A PM recebeu por telefone a denúncia de agressão física a uma mulher. Chegando ao local, os policiais encontraram a mulher aos prantos e assustada, informando que o marido a tinha agredido e ela o agrediu de volta com água fervendo, em legítima defesa.
Segundo depoimento da mulher, que não quis ser identificada, a convivência com o marido, de 47 anos, era bastante complicada. Eles estavam juntos há aproximadamente seis anos, mas o relacionamento era abusivo. A mulher relatou aos militares que o marido a humilhava verbalmente e teria chegado a agredi-la fisicamente enquanto estava grávida e também no período de resguardo.
De acordo com a PM, a mulher já havia registrado denúncias anteriores contra o marido por agressão, mas ela desistia de dar sequência à denúncia, pois ele sempre "se retratava" com ela após praticar as agressões.
A mulher também contou aos militares que o marido a chamava de doida e que ele sempre ameaçou tomar a guarda dos filhos. Segundo o depoimento dela, o casal estava discutindo, quando o homem a agrediu na cabeça com um soco e também verbalmente. Em legítima defesa, ela pegou a água que estava fervendo na cozinha e jogou no corpo do marido. "Só estava me defendendo, não tinha a intenção de matá-lo’’, afirmou.
Já o marido apresentou outra versão: "estávamos discutindo por problemas financeiros, ela foi até a cozinha, colocou uma água para ferver e eu estava deitado no sofá, do nada ela chegou próximo a mim e jogou a vasilha de água fervendo sobre o meu corpo’.’ Ele ainda relatou: "Me levantei imediatamente e ela estava com uma faca vindo em minha direção, sai correndo do apartamento para pedir socorro". Segundo ele, com a faca em mãos, a mulher o teria perseguido. "Ela é doida, faz tratamento contra arritmia cerebral", acrescentou.
De acordo com a mulher, o marido tinha vendido todos os aparelhos celulares dela e ameaçava os familiares que tentavam ajudá-la. Segundo ela, na hora da discussão, tentou pegar o aparelho celular dele para pedir ajuda, mas ele se recusou a entregá-la e saiu correndo do apartamento. Sem outra opção, ela desceu até a portaria do condomínio para pedir ao porteiro que ligasse para a polícia.
A PM informou que não foi confirmada a denúncia de agressão. O caso ainda está em investigação.
A mulher sofreu escoriações no pescoço e colo, foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venda Nova em Belo Horizonte, e liberada para prosseguir com a denúncia.
O homem foi levado para o Pronto Socorro do Hospital João XXIII e, segundo o hospital, teve queimaduras em 20% do corpo e ficará em observação por mais ou menos uma semana. Ele não corre risco de morte.
* Estagiaria sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira