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Estado de Minas PATRIMÔNIO RELIGIOSO

Revitalizada, Igreja da Boa Viagem volta a receber fiéis a partir de sábado

'Casa' da padroeira de BH abre as portas amanhã e domingo para celebrar restauração que devolveu cores originais ao interior do templo. Próximo passo é reformar a área externa


20/11/2020 04:00 - atualizado 20/11/2020 07:02

Os tons azulado e amarelo ocre, descobertos sob sete camadas de tinta aplicadas ao longo dos anos, voltam a reluzir por todo o templo, remetendo à abóbada celeste, à Virgem Maria e ao trigo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Os tons azulado e amarelo ocre, descobertos sob sete camadas de tinta aplicadas ao longo dos anos, voltam a reluzir por todo o templo, remetendo à abóbada celeste, à Virgem Maria e ao trigo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Duas cores originais descobertas sob sete camadas de tinta aplicadas durante quase um século definem bem a "casa" da padroeira de Belo Horizonte. Ornamentando o interior do Santuário Arquidiocesano da Adoração Perpétua – Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Região Centro-Sul da capital, estão o azulado, que remete à abóbada celeste e à Virgem Maria, e o amarelo ocre no tom do trigo, símbolo da Eucaristia.
 
"Nossa igreja é mariana e eucarística" afirma, com alegria, o reitor do santuário e titular da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, padre Marcelo Silva que, amanhã (21) e domingo 22 (veja o serviço), abre as portas do templo para a comemoração do término das obras internas de restauração realizadas nos últimos oito anos. No domingo, às 18h, Dia de Cristo Rei, o arcebispo metropolitano de BH e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, vai celebrar missa festiva.

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
A data não poderia ser mais especial para apresentação do restauro à comunidade, afirma padre Marcelo, que esteve à frente do trabalho e tem, na sequência, a missão final: as intervenções na parte externa, começando pela torre central, e mais os prédios anexos e a praça, sem interferência nas celebrações religiosas, incluindo os casamentos.

O templo, de quase um século, visto pelo lado de fora: novas intervenções vão começar pela torre central e passarão pelos prédios anexos e a praça(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
O templo, de quase um século, visto pelo lado de fora: novas intervenções vão começar pela torre central e passarão pelos prédios anexos e a praça (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
"Em 1937, no Dia de Cristo Rei teve início a adoração perpétua no santuário, então há uma tradição de 83 anos na cidade. A reabertura da igreja, fechada parcialmente desde janeiro e totalmente desde março devido à pandemia do novo coronavírus, coincide com data tão importante para os católicos do mundo inteiro", destaca o reitor. O padre lembra que o santuário reabre também para a adoração ao Santíssimo Sacramento – para participar presencialmente dos momentos de oração, o fiel deve se inscrever na secretaria paroquial.

Etapas

Jogos de cores e luzes de vitrais e rosáceas repletos de elementos artísticos ficam mais visíveis após a restauração(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Jogos de cores e luzes de vitrais e rosáceas repletos de elementos artísticos ficam mais visíveis após a restauração (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
O trabalho de restauro do santuário ocorre em etapas. O telhado, um dos pontos mais importantes para proteger a construção e o acervo, já foi reformado. Duas capelas laterais, que ficam no interior do templo, também foram restauradas, momento em que a equipe técnica envolvida nas obras descobriu as cores originais das paredes, barrados e relevos decorativos do santuário. A imagem da padroeira de Belo Horizonte, Nossa Senhora da Boa Viagem, do século 18, também foi restaurada num período de dois anos e meio. Os serviços estão a cargo do Instituto Yara Tupynambá e nas mãos da restauradora Carla Castro Silva.

Além das capelas internas, dedicadas a Nossa Senhora da Boa Viagem e ao Sagrado Coração de Jesus, a equipe restaurou o altar principal, o trono do Santíssimo Sacramento, a cúpula (torre interna de 36 metros de altura), a nave, o coro, as tribunas localizadas à direita e à esquerda, o calvário ( sala interna) e a cripta, onde bispos e arcebispos são sepultados, a exemplo do pioneiro na Arquidiocese de BH, dom Antônio dos Santos Cabral (1884-1967), dom João Resende Costa (1910-2007) e do cardeal dom Serafim Fernandes de Araújo (1924-2019). Os elementos artísticos chamam a atenção, especialmente os vitrais.
 
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Os serviços são conduzidos a partir de doações de pessoas físicas e jurídicas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, assim como doações espontâneas de paroquianos e amigos do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem e eventos organizados pela comunidade paroquial.
 
Para o reitor, trabalhar na Igreja Boa Viagem significa estar numa escola de espiritualidade e fé. Ele chama a atenção para a necessidade de se valorizar cada vez mais o patrimônio. "A Boa Viagem é uma catequese viva e também evangeliza pela arte. Portanto, nós, padres, precisamos preservar nossos acervos."

História

Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja Boa Viagem, chamada de catedral provisória, tem uma trajetória que vai muito além de quase um século de fundação. Padre Marcelo Silva diz que “é preciso lembrar que a história da capital surgiu com a imagem que estava na capela original, em torno da qual nasceu o arraial, formou-se a vila e cresceu a capital. São mais 300 anos”.
 
Então, para entender melhor a história é preciso voltar no tempo, mais precisamente ao século 18. Em 1709, o português Francisco Homem del Rey conseguiu autorização da Coroa portuguesa, por meio de cartas de sesmarias, e se estabeleceu na região onde hoje se encontra Belo Horizonte.
 
Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico. Para homenageá-la e proteger a imagem, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau a pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela região transportando riquezas do interior do país, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida também como a padroeira dos viajantes.
 
Com o passar dos anos e a enorme devoção dos fiéis, a capelinha ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi construída uma igreja maior. Mas, com a construção da capital, foi necessário erguer um novo templo – o atual Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem.


SERVIÇO

Programação presencial

Amanhã
18h15 – Celebração eucarística

Domingo
Horário das celebrações: 7h, 8h30, 11h, 18h e 20h (presidida pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo)

Necessário agendamento na secretaria paroquial, que fica na Rua Sergipe, 175, bairro da Boa Viagem, na Região Centro-Sul de BH. Horário: das 8h às 16h30. Telefones (31) 98402-7674 ou 98406-1028.

Adoração do Santíssimo Sacramento

A adoração presencial do Santíssimo Sacramento na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem será realizada de manhã (das 9h às 18h) e à noite (das 20h às 21h). Nos outros horários, o fiel poderá fazer a sua oração a partir do canal no YouTube do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua.


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