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Estado de Minas Madeira ilegal

Fraude: Ibama identifica mais de 94 milhões de m³ de madeira da Amazônia

Número significa a maior ação de estorno de créditos virtuais da história. Estão envolvidas 21 empresas na Região Metropolitana de Belo Horizonte


06/10/2021 16:32 - atualizado 06/10/2021 17:05

Madeira apreendida pelo Ibama
Total de madeira apreendida pode aumentar com a fiscalização em todo o estados. Números, até agora são só da RMBH (foto: IBAMA/Divulgação )

A Superintendência do Ibama de Minas Gerais descobriu a maior ação de estorno de créditos virtuais da história. Foi detectado que 21 empresas na Região Metropolitana de Belo Horizonte utilizaram 140 mil m³ de madeira nativa proveniente da Amazônia e 94 milhões de m³ de carvão de madeira de espécies nativas.


Minas Gerais tem um sistema próprio e não adota o sistema federal, o Documento de Origem Florestal (DOF), na fiscalização de utilização de madeiras. As investigações apontaram um saldo extremamente elevado no sistema estadual de controle de madeira e carvão nativo (CAF/SIAM).


Segundo análises realizadas a partir de desdobramentos da Operação Angustifolia, que tem como foco a exploração de madeira de Araucária, levantou-se a suspeita de que empresas que operam com madeira nativa da Amazônia apresentaram um acúmulo indevido de crédito no Sistema Integrado de Informações Ambientais (CAF/SIAM).


Ao vistoriar essa base de dados, pode-se ter acesso ao saldo virtual de todas as empresas cadastradas no sistema. Analisando somente as empresas localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, verificou-se que algumas delas apresentavam volume de madeira e carvão nativo muito acima do quantitativo de madeira efetivamente presente nos seus pátios.


Hugo Loss, agente de Fiscalização do Ibama, explica que “dentro do sistema oficial de controle de madeira nativa de Minas Gerais, 21 empresas têm mais de 140 mil m³ de saldo de madeira nativa proveniente da Amazônia e 94 milhões de m³ de carvão de madeira de espécies nativas. O crédito excedente será retirado do sistema, correspondendo à maior ação de estorno de créditos virtuais da história”.


A constatação foi feita somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas as investigações prosseguirão. Caso se descubra que houve também irregularidades em toda Minas Gerais, isso pode significar que existe um grande risco para o sistema de controle florestal, em escala nacional.


De acordo com nota do Ibama, inúmeras fraudes podem ser executadas a partir do volume excedente de saldo no sistema: “Qualquer madeira pode ser enviada da Amazônia sem saldo ou com saldo não correspondente à carga, mas, ao chegar em Minas Gerais, nas madeireiras que possuem carga excedente, a carga passará a estar acobertada. Isso significa que a madeira amazônica pode ser esquentada”.


E acontecendo o envio de saldo virtual para acobertar madeiras sem crédito em outros estados, fica demonstrada a dificuldade de integração entre os sistemas de controle Federal e Estadual.



 


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