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Estado de Minas ENSINO

Escolas de BH passam a ter turmas com ocupação de 100% de alunos

Novas determinações, que valem a partir de hoje, permitem ocupação dos alunos presencialmente sem distanciamento; retorno presencial ainda não é obrigatório


18/10/2021 11:55 - atualizado 18/10/2021 18:48

Alunos da Escola Municipal Dom Jaime, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte
Alunos da Escola Municipal Dom Jaime, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Começa a valer nesta segunda-feira (18/10) o novo protocolo de funcionamento para as instituições da rede de ensino de Belo Horizonte. A partir de agora, as salas poderão ser ocupadas com 100% dos alunos e o distanciamento, antes estabelecido em 1 metro, não será mais necessário.

O avanço na redução das restrições é possível graças à diminuição dos indicadores de transmissão COVID-19 na capital. Segundo dados da Prefeitura de BH, o número médio por infectado (RT) se encontra em 0,89, ou seja, cada 100 infectados transmitem a doença para outros 89.

As novas determinações foram divulgadas em 6 de outubro, no Diário Oficial do Município (DOM), mas só começaram a ser adotadas nesta segunda. Agora, as turmas podem ter sua ocupação de 100%, porém, ainda em esquema de bolhas. O  distanciamento será por turmas, onde os alunos de turmas distintas não irão interagir.

Entre algumas permissões autorizadas a partir deste novo protocolo, estão incluídos: uso de ar-condicionado com padronização de regras; permissão para uso da sala de professores, respeitando as regras de distanciamento de 1 metro entre as pessoas; permissão para a realização de eventos escolares, respeitando as regras estabelecidas em protocolos para eventos semelhantes.

Além disso, foram revisadas algumas determinações, não existindo mais obrigatoriedade de quarentena para os livros devolvidos à biblioteca. Anteriormente, era exigido um período mínimo até que um livro devolvido pudesse ser emprestado novamente a outro aluno.

Também foi extinta a obrigatoriedade de horário fixo por turma para uso do banheiro. A escovação de dentes também é permitida a partir de agora. E, por fim, liberação dos parquinhos, antes restrita às crianças de 3 a 8, para todas as idades, e retirada das regras que proibiam as atividades desportivas de contato.

Apesar das novas decisões, o uso de máscara para aqueles que comparecerem às escolas segue obrigatório. Já quanto à presença dos alunos na escola ainda não é uma obrigatoriedade determinada, e para os pais e alunos que não se sentirem seguros, o ensino remoto continuará acontecendo normalmente. 
 

Retorno gradual 

 
Hele Valadão, diretor da Escola Municipal Dom Jaime, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, conta que a unidade de ensino se preparou para receber 100% dos alunos. 

“Tivemos mais alunos, mas não sei dizer em quanto aumentou. Esse contato é pessoal, as famílias querem saber qual o horário, sobre o protocolo. É uma construção nova. Para as crianças estarem aqui e retornarem (à escola), elas têm que ser autorizadas pelas famílias, que assinam um termo de responsabilidade.”

Segundo o diretor, as crianças que retornaram, nesta segunda-feira, estão levando para casa um formulário para se adequarem ao protocolo. 

“Hoje, as crianças ainda não podem trazer mochila. O material fica nas salas e é ofertado, não tem troca de material. Existe um protocolo para a merenda e ainda não são permitidas aulas de educação física, a sala de informática ainda não funciona.”

Antes da pandemia, as escolas municipais funcionavam em regime integral e o retorno está sendo gradual. “A criança que antes ficava aqui o dia inteiro, hoje tem uma jornada limitada a três horas de sala de aula. Foram várias mudanças.”

Valadão afirma que apesar do novo protocolo, ainda vai levar um tempo para o retorno de todos os alunos. Até semana passada, as salas funcionavam com limite máximo de 16 crianças por sala e agora podem ser 30. “Fica a critério da família o retorno, a escola tem que garantir para as famílias que assim o desejarem. Se elas não se sentirem à vontade, essas crianças continuam tendo atendimento remoto. Aqueles que não têm acesso ao ensino remoto, têm a garantia do recebimento das apostilas.”

O diretor lembra também que as escolas não estavam funcionando na semana passada, apenas o setor administrativo, em função do feriado e do Dia dos Professores. “Coincidiu com o retorno dos profissionais. As reuniões, para definição de algumas questões, vão começar a partir de hoje, que os profissionais voltaram.” 

Outro fator que pode atrapalhar o retorno de 100% dos alunos é a proximidade do fim do ano letivo, segundo Valadão. “Essas mudanças são para os próximos dois meses. Já é uma prévia para o ano que vem.”
 

Alta adesão ao presencial 

Se nas escolas da rede pública municipal o retorno deve ser gradual, nas escolas da rede privada a realidade é diferente. A presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis, diz que a maioria dos alunos está voltando para as aulas presenciais. 

“A adesão foi excelente. As escolas já estão bem organizadas. Era um anseio muito grande das famílias para este retorno. Algumas escolas, até antes do feriado, estavam trabalhando com escalonamento de dias ou de semanas e, a partir de hoje, todos os alunos que quiseram retornar presencialmente, já puderam.”

De acordo com ela, o próximo passo é que o retorno presencial seja obrigatório. 

“Estamos em uma fase com níveis de internação, RT e ocupação de leitos baixos e temos interesse que todos os alunos voltem presencialmente. Tivemos uma adesão de mais de 85%, em algumas escolas chega a 90% de atendimento presencial. Hoje já fizemos uma reunião com os diretores das maiores escolas.”

A presidente do Sinep-MG reforça que as escolas continuam mantendo os protocolos necessários. “A questão do distanciamento é que facilitou bastante porque agora formamos bolhas nas salas. O retorno foi bem tranquilo, o balanço é muito positivo. Agora é torcer para que tudo possa retornar, devagar, mas com os cuidados necessários.”

Ela ressalta que a vacinação ajudou muito no processo de retomada das atividades presenciais. “Alunos a partir de 12 anos, do fundamental 2 (6° ano) e vamos até o ensino médio. É uma grande parcela de alunos que já estarão vacinados.”

Zuleica acredita que, a partir do ano que vem, só permaneçam em casa os estudantes que tenham alguma comorbidade. “O facultativo, às vezes, causa uma comodidade. Precisamos do retorno, inclusive, para organizar o ano letivo de 2022. No presencial é que a gente vê a condição de cada criança.”
 

Ampliação da adesão nas próximas semanas

 
A Secretaria Municipal de Educação informou, por meio de nota, que a expectativa é de ampliação da adesão de um número cada vez maior de estudantes, embora esse aumento só possa ser medido ao longo das próximas semanas.  

“A Secretaria Municipal de Educação informa que a rede municipal, incluindo escolas municipais e as creches parceiros, possui mais de 194 mil alunos que poderão frequentar as escolas, sem necessidade de escalonamento, a partir de hoje. Todos os estudantes que já haviam aderido ao ensino presencial permanecem frequentando as escolas, e a expectativa é que a ampliação da adesão por outras famílias seja cada vez maior, mas só poderá ser observada ao longo das próximas semanas, à medida que se sentirem mais seguras para enviar os alunos.”
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Daniel Seabra


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