Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Pacientes com sequelas de COVID terão tratamento especializado em Mariana

Pacientes com sequelas de COVID-19 em Mariana, Região Central de Minas Gerais, receberão tratamento especializado. Os interessados passarão por uma triagem após o preenchimento de um questionário, disponível nas redes sociais da prefeitura.




 
A Secretaria de Saúde de Mariana quer identificar a quantidade de pessoas que tiveram COVID-19 na cidade e ainda convivem com as sequelas da doença.

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No município, 8.735 pessoas estão recuperadas da doença, mas nem todas se livraram das complicações do coronavírus.
 
O questionário serve como pré-requisito para ter atendimento no Centro Especialidades - Previne, que tem um espaço destinado para a Reabilitação Pós-COVID.

Até essa terça-feira (14/07), já foram preenchidos 148 questionários de moradores da cidade que se queixam de sequelas da doença e começarão a ser atendidos na próxima semana.




 
De acordo com a Secretaria de Saúde de Mariana, será observada a intensidade dos sintomas pós-COVID – fadiga, cansaço, falta de energia, dores osteomusculares, perda de cabelo, falha na memória, distúrbios de sono, ansiedade, falta de concentração e fraqueza muscular, por causa da miosite. Também será observado o agravamento de doenças cardiovasculares, pulmonares e renais.
 
Após a triagem, a classificação de escalas de sintomas e complicações servirá para identificar as prioridade de atendimento dos pacientes que serão encaminhados para as especialidades médicas destinadas somente para esses atendimentos.
 
De acordo com a médica responsável pela elaboração do questionário, Janine Dias Alves, geralmente os pacientes têm até 12 semanas de pós-COVID, mas podem sofrer dos sintomas até um ano depois da doença e, além disso, podem ter desenvolvido outras doenças.




 
“O paciente também pode ficar diabético depois da COVID-19 se ele estiver sobrepeso ou alimentação limitada. Também pode adquirir doenças respiratórias, embolias no cérebro, no coração, no rim e na perna”.
 
Busca por atendimento
 
A comerciante Poliane Lube, de 33 anos, ainda não sabe o grau da gravidade dos sintomas que persistem na vida dela e da filha de 6 anos, Valentina Lube, que testaram COVID-19 em dezembro de 2020 após sentirem falta de paladar, olfato, fortes dores na cabeça e nas pernas.

Até hoje as dores na cabeça e nas pernas persistem na mãe e na filha.
 
“Estava de licença maternidade, meu bebê de 2 meses não apresentou sintomas e por isso não foi testado, mas nós duas até hoje sofremos com o pós-COVID, que me deixou dores e queda dos cabelos. Agora vamos preencher o questionário e descobrir o que temos de fato”.




 
Com a implantação da Reabilitação Pós-COVID, ela pretende preencher os questionários e acredita que a procura pelo serviço será grande na cidade.
 
“A COVID-19 é uma doença misteriosa. Por isso é importante fazer o cadastro, porque é uma doença que a gente não conhece e é importante ir a fundo e ver como será a reação dela no nosso organismo no futuro”.
 
Também com dúvidas sobre as consequências da doença no organismo, Letícia Lopes, de 42 anos, teve diagnóstico confirmado de COVID-19 em março de 2021, no mesmo dia em que o primo foi enterrado. Ele ficou 23 dias internado e morreu por causa da doença.
 
“O dia 13 de março me marcou, é difícil perder um parente e saber que está diagnosticada com a mesma doença que o levou. Não precisei de ser hospitalizada, fiz o tratamento em casa, mas até hoje sinto dores de cabeça e muita falta de ar e ritmo cardíaco acelerado”.




 
A moradora de Mariana conta que a implantação da Reabilitação Pós-COVID será importante para a população, que vê no SUS a única forma de cuidar da saúde.
 
“A pandemia afetou não só a saúde física, mas a financeira. Estou desempregada e a reabilitação me dará forças para continuar a vida em um novo emprego”.

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