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Estado de Minas COVID-19

Casos graves de COVID-19 em crianças e adolescentes chamam a atenção de especialistas

Além de longas internações, infecções pelo coronavírus podem gerar sequelas


27/08/2020 10:30 - atualizado 27/08/2020 15:09

Leitos intensivos em ala pediátrica (foto: Gabriel Jabur )
Leitos intensivos em ala pediátrica (foto: Gabriel Jabur )

Relacionada à infecção pelo coronavírus, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), já causou 10 mortes no país. Nessa quarta-feira (26) a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) emitiu uma nota técnica determinando a notificação imediata obrigatória de casos suspeitos. Minas Gerais já registra 16 notificações da síndrome, sendo oito casos confirmados.

 

A SIM-P pode levar à casos graves de insuficiência respiratória, cardíaca e doença renal aguda. Os sintomas da doença incluem febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, e edemas em pés e mãos.


A enfermeira Amanda Reis passou por um grande susto quando o filho de 3 anos contraiu a COVID-19. “Ele começou com febre de 40 graus, prostrado e vomitando. Apesar de medicado, não estava melhorando. Dois dias depois, ele foi internado”, conta a mãe.

 

O filho de Amanda apresentou todos os sintomas da SIM-P. “Ele estava com conjuntivite, com os pés e mãos inchadas e com as coronárias inflamadas”, lembra Amanda. Após dois dias internado na enfermaria, a criança foi transferida para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI).

 

“A inflamação no coração não estava melhorando. No CTI ele começou a tomar imunoglobulina, além do ácido acetil salicílico. Em três dias, já estava melhor”, relata a mãe da criança.

O garoto ficou, ao todo, 13 dias internado.

 

A mãe explica que a criança continua com sequelas da doença. “Nós estamos fazendo acompanhamento com cardiologista. Ele ainda está tomando medicamentos”, diz. “Não imaginava que isso poderia acontecer com ele. Ele sempre foi saudável.”

 

A médica especialista em cuidado intensivo neonatal e pediátrico, Alessandra Sinhoroto, explica que algumas comorbidades podem levar à casos mais graves da COVID-19: “Crianças e adolescentes com sequelas neurológicas, insuficiência renal e respiratória são mais suscetíveis à complicações”.

 

“Temos diagnosticado também casos de encefalite relacionados ao coronavírus”, relata a especialista. Além dos sintomas agudos, a COVID-19 ainda pode gerar sequelas a médio e longo prazo: “Alguns pacientes vão ter que fazer tratamentos por 6 meses ou mais após a alta”.

Casos em adolescentes

Adolescentes também podem desenvolver casos graves da COVID-19. A filha de 13 anos de Hermes Antônio Siqueira continua fazendo tratamento com anticoagulantes mesmo após se curar do novo coronavírus.

 

Hermes conta que a filha possui insuficiência renal crônica desde criança: “Por causa da condição dela, desde o início da pandemia, ela ficou isolada em sítio da família”.

 

Porém, a saudade da família apertou, e a jovem decidiu visitar os pais em Belo Horizonte. “Ela acabou pegando. Começou com diarreia, vômito, ela ficou inchada”, lembra Hermes.

A garota passou sete dias na UTI devido a um caso grave de trombose.

 

“Ela está bem, mas vai ter que fazer um tratamento longo com anticoagulantes. Além disso, ainda não consegue sentir cheiro e nem gosto”, diz o pai da adolescente.

Cuidados importantes

É comum ouvir nas ruas que crianças e adolescentes são mais resistentes à COVID-19. Não é raro ver crianças caminhando sem máscara ao lado dos pais, e adolescentes se expondo ao vírus em festas e outras aglomerações.

 

O epidemiologista Unaí Tupinambás alerta para os riscos que a exposição de crianças e adolescentes ao novo vírus podem trazer: “Os casos graves nessas faixas etárias são menos comuns, mas crianças e jovens podem se infectar tanto quanto adultos e idosos”.

 

O especialista ainda lembra que a população mais jovem age como um importante vetor na disseminação do vírus. “Eles podem transmitir a doença para os pais e avós, que são mais suscetíveis a complicações”, explica.

 

“Crianças e adolescentes devem tomar os mesmos cuidados que o resto da população. O uso de máscaras e do álcool em gel deve ser rotina para eles também”, diz o médico.

O epidemiologista alerta, porém, que máscaras não devem ser usadas por crianças menores de 2 anos.

 


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