
O crime aconteceu em 11 de abril. Oito dias depois, o homem foi preso preventivamente e acabou confessando o crime. Aos policiais, ele disse que tinha o objetivo de matar a esposa, com quem se relacionou por 19 anos, por causa de brigas motivadas por ciúmes e problemas financeiros.
Ele ainda afirmou que comprou o dietilenoglicol no site Mercado Livre. O frasco de 200 ml custou apenas R$ 35.
De acordo com a delegada Ligia Barbieri Mantovani, o homem foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil, por emprego de veneno, com recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima e pelo feminicídio.
Ele segue preso e o inquérito foi enviado à Justiça.
Ele segue preso e o inquérito foi enviado à Justiça.
A pena varia entre 12 e 30 anos. Mas atenuantes podem elevar o tempo de reclusão em até um terço.
Antes de morrer, a mulher passou por três unidades médicas: a UPA de Mateus Leme, um hospital de Contagem e, por último, estava internada na terapia intensiva de um equipamento em Belo Horizonte. Exames toxicológicos confirmaram que o organismo da vítima tinha dietilenoglicol.
Eles têm dois filhos – de 17 e 8 anos. Os menores estão com parentes próximos.
A substância
O dietilenoglicol, cujo nome oficial é 3-Oxa-1,5-pentanediol, é um líquido viscoso, incolor, inodoro e tóxico, muito usado como componente em vários produtos químicos.
Trata-se de uma substância utilizada para agilizar o resfriamento no processo de produção de cerveja. No entanto, o produto não deve ter contato com a bebida, por ser tóxixo. Por isso, ele passa por um cano isolado do tanque.
A dose tóxica mínima estimada do dietilenoglicol é de 0,14 miligrama por quilo de peso corporal e a dose letal está entre 1 e 1,63 grama por quilo de peso corporal.
O composto foi encontrado em diversos lotes de diferentes rótulos da cervejaria Backer no ano passado.
A intoxicação atingiu 29 pessoas; 10 delas morreram por causa da síndrome nefroneural causada pela ingestão.
