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Estado de Minas PESQUISA UNIFAL

COVID: 52% das crianças vítimas em Minas são pretas, pardas e indígenas

Os dados do estudo divulgado toda semana pela Unifal, apontam que, proporcionalmente, as crianças indígenas são as mais afetadas.


13/01/2022 17:08 - atualizado 13/01/2022 17:28

Atendimento médico
Bebês menores de 2 anos também estão entre os mais atingidos pela doença. (foto: foto: André Coelho/Getty Images/Divulgação)
Um estudo da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), no Sul de Minas, apontou que 52% das crianças que morreram por conta da COVID-19 em Minas Gerais são pretas, pardas e indígenas. A pesquisa, divulgada na última terça-feira (11/1), aponta para um quadro pior para as crianças indígenas.
 
Segundo o professor e coordenador da pesquisa, Sinezio Inácio da Silva Júnior, os índices são preocupantes.
 
“Como os indígenas têm participação de 0,5% na população brasileira, proporcionalmente, os 4% de crianças indígenas no total de mortes, indica que são elas as mais atingidas”, explica.
 
Em 2020, do total de mortes pela doença entre os menores de 12 anos em Minas Gerais, 67% foram de crianças pardas – em 2021 a proporção diminuiu, registrando 48% de óbitos entre crianças pardas e pretas, e 35% nas brancas.
 
Para o professor, o impacto de qualquer doença epidêmica depende da suscetibilidade biológica e social, e no caso dos indígenas, se somam os dois problemas.
 
“Além disso, as populações indígenas, exceto as verdadeiramente isoladas (portanto, mais protegidas sanitariamente), tem vivido tempos de pauperização, desassistência e mesmo fome. Esses são determinantes sociais e políticos de vulnerabilidade”, comenta.
 
Segundo ele, os pardos e pretos compartilham historicamente destes mesmos problemas sociais.
 
“E quando falamos de ‘políticos’, queremos dizer de políticas públicas ausentes ou precarizadas. Se observarmos o efeito da proteção vacinal contra mortes por COVID-19, vemos que, até o surgimento da vacina, a população negra sofreu mais com a pandemia”, diz o pesquisador.
 

Risco por idade e comorbidade

 
A presença de comorbidade aumentou o risco de morte pela doença nos menores de 12 anos.
 
Embora o estudo aponte que tanto em 2020, quanto em 2021, a proporção total de mortes de crianças com e sem comorbidade tenha sido quase a mesma, o segmento que apresenta doenças crônicas é minoritário e sua participação no total de mortes demonstra o risco que a COVID tem, se somada às doenças
pre-existentes, inclusive a obesidade.
 
A campanha de vacinação para o público entre 5 e 11 anos está para começar no Brasil.
 
Contudo, os dados da Unifal apontam que a taxa de mortalidade entre os menores de 2 anos, que vão ficar de fora da cobertura vacinal, é maior.
 
Para Silva, existem alguns fatores que explicam o risco nos recém-nascidos. Desde vulnerabilidade biológica pela idade, crianças prematuras onde o pulmão é mais frágil, grande exposição ao contágio por conta de que quem cuida e auxilia esses bebês e a falta de máscara, distanciamento e auto-higienização.
 
“Pode ser que esteja sendo mais difícil para as famílias identificar a tempo, sinais e sintomas da doença”, diz.
 
Respectivamente, em 2020 e 2021, 24 e 55 mortes pelo novo coronavírus foram registradas em crianças com menos de 12 anos em Minas.
 
Nesses dois anos de pandemia, os óbitos se concentraram nos bebês (2 anos ou menos), representando 68% e 73% do total.


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