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Estado de Minas TRABALHO INFORMAL

Vendedor tem abacaxis apreendidos e vive drama em BH: 'Não sei o que fazer'

Jhon Weslei veio de Marataízes, no litoral capixaba, para ganhar a vida na capital mineira com um primo e um irmão. Ele denuncia falta de notificação de fiscais


02/09/2021 22:15 - atualizado 03/09/2021 13:52

Momento em que fiscais colocam abacaxis em caminhonete com logo da prefeitura na Avenida Carandaí, Centro-Sul de BH
Momento em que fiscais colocam abacaxis em caminhonete com logo da prefeitura na Avenida Carandaí, Centro-Sul de BH (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


A crise econômica deixa a população sem escolhas. Em uma cidade cercada de entregadores de comida e de motoristas de aplicativo com carro alugado, o comércio informal também encontra espaços, justamente a escolha do capixaba Jhon Weslei para ganhar a vida, ainda que por apenas 20 dias, no coração de Belo Horizonte.

Nesta quinta (2/9), pela segunda vez em apenas uma semana, o homem natural de Marataízes (ES) teve seu objeto de trabalho apreendido por fiscais da Prefeitura de BH: abacaxis que ele vende na Avenida Carandaí, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul da capital mineira.

“Nem me notificaram. Chegaram e não falaram nada. Já colocaram o meu produto na caminhonete e saíram. Meu prejuízo foi de R$ 300. Com mais R$ 400 de sexta (27/8), já são R$ 700”, diz Jhon em entrevista ao Estado de Minas.

 

Jhon Weslei estima prejuízo de R$ 700 em duas apreensões sofridas em BH
Jhon Weslei estima prejuízo de R$ 700 em duas apreensões sofridas em BH (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
 

 

Segundo ele, os fiscais ameaçaram apreender também o carro usado por ele para transportar as frutas, o que elevaria o desfalque. “Vim de lá e deixei minha esposa para tentar melhorar as coisas. Vou ficar apenas 20 dias. Não sei o que vou fazer agora, sinceramente”, afirma.

Jhon passa estadia no Bairro Conjunto Califórnia, Região Noroeste da capital mineira. A reportagem do Estado de Minas  flagrou o momento exato que os fiscais apreendiam os abacaxis, na altura da Carandaí com a Rua Piauí.   

“Trabalho na rua há 14 anos. Sempre com responsabilidade. Não deixo sujeira e os vizinhos aqui (no Santa Efigênia) já me conhecem. Sabem que não tem desorganização. Se tivesse, eu entenderia. Aqui, não dá para ficar mais. Já está marcado”, lamenta o trabalhador.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada no último dia 31 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a taxa de informalidade no Brasil é de 40,6% da população ocupada. São 35,6 milhões de trabalhadores na mesma condição de Jhon Weslei.

A Prefeitura de Belo Horizonte informa que o cidadão já havia sido orientado outras vezes sobre a irregularidade e que os produtos apreendidos podem ser resgatados mediante procedimentos previstos em lei.


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