
A contratação dos profissionais, pelo prazo de dois anos, faz parte de um acordo firmado entre a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Vale.
O rompimento da barragem liberou cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos em municípios da bacia do Rio Paraopeba. Os prejuízos causados à agricultura e à pecuária local ainda são sentidos, além da perda de centenas de vidas e dos imensos danos ambientais. O desafio dos profissionais contratados envolve, sobretudo, propor alternativas para a atividade agropecuária nas regiões atingidas.
A equipe é composta por oito pesquisadores e três técnicos agrícolas que vão ficar no Campo Experimental da Epamig em Prudente de Morais, município localizado a aproximadamente 100 km de Brumadinho. Os profissionais serão responsáveis por desenvolver projetos aplicados na área de piscicultura, bovinocultura, olericultura e floricultura.
O diretor de Operações Técnicas, Trazilbo de Paula, conta que a empresa possui duas frentes de atuação no acordo entre a Seplag e a Vale, para desenvolver pesquisas e atuar na transferência de tecnologias agropecuárias. A primeira é justamente a contratação de pesquisadores e técnicos. Já a segunda compreende o repasse de recursos para a execução dos projetos.
Durante a realização das atividades, o diretor prevê a interação direta da Epamig com empresas privadas, associações de produtores e órgãos municipais. Haverá, ainda, contato direto com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e suas vinculadas Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-MG) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), além de outras instituições parceiras no desenvolvimento de pesquisas agropecuárias.
"A Epamig vê a chegada desses profissionais como oportunidade de contribuir expressivamente no processo de retomada das atividades agropecuárias na região do Vale do Paraopeba, seja com a adaptação de tecnologias já existentes, seja com o desenvolvimento de novas tecnologias. Para esse trabalho esperamos uma forte interação dos nossos pesquisadores com as Secretarias de Agricultura dos municípios da região, com as prefeituras e demais instituições, associações e empresas", destaca.
Potencial competitivo
Na tarde da última segunda-feira (9), os profissionais contratados se reuniram com a Diretoria-Executiva da Epamig em Belo Horizonte. No encontro, a presidente da empresa, Nilda Soares, destacou a importância do trabalho de pesquisa da empresa para recuperar o potencial competitivo da região de Brumadinho e oferecer novas fontes de renda para as famílias do Vale do Paraopeba.
A chefe da Epamig Centro-Oeste, Juliana Simões, afirma que todos os esforços serão feitos para que as tecnologias aplicadas pelos pesquisadores estejam de acordo com as reais necessidades dos moradores de Brumadinho e região. Juliana destaca, ainda, que as construções de projetos serão interativas e as participações de agricultores, empresários locais e instituições parceiras serão constantes.
"O trabalho que faremos com os municípios e as famílias atingidas pelo rompimento da barragem é um trabalho muito nobre e de muita responsabilidade. Temos plena consciência disso. Uma das metodologias que vamos utilizar será a implantação de Unidades Demonstrativas nos municípios, sempre com respeito à diversidade dos agricultores e suas propriedades, bem como às tradições locais de clima, solo e culturas", afirma.
As ações serão divulgadas nos canais de comunicação da empresa, ao longo dos meses, que é vinculada da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz