(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Infectologista rebate deputado sobre vacina: 'Vai contra a verdade'

O infectologista Unaí Tupinambás criticou a posição de Bartô (sem partido), que disse haver questões a serem esclarecidas em relação à vacina


10/02/2022 13:08 - atualizado 10/02/2022 13:34

Unaí Tupinambás, infectologista do Comitê de Enfrentamento da PBH
Unaí Tupinambás, infectologista do Comitê de Enfrentamento da PBH (foto: Reprodução/Assembleia de Minas Gerais)
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (10/02) a respeito da vacinação contra a COVID-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade, por meio da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia. O encontro semipresencial reuniu diversas autoridades em saúde e educação infantil e contou também com a participação dos deputados estaduais.

Em certo momento da audiência, o deputado estadual Bartô do Novo (sem partido) afirmou que os pais deveriam optar pela vacinação das crianças neste momento a partir do princípio da liberdade, e não fazê-la de forma obrigatória. Apesar de pontuar isso, Bartô se disse a favor da vacina.

"Temos que pensar, acima de tudo, que o direito à liberdade ele é muito sagrado, e que devemos proteger ele ainda mais quando ainda há questões a serem esclarecidas, onde as próprias farmacêuticas deixam claro que há estudos a serem concluídos ao longo dos próximos anos", disse o deputado.

Unaí Tupinambás, infectologista que compõe o Comitê de Enfrentamento à COVID da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), sucedeu Bartô e o criticou diretamente. O médico, incrédulo, respondeu que a vacina pediátrica contra o coronavírus foi a mais testada.

"Estou aqui meio até sem palavras, estou meio assustado com a fala do deputado que me antecedeu. Deputado, eu vou me dirigir pessoalmente a você, nenhuma vacina para criança foi tão estudada quanto à da COVID. Antes de aplicar a vacina na população menor que 12 anos de idade, foram 2,6 bilhões de doses dadas à população acima de 12 anos de idade (...) Se mostrou extremamente segura, às vezes mais segura até que nos ensaios clínicos. Acho que não justifica esse medo, essa fala que a vacina não tem estudos", afirmou

"Tem que buscar informação científica de qualidade, é importante a sua fala, seus eleitores estão escutando você, acho que isso não pode ser dito em audiência pública porque vai contra a verdade, vai contra a ciência", completou Unaí.

Posteriormente, o deputado estadual Bruno Engler (PRTB) elogiou a audiência, mas lamentou o fato de ela ter somente especialistas "de um lado" e também disse que mães, pais e responsáveis poderiam escolher pela imunização ou não das crianças.

Na sequência, Ana Cristina de Lima Pimentel, doutora em saúde coletiva da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), discordou de Engler e afirmou que as famílias que optam pela não imunização acabam tomando a decisão com base em divulgação de notícias falsas.

Minas Gerais iniciou a vacinação das crianças entre cinco e 11 anos em 14 de janeiro deste ano, de forma atrasada, segundo outros defensores da imunização infantil ouvidos nesta quinta. Segundo o governo de Minas, o estado tem 20% desse público imunizado com pelo menos uma dose.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)