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Estado de Minas Restrições

COVID-19: entenda por que Belo Horizonte teve de voltar à Lei Seca

Secretário Municipal de Saúde explica o porquê de o município anunciar proibição da venda de bebidas a partir desta segunda-feira (7/12)


04/12/2020 17:08 - atualizado 05/12/2020 08:15

Bares e restaurantes terão restrição a partir da próxima semana(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Bares e restaurantes terão restrição a partir da próxima semana (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

A partir da próxima segunda-feira (8/12), os bares e restaurantes de Belo Horizonte não poderão mais vender bebidas alcoólicas no período em que estiverem abertos. A determinação da prefeitura de Belo Horizonte atenderá a uma solicitação do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus na capital, que levou em conta o aumento da taxa de transmissão por infectado (Rt) para restringir a flexibilização das atividades. O horário de funcionamento dos estabelecimentos permanece o mesmo (até às 22h).
 
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a proibição da comercialização de bebidas é uma ação para evitar o fechamento total do comércio no período de maior faturamento. A PBH diz que seguirá monitorando os números na capital e não descarta liberar novamente os estabelecimentos a vender bebidas. Por outro lado, se os números piorarem, o próprio prefeito Alexandre Kalil (PSD) avisou que poderá adotar o lockdown.

“Quando pegamos as pessoas que estão sendo infectadas, há uma predominância muito grande de jovens entre 20 e 40 anos. O que elas têm de comum é que frequentaram festas clandestinas, familiares, foram a bares e restaurantes, onde fizeram uso de bebidas alcoólicas. Por causa do uso de bebidas, abandonaram o uso da máscara e do distanciamento social”, ressalta o secretário municipal de saúde, Jackson Machado Pinto, em entrevista ao Estado de Minas

Segundo eles, o descuido é o principal motivo da medida restritiva: “Depois dos encerramento dos bares, é comum ver as pessoas se aglomerarem sem máscaras nos postos de gasolina, por exemplo, nas lojas de conveniência, e ali continuam as festas até de madrugada. Então, são estas pessoas que ficam doentes e estão adquirindo o vírus para levá-los para suas casas, contaminando os mais velhos”.

Bares e restaurantes têm alto número de contágio, diz secretário


Esta é a primeira que o município adota uma medida mais branda para tentar controlar a COVID-19. Em julho, Alexandre Kalil determinou o fechamento de todas as atividades, desagradando as associações de empresários da capital mineira. Em seguida, aos poucos, a PBH lançou um plano de flexibilização da economia, liberando os setores aos poucos para voltar às atividades de forma normal. 

“Sabemos que é nos bares e restaurantes onde ocorre o maior número de contágio. Não é uma constatação só da Prefeitura de Belo Horizonte ou da Vigilância Sanitária, é uma constatação feita mundo afora”, diz Jackson Machado. “Obviamente, não é o consumo em si da bebida que causa a doença. Mas ela é um forte atrativo para que a aglomeração aconteça. Não queremos que as pessoas deixem de sair, não queremos que as pessoas deixem de ir ao restaurante. Elas podem se alimentar numa lanchonete, desde que tomem as medidas de distanciamento e ficando menos tempo”, acrescenta.

Atualmente, o número médio de transmissão por infectado está em 1,05 (estágio amarelo, intermediário), taxa considerada preocupante pelos infectologistas voluntários que integram o comitê. A ocupação de leitos de UTI (SUS + rede suplementar) para COVID-19 é de 45,7%, enquanto 45,7% das enfermarias (SUS rede suplementar) para COVID-19 estão sendo usadas na capital. 

Jackson diz que o município conta com leitos adicionais para atender a uma possível demanda: “É importante observar que não é apenas o crescimento das taxas de leitos de enfermaria e UTI que nos traz preocupação. Temos uma 'poupança'. Há alguns leitos que eram usados para COVID que retornamos para a retaguarda, que podem vir a ser usados novamente para COVID. Isso ocorreu de ontem para hoje. Nosso números estavam altos, mas com a reativação, os números caíram um pouco”. 
 

Resultados satisfatórios 


O secretário afirma que, ao fechar toda a cidade em julho, os resultados foram satisfatórios no controle do coronavírus: “Em julho, chegamos a fechar. Agora é uma medida aberta. Naquele momento, a medida adotada foi absolutamente eficiente. Houve diminuição do número de casos e essa estabilidade se manteve baixa até agora, em 10 de novembro. O processo de flexibilização da cidade continuou. Nessa semana passada, estava tudo quase como era antes da pandemia. Como algumas pessoas e poucos estabelecimentos não respeitaram as regras, e como não acreditamos que os justos tenham de pagar pelos pecadores, não fechamos os estabelecimentos. Fechamos bares que desrespeitaram as regras, mas é muito importante evitar aglomerações”.


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