Jornal Estado de Minas

AVANÇO DA ÔMICRON

Salto de casos de COVID-19 pressiona de laboratórios a hospitais em BH


 

Forte procura por testes contra o coronavírus reflete a expansão de casos vista nos últimos dias em Belo Horizonte. A demanda foi tão grande nas primeiras semanas de janeiro, que houve longas filas e em alguns laboratórios de Belo Horizonte o estoque de testes acabou. Na rede pública de saúde, a situação é a mesma: movimentação intensa, com filas e muita espera para atendimentos. Cenário parecido se repete em centros de saúde, unidades de pronto-atendimento (UPAs) e hospitais da cidade. Segundo a prefeitura, mais de 5,7 mil pessoas com COVID-19 estão em acompanhamento em unidades de saúde ou nas residências. Nas últimas 24 horas, a cidade confirmou 1.065 novos casos, impulsionados pelo avanço da variante Ômicron, que tem se mostrado menos letal e mais contagiosa, de acordo com os infectologistas. Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde mostrou que 40% dos testes feitos em BH na terceira semana de janeiro deram positivo.





 

Por outro lado, houve ontem pequena redução na transmissão do coronavírus e nas ocupações nos leitos da rede SUS e Suplementar em relação ao balanço divulgado na terça-feira. O Rt, nível médio de transmissão da doença, permanece no vermelho e está em 1,15. Na terça-feira, atingiu 1,16. Isso significa que cada grupo de 100 pessoas transmite e doença para outras 115. De acordo com infectologistas, o ideal é que o Rt fique abaixo de 1.

 

A taxa de ocupação de leitos de UTI recuou de 88,5% para 82,1%. Nas enfermarias, houve queda de 90,5% para 82,2%. Até o momento, 311.541 pessoas já se infectaram com o coronavírus na capital e 7.151 morreram, sete entre terça-feira e ontem. Em acompanhamento médico estão 5.746 pacientes. Os recuperados somam 298.644.

 

Em virtude do aumento das contaminações, a prefeitura vai exigir tanto a testagem negativa quanto a vacinação completa para que o público esteja presente em eventos, como o jogo entre Brasil e Paraguai, marcado para terça-feira, no Mineirão, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. Diferentemente do Campeonato Mineiro, que definiu limite de público para 20 mil pessoas, o jogo do time verde-amarelo vai poder contar com a capacidade máxima do estádio.Em entrevista coletiva, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) disse que BH adotará medidas mais enérgicas para que os casos possam ter redução: “Estamos com mais de 90% da população vacinada. Não podemos nos expor a idiotas e negacionistas. É teste e atestado (de vacinação). Quem não conseguir testar, não vai poder ir pra lugar nenhum”. 





 

 

UPAs 


Com a UPA Leste lotada, Victor Andrade ficou pelo menos oito horas esperando para fazer o teste do cotonete, depois de apresentar sintomas gripais (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Várias unidades de pronto-atendimento (UPAs) registraram aumento de filas para testagem, como foi o caso da UPA Leste, na Avenida dos Andradas, no Bairro Vera Cruz. O ajudante de transportadora Victor Hugo Andrade, de 19 anos, ficou pelo menos oito horas esperando para fazer o teste do cotonete, depois de sentir sintomas como febre e dor no corpo. “Tive que vir aqui ontem (terça-feira) e hoje (ontem). O teste é até rápido, mas o atendimento em si demora muito, já que o local teve aumento muito grande pessoas. Consegui fazer o teste e ser atendido, mas tive que esperar muito tempo na fila”, afirma.

 

Segundo o jovem, que não contraiu o vírus, a nova expansão de contaminados na capital leva a uma situação cada vez mais temerária: “O mais preocupante é pela situação da minha mãe, que teve problemas de saúde. Com esse aumento de casos, ficamos mais expostos e temos que sair todos os dias para trabalhar. Precisamos nos cuidar mais para não sermos contaminados”. Desde ontem, BH disponibilizou mais um local para a realização dos testes, desta vez na UNA Linha Verde. A abertura do ponto permite que pelo menos 500 pessoas sejam testadas diariamente.

 

 

Reforço


Diante da pressão da demanda, a PBH abriu mais 12 leitos de UTI COVID para adultos e 10 pediátricos ontem. Além disso, também adquiriu 71 leitos de enfermaria adultos e quatro pediátricos para pacientes com a doença. Hoje serão criados mais 35 leitos de enfermaria pediátricos.

 





 

“Como o sistema estadual saturou, eles mesmos estão pedindo para que procurem os postos da prefeitura, a Secretaria Municipal de Saúde abriu hoje mais leitos pediátricos”, afirmou o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). “É importante porque essa nova variante está atingindo as crianças. É preciso entender a gravidade dessa variante nas crianças”, reforçou.

 

A prefeitura informou que, desde o início do mês de janeiro, foram abertos pelo município 429 leitos de Enfermaria COVID adulto, 4 pediátricos e 44 leitos de UTI Covid adulto e outros 20 pediátricos. E para recompor equipes, contratou, entre 24 de dezembro e terça-feira, 1.430 profissionais de saúde, sendo 309 médicos de diversas especialidades. 

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