14/2) (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 

"A onda está reduzindo" 


Segundo o médico infectologista doutor Estevão Urbano, que integra o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, passamos da fase de sufoco provocada pela variante Ômicron. “Isso significa que vamos ver menos casos e internações, consequentemente, uma menor procura por atendimentos. A onda está reduzindo e começando a passar”, explica.




 
Isso se confirma no boletim epidemiológico da PBH, divulgado na última sexta-feira (11/2), que mostrou a transmissão do vírus perdendo força pela terceira semana consecutiva. O RT, que baixou da marca de 1,0 na quinta-feira (10/2), após 51 dias em alta, reduziu na sexta de 0,98 para 0,96. Isso significa que cada 100 pessoas transmitem o coronavírus para outras 96.
 
Queda também registrada na ocupação nos leitos destinados ao tratamento de pacientes com COVID-19. Nas UTI's, a taxa reduziu de 86,6% para 82,4%, mas permanece em estágio crítico, no vermelho. Nas enfermarias, houve uma queda de 64,8% para 62%, e o nível está amarelo.

No entanto, a passagem do pico de novos casos da doença não significa relaxar nos cuidados. “Uma coisa é o momento atual, mas o futuro que está totalmente em aberto. Quanto tempo dura nossa imunidade, seja pela vacina ou pela doença? Ninguém sabe. Além disso, vão chegar novas variantes? Se for, nossa imunidade pode não valer nada. Tudo vai ficar pendente ainda e a pandemia está longe de acabar, mas agora estamos vendo um cenário melhor”, reforça o infectologista.




 

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