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Estado de Minas covid

BH confirma dois casos 'importados" da cepa Delta

Variante foi detectada em exames de adolescentes que apresentaram sintomas ao voltar de Londres. Com estes, Minas soma três registros


28/07/2021 04:00 - atualizado 27/07/2021 23:53

As amostras foram enviados a laboratório da UFMG para análise por sequenciamento genético (foto: Marcílio Lana/UFMG/Divulgação)
As amostras foram enviados a laboratório da UFMG para análise por sequenciamento genético (foto: Marcílio Lana/UFMG/Divulgação)

Dois casos de infecção de moradores de Belo Horizonte pela variante Delta do novo coronavírus foram confirmados. Segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, são dois adolescentes, de 12 e 14 anos, que estiveram em Londres com a mãe e chegaram à capital mineira com febre. A prefeitura colheu amostras para exames de COVID-19 e detecção de variantes dos três. Os garotos testaram positivo e a mãe, negativo. A variante Delta foi detectada por pesquisadores de um dos laboratórios de sequenciamento genético da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os viajantes voltaram do Reino Unido em 11 de julho e cumpriram isolamento social em casa. Com esses, já são três os casos detectados em Minas – o anterior foi em Juiz de Fora –, todos considerados “importados”, ou seja, ainda não há transmissão comunitária, o que, para especialista, é questão de tempo.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) foi notificado no dia 11 sobre a chegada de um voo vindo do Reino Unido e iniciou o monitoramento dos passageiros para a detecção de possíveis casos de infecção, além de indicar as medidas adequadas como forma de minimizar o risco de disseminação.

Durante o processo, foi identificado que dois viajantes apresentaram quadros suspeitos de COVID-19, com como coriza e tosse. No dia 16, foi realizada uma coleta de RT- PCR para COVID-19, com material encaminhado ao Laboratório Municipal de Biologia Molecular. Após a constatação dos resultados positivos, as amostras foram direcionadas para o sequenciamento genético, tanto para o Laboratório da UFMG quanto para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), conforme fluxo estabelecido em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Na segunda-feira, foi confirmado tratar-se de infecção pela variante Delta do coronavírus. Houve melhora nos sintomas dos passageiros, que mantiveram o isolamento domiciliar durante 14 dias. Nesse período eles tiveram contato apenas com um familiar, que testou negativo. "A Secretaria Municipal de Saúde segue realizando o monitoramento permanente da situação. A prefeitura esclarece que é necessário manter as recomendações sanitárias como o uso correto de máscaras, evitar aglomerações e lavar as mãos com frequência", ressaltou a prefeitura o Executivo em nota.

RISCOS 


Segundo o professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e coordenador do laboratório da UFMG que identificou a variante, Renan Pedra, esses e o outro caso registrado em Minas Gerais, na cidade de Juiz de Fora, são ocorrências isoladas e ainda não representam transmissão comunitária. “Tanto esses dois casos, como o que foi encontrado em Juiz de Fora, são todos claramente de importações, não caracterizam transmissão comunitária ainda. No entanto, nossos estados vizinhos já reportaram transmissão comunitária, como Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo Distrito Federal. Então, a gente acredita que no futuro bem próximo se possa encontrar casos da variante Delta por aqui em pessoas que não têm histórico de viagem internacional”, observou.

Renan ainda explicou os perigos que a variante pode apresentar para o país. “O que a gente sabe dela é que tem um potencial de infecção maior do que as outras variantes que já tinham sido descritas no mundo (…). Na competição com a variante Alfa e no cenário de pessoas já imunizadas, ela conseguiu se estabelecer como a variante mais frequente”, ressaltou.

Apesar disso, ainda não é possível dizer como será disseminação dessa variante no país. “Aqui no Brasil, a gente tem algumas particularidades que não garantem que isso (o mesmo que nas áreas citadas) vai acontecer, a gente ainda não sabe o que pode acontecer. Aqui, a gente tem uma predominância da variante Gama, a P.1 de Manaus, e ninguém sabe o que aconteceria se a Delta encontrasse a Gama, qual seria mais frequente”, apontou o pesquisador. Ele explicou ainda que a vacina da COVID-19 tem efeito nos casos mais graves da variante, mas não impede a contaminação da população.

NO BRASIL 

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde na segunda-feira apontavam 169 casos de infecção pela variante Delta do novo coronavírus no país. A unidade da Federação com mais registros até o momento foi o Rio de Janeiro, com 88 casos mapeados. O Distrito Federal teve um salto e assumiu o segundo lugar, com 30 casos, contra seis na sexta-feira passada. Em seguida vêm São Paulo com 15, Paraná com 13, Maranhão com sete, Santa Catarina com cinco, Goiás com quatro, Rio Grande do Sul e Pernambuco com três cada e, por fim, Minas Gerais tinha um caso, registrado em Juiz de Fora. O balanço ainda não registrava os dois casos confirmados em BH.


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