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Estado de Minas VACINAÇÃO

Saiba como será o duplo desafio: vacinar contra a COVID-19 e a Influenza

Com início da campanha de vacinação contra gripe, especialistas explicam como deve ser imunização contra Influenza e coronavírus


27/03/2021 04:00 - atualizado 27/03/2021 08:20

Ministério da Saúde orienta priorizar combate à pandemia e prazo de 14 dias entre doses diferentes(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Ministério da Saúde orienta priorizar combate à pandemia e prazo de 14 dias entre doses diferentes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza está prevista para ter início em 12 de abril. Dessa forma, a proteção contra a gripe ocorrerá simultaneamente à vacinação contra a COVID-19.

No ano passado, apesar de a pandemia estar disseminada, não havia vacina para combate ao coronavírus disponível e a imunização contra a gripe foi antecipada como estratégia para ajudar no diagnóstico das duas doenças.

A realização das duas campanhas de forma simultânea, neste ano, levanta dúvidas de como proceder, se um imunizante pode apresentar reações ao interagir com o outro e qual deve ser tomado primeiro.

O Estado de Minas ouviu especialistas e as secretarias de Saúde de Belo Horizonte e do governo de Minas para saber como serão realizadas as duas campanhas. A orientação do Ministério da Saúde é que as pessoas dos grupos prioritários tomem primeiro a vacina contra a COVID-19 e guardem um intervalo de 14 dias para se imunizar contra a gripe.

O Ministério da Saúde pretende imunizar contra a gripe 79,7 milhões de brasileiros. A meta é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos prioritários até 9 de julho, data de encerramento da campanha. A vacina contra a gripe já está disponível na rede particular. Na Rede Hermes Pardini, a dose custa R$ 180. O laboratório orienta que as pessoas façam o agendamento para receber a vacina em casa.

O professor-emérito da Faculdade de Ciências Médicas e assessor de vacinas do Hermes Pardini, o epidemiologista José Geraldo Ribeiro, afirma que as pessoas devem priorizar a vacina contra a COVID-19, mas não podem deixar de tomar a vacina contra a gripe. “Todo ano é importante vacinar contra a gripe. Este ano é mais importante ainda.

As doenças podem ser parecidas, o que leva a uma dificuldade de diganóstico”, alerta. Outro motivo para se vacinar contra a gripe é evitar casos mais graves, uma vez que os serviços públicos hospitalares já estão superlotados para o tratamento do novo coronavírus. “A pressão e risco são maiores neste momento”, completa José Geraldo.

As pessoas podem tomar as duas vacinas, mas não ao mesmo tempo, conforme determina o Ministério da Saúde. O epidemiologista orienta que, se a pessoa recebeu a vacina AstraZeneca/Oxford, pode tomar a vacina da gripe no intervalo entre as duas doses.

Entre a primeira e a segunda dose da AstraZeneca/Oxford há um prazo de até três meses. Intervalo que garante com folga o recomendado para tomar a vacina da gripe, de 14 dias. Se a pessoa tomou a CoronaVac, a orientação é que só tome a vacina da gripe depois da segunda dose. No caso da CoronaVac, o intervalo entre a primeira e segunda doses é de 14 a 28 dias.

“Os 14 dias são o intervalo estabelecido como padrão para isso”, afirma o médico infectologista Carlos Starling. O especialista esclarece que se, inadvertidamente, a pessoa tiver tomado uma e outra com intervalo menor, muito provavelmente não terá problema nenhum.

Ele afirma, no entanto, que o melhor é observar esses intervalos para evitar efeito colate- ral. “Dê um intervalo de 14 dias, que é o intervalo recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações”, diz o infectologista.

Para este ano, há dois tipos de vacina contra a gripe disponíveis. Ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), temos a trivalente, que protege contra as cepas H1N1, H3N2 e um tipo B. Na rede particular, já está disponível a quadrivalente, que protege contra H1N1, H3N2 e dois tipos B. Depois de vacinadas, as pessoas levam de 10 a 15 dias para criar anticorpos.

Campanha simultânea


 Na avaliação de Carlos Starling, os centros de saúde têm estrutura para realizar as duas campanhas ao mesmo tempo. “Existe preparação muito grande para isso. Está tudo preparado para que as coisas aconteçam dessa forma.

Eles já vêm se preparando há muito tempo”, afirma o especialista, que integra o comitê científico que assessora o prefeito Alexandre Kalil na tomada de decisões no enfrentamento à COVID-19. “No SUS, a experiência com campanha de vacinação é muito grande. Não acredito que haverá problemas”, avalia.

Apesar de o Ministério da Saúde ter estabelecido a data de início da campanha e quais são os grupos prioritários, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, procurada pela reportagem, não informou qual a estrutura para realizar a vacinação na capital. Em nota, disse que “o calendário e os públicos da campanha de vacinação contra a Influenza são definidos pelo Ministério da Saúde. A campanha terá ampla divulgação quando as informações forem repassadas pelo Ministério da Saúde”. 

Dúvidas sobre a vacinação


Veja o que é recomendado neste momento sobre as vacinas

As duas vacinas (contra a gripe e contra a COVID-19) podem ser tomadas ao mesmo tempo?
O Ministério da Saúde não recomenda a aplicação das duas doses ao mesmo tempo.

Se a pessoa tomou uma das vacinas, qual o tempo para tomar a outra?
É recomendado um intervalo de 14 dias entre as duas vacinas.

Qual das vacinas deve ser tomada primeiro?
Para as pessoas que fazem parte do grupo prioritário para a vacinação contra Influenza e que ainda não foram vacinadas contra a COVID-19, deve ser priorizada a dose contra o coronavírus e agendada a vacina contra a Influenza, respeitando um intervalo mínimo de 14 dias entre elas.

Qual é o grupo prioritário na vacinação contra a gripe?
>> Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias)
>> Gestantes
>>Puérperas
>>Povos indígenas
>>Trabalhadores da saúde
>> Idosos com 60 anos ou mais
>> Professores das escolas 
públicas e privadas
>>Pessoas portadoras de 
doenças crônicas não transmissíveis e outras 
condições clínicas especiais
>> Pessoas com deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, Forças Armadas, caminhoneiros
>> Trabalhadores do transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários 
>> Funcionários do sistema prisional
>> Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas
>> População privada de liberdade

Fonte: Ministério da Saúde


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