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Estado de Minas HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

Servidores do Galba Velloso são realocados e incerteza sobre futuro do hospital preocupa

Sindicato promoveu uma assembleia para discutir a situação e levar reivindicações para a Fhemig, mantenedora da unidade


23/06/2020 11:15 - atualizado 23/06/2020 12:54

Hospital Galba Velloso
Servidores se reuniram nessa segunda (22) para discutir a situação (foto: Divulgação/Asthemg Sindpros)
A realocação de 270 servidores é o novo motivo para preocupação de equipes do Hospital Galba Velloso (HGV), referência em atendimentos psiquiátricos na capital. A decisão partiu da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), após diversos impasses que já se delongam desde março.

Uma assembleia foi mobilizada por lideranças sindicais para discutir a situação. "Servidores foram realocados para outros hospitais da rede Fhemig sem critério, sem discussão, sem preparo. Muitos, que eram da psiquatria, vão atuar com pacientes clínicos em locais como João XXIII, Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek para tratamento da COVID-19, sem nenhuma experiência ou treinamento", afirma Carlos Martins, diretor da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg).

A associação sindical questiona a decisão do governo e espera diálogo. "A gente espera é que, se querem aproveitar esses profissionais, que reciclem, treinem. Isso traz prejuízos para o servidor e para os pacientes, que serão submetidos a profissionais não capacitados a aquele tipo de atendimento", completa.

A Asthemg produziu um documento solicitando formalmente a anulação da publicação de transferência dos servidores e uma reunião para que o destino desses trabalhadores seja discutido com base em "critérios técnicos".
 
Entre os profissionais realocados estão médicos, técnicos de enfermagem, técnicos de radiologia, fisioterapeutas, administrativos entre outras especialidades. 

Destino incerto

A situação do Galba Velloso está incerta desde o início da pandemia do novo coronavírus em Belo Horizonte. Logo de início, o governo afirmou que utilizaria a unidade exclusivamente para o tratamento da COVID-19, o que gerou contestação de especialistas e do Ministério Público

Após impasses judiciais, ficou definido, em abril, que a unidade seria exclusiva para "tratamentos de baixa complexidade" de COVID-19 - o que ainda não foi iniciado, mesmo com os pacientes da psiquiatria já tendo sido realocados para o Instituto Raul Soares, outra unidade especializada.

"O Galba Velloso não tem estrutura para receber pacientes de COVID-19, que requer uma estrutura mais complexa de rede elétrica e hidráulica. Precisa de uma grande reforma, o que é oneroso, demorado e ainda nem foi iniciado", comenta Martins.

Falta de atendimento psiquiátrico

A falta de locais para atendimento de pacientes com problemas psiquiátricos é outro fator que preocupa as equipes do Galba Velloso.

"O [Instituto] Raul [Soares] não suporta sozinho todo o atendimento de psiquiatria. Já tivemos relatos de pacientes sendo recusados na porta por superlotação. Sem o Galba, a população vai acabar ficando sem alternativa psiquiátrica e sem hospital clínico pro coronavírus", argumenta o diretor da Asthemg.

Fhemig explica

Em nota, a Fhemig explica que a realocação aconteceu com o "objetivo de compor equipe na busca de maior resposta na assistência aos pacientes na linha de frente do enfrentamento à pandemia". A ação faz parte da terceira fase do Plano de Capacidade Plena Hospitalar (PCPH)

Completa, ainda, que todos os servidores "receberão treinamentos dedicados a cada área de atuação para garantir assistência robusta e qualificada e terão todos os seus benefícios mantidos".

Ainda segundo a Fundação, as obras estruturais serão iniciadas no Galba Velloso, "com o objetivo de oferecer os leitos de retaguarda" e ainda não começaram por estarem realizando uma transferência "gradual, responsável e humanitária" dos antigos pacientes para o Instituto Raul Soares, que somente foi concluída no último sábado. Garante, também, que, no momento, a unidade suporta toda a demanda de atendimento de psiquiatria.

"Por ser uma das maiores redes hospitalares do país, a Fhemig se esforça para organizar e garantir estrutura e recursos necessários ao suporte à rede pública de saúde estadual", conclui a nota emitida pela Fundação.
 
 
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira 


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