![Insatisfeitos, alunos realizaram manifestação em frente à reitoria, além de movimento pela internet(foto: DCE/Divulgação) Alunos realizam manifestação em frente à reitoria da UFV em protesto ao aumento do bandejão](https://i.em.com.br/7f8sI-O6OQhUbjdv12D3wq_qQGA=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/11/26/1326350/alunos-realizam-manifestacao-em-frente-a-reitoria-da-ufv-em-protesto-ao-aumento-do-bandejao_1_88069.jpg)
Enquanto alunos protestavam em frente à reitoria da universidade, outros faziam uma pressão virtual, ao disseminar no Twitter hashtags como #aumentodoRUNão e #MaisFamintadoBrasilUFV. Após as manifestações, a administração decidiu aumentar uma das três faixas de subsídios: de 70% para 75%. Na prática, os alunos contemplados nessa categoria pagarão R$ 2,25 em vez de R$ 2,70.
Os percentuais são em cima do custo de cada refeição para a universidade: R$ 9. A UFV banca parte desse valor com subsídios para viabilizar a refeição do estudante.
As três faixas são as seguintes:
- 100% de subsídio: a universidade vai bancar todo o custo da refeição, que será gratuita para o aluno dessa faixa
- 75%: os alunos pagarão R$ 2,25
- 40%: os alunos pagarão R$ 5,40
Quanto a essa última faixa, o valor representa um aumento de 184% em relação ao R$ 1,90 cobrado antes da pandemia - portanto, quase o triplo. Os estudantes entendem que mesmo a faixa intermediária será muito prejudicada. “Se o RU subir, pouco que seja, muitos alunos não vão poder seguir estudando”, afirma Amanda Januzzi, estudante de pedagogia, à reportagem.
A estudante também alega que a proposta dos preços das refeições não foram discutidas com os estudantes apenas foram anunciadas em reunião virtual do Fórum de Assistência Estudantil na terça-feira (16/11) e com isso pegou todos de surpresa.
“Vejo que qualquer aumento nesse momento de fome do povo brasileiro é muito grande. E a UFV não fez um debate com os alunos sobre essas questões. Tanto a primeira quanto a segunda proposta não tiveram uma discussão com os estudantes. Muitos nem sabem se vão voltar e outros já saíram da universidade para trabalhar”.
O Conselho Estudantil (Consu) também se reuniu hoje (26/11).
Criação de faixas
A criação dessas faixas é uma novidade para essa volta ao presencial. Antes da pandemia, todos os alunos pagavam o mesmo valor: R$ 1,90. O anúncio da mudança na política de preços aconteceu no Fórum de Assistência Estudantil, realizado no dia 16 de novembro.
O reitor da UFV, Demetrius David da Silva disse que, para permanecer os valores das refeições a R$ 1,90 a todos os alunos, seria necessário investimento de R$ 20 milhões. Mas o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado com cortes pelo governo federal deixou um buraco de R$ 4.882.013 no orçamento. “Temos R$ 15.117.987 previstos para aportes nos restaurantes universitários”, afirmou, à época.
Presente no fórum, a estudante de direito e presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFV, Thaís Rosa, disse que defende a criação de um plano nacional para atrair jovens para a universidade. Mas, segundo ela, em vez disso acontecer, a política de cortes no Ministério da Educação tem afastado todos os alunos, principalmente os de vulnerabilidade socioeconômica.
“Não podemos deixar que aconteçam os ataques à nossa permanência na universidade, não existe educação sem assistência estudantil devendo a criação do Plano Nacional para atrair os jovens à Universidade, e o que vemos nesse momento de crise financeira no país são os jovens sendo empurrados para os trabalhos precários”.
Procurada pela reportagem, a Universidade Federal de Viçosa não respondeu às perguntas até o fechamento da reportagem. Tão logo a instituição se manifeste, este texto será atualizado.