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Estado de Minas TRANSPORTE PÚBLICO

Passageiros se revoltam com redução na circulação de ônibus em BH

Decreto municipal determina horário especial aos domingos e feriados; população da capital mineira é surpreendida com mudança e alega não ter como se locomover pela cidade


postado em 12/07/2020 14:00 / atualizado em 12/07/2020 17:10

Usuários nos pontos a espera de ônibus, maioria desconhece a medida de restrição de horário(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Usuários nos pontos a espera de ônibus, maioria desconhece a medida de restrição de horário (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Revolta, indignação e desinformação. Muitos moradores de Belo Horizonte foram surpreendidos neste domingo com a falta de ônibus circulando pelas ruas e corredores da cidade. De acordo com o Decreto Municipal nº 17.383, as linhas de ônibus só vão rodar neste domingo das 6h às 9h59 e das 16h às 19h59. As linhas alimentadoras circulam até às 20h59. Os ônibus intermunicipais só seguem rodando em direção às cidades da Grande BH, como Nova Lima e Sabará.

Com a determinação, muitas pessoas estavam perdidas e sem entender tanta demora nos pontos de ônibus de BH, principalmente na Região Central. A reportagem do Estado de Minas circulou por algumas áreas da cidade e percebeu a desinformação e indignação dos usuários.
 
A maioria das pessoas reclama do decreto, especialmente aquelas que trabalham no fim de semana, inclusive, aos domingos. Muitas foram trabalhar cedo e não conseguiram retornar para casa.

André Luiz Vaz, de 46 anos, carregador na rodoviária, começou a trabalhar às 5h e encerrou o serviço às 12h. No ponto da Avenida Amazonas, em direção ao Bairro Tupi, ele soube pela reportagem que só haveria ônibus às 16h. "A medida até pode ser boa, mas deveria ter sido mais divulgada. Não pensaram em nós, em quem trabalha. E aí, fica difícil, não é? Minha folga é na terça-feira, só saio para trabalhar. O que farei agora? Complicado." 
 
André Luiz Vaz, carregador na rodoviária, começou a trabalhar às 5h e encerrou o serviço às 12h(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
André Luiz Vaz, carregador na rodoviária, começou a trabalhar às 5h e encerrou o serviço às 12h (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Para André Luiz, antes de reduzir tanto o horário de circulação de ônibus, o governo "deveria encontrar uma maneira de pesquisar o horário de quem trabalha e distribuir melhor e não parar tudo de uma vez. Agora, vou ter de gastar com o uber o que não posso. E assim mesmo, só até uma parte do caminho até minha casa." 

"RADICAL E DESPROPORCIONAL" 

Em outro ponto na Avenida Afonso Pensa, entre as ruas São Paulo e Caetés,  Júlio César Rodrigues do Carmo, de 40 anos, técnico de segurança, também não sabia da mudança: "Cheguei para a missa das 7h e estava tudo normal. Não sabia da paralisação. Moro no Bairro Santo André, agora, ou volto para casa de uber, gastar um dinheiro que não posso, ou vou à pé. E, se tiver sorte, tentar rachar a corrida com alguém".

Júlio César Rodrigues do Carmo, técnico de segurança, não sabia da mudança. Foi à missa e não tinha como voltar para casa(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Júlio César Rodrigues do Carmo, técnico de segurança, não sabia da mudança. Foi à missa e não tinha como voltar para casa (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 
Para Júlio César, a medida foi "radical, desproporcional". E ele desabafa: "Tenho ficado em casa o quanto posso. Mas, na verdade, se fico em casa morro de fome, se vou para a rua corro o risco de me contaminar".
 
Nos pontos com movimento, muitos taxistas passavam oferendo corrida e, muitos, aceitando dividir a corrida e levar mais pessoas. Uma forma de ajudar quem estava no sufoco, como mães com crianças, idosos, pessoas com deficiência. Muitos, com raiva, nem quiseram dar depoimento. Mas se diziam revoltados.

A medida faz parte de ações para reforçar o isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus, ainda mais diante do disparo de número de casos e mortes em Minas e na capital. Mais uma forma das pessoas entenderem que só é para sair de casa se for extremamente necessário. Para quem não tem alternativa. Mas é necessário ajustes.

O QUE DIZ A BHTRANS

 
A assessoria de comunicação da BHTrans reforçou o que está determinado no decreto 17.383, publicado no Diário Oficial do Município do dia 7/07/2020. A operação dos serviços de transporte coletivo será realizada aos domingos e feriados, entre 6h e 9h59 e entre 16h e 19h59, exceto as linhas alimentadoras que irão operar até 21h.

Conforme a assessoria, "todos os dias a operação do sistema é analisada, inclusive com reuniões diárias entre a BHTRANS e os consórcios que operam o transporte coletivo municipal, onde são repassadas as adequações necessárias para garantir o atendimento aos usuários."

E destacou ainda que "foram afixados cartazes nas estações de transferência e de integração, além do sistema de som nas estações com informações aos usuários. Os agentes da BHTrans também estão nas estações orientando os passageiros."

A assessoria lembrou também ainda que "é fundamental que os passageiros registrem as reclamações por meio do fale conosco no portal pbh.gov.br ou avaliem as viagens do transporte coletivo por meio do PBH APP para melhor direcionar as equipes de fiscalização. Os usuários podem acessar os aplicativos  SIU Mobile, BHBUS +, Moovit para ter informações sobre os horários do seu ônibus."    
  
 
 
 


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