
Na carta, os comerciantes defendem que o 'bom desempenho apontado pelos índices da COVID-19, que nos coloca em posição bem superior à do próprio estado, temos sido compelidos a operar nossos hotéis, pousadas e atrativos com ocupação máxima de 50% da capacidade. Nosso município tem menos de 5 mil habitantes e pelos critérios do Programa Minas Consciente, somos determinados a ter, no máximo, 2,5 casos de COVID-19 em duas semanas, o que é absolutamente irreal', reporta. E ainda completa: "Não sabemos até quando poderemos suportar tais restrições à nossa capacidade".
Segundo o texto, desde o início da pandemia, houve o fechamento de três pousadas, quatro restaurantes e a perda de 202 postos de trabalho formais e mais de 300 postos de trabalho autônomo, sendo que estes dados se referem apenas ao ano de 2020.
Abaixo, a íntegra da carta:
Carta aberta da Associação Comercial da Serra do Cipó (Ascom.-Cipó) ao Exmo Sr Governador do Estado de Minas Gerais – Romeu Zema
Caro Governador,
Os principais destinos turísticos de nosso estado têm sido fortemente impactados pelos protocolos sanitários do Programa Minas Consciente, o que tem causado sérios prejuízos, não só às empresas da cadeia de valor do turismo do estado, como à economia de vários municípios que dependem exclusivamente da atividade turística para sobreviver.
Tomemos como exemplo o município de Santana do Riacho e seu distrito turístico da Serra do Cipó. Apesar do bom desempenho apontado pelos índices da COVID-19, que nos coloca em posição bem superior à do próprio estado, temos sido compelidos a operar nossos hotéis, pousadas e atrativos com ocupação máxima de 50% da capacidade. Nosso município tem menos de 5000 habitantes e pelos critérios do Programa Minas Consciente, somos determinados a ter, no máximo, 2,5 casos de COVID-19 em duas semanas, o que é absolutamente irreal.
Temos trabalhado no vermelho desde o começo da pandemia e isto já resultou no fechamento de três pousadas, 4 restaurantes e a perda de 202 postos de trabalho formais e mais de 300 postos de trabalho autônomo sendo que estes dados se referem apenas ao ano de 2020. Não sabemos até quando poderemos suportar tais restrições à nossa capacidade.
Governador, contamos com vossa intervenção para corrigir esta distorção do Programa Minas Consciente que parece tratar todos os municípios e suas realidades distintas sob a mesma métrica e, como empresário que é, saberá o quanto este tratamento é incoerente e distante da realidade de nossos munícipios que tem na atividade turística a mola mestra de seu desenvolvimento.
Nosso setor não pode continuar a ser mais penalizado desta forma, pois investimos valores significativos tanto no treinamento quanto na implementação de todos os protocolos de segurança, isto logo no início da pandemia e necessitamos voltar a operar dentro de nossa capacidade normal, não só para garantir a manutenção de nossos empreendimentos, bem como para melhor receber nossos turistas e manter assim a qualidade de vida nossa população.
Contando com vosso apoio, subscrevemos,
Atenciosamente,
André Jack Motta Belisário
Presidente da Associação Comercial da Serra do Cipó

