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Estado de Minas PANDEMIA

'COVID-19 vai ficar entre a gente por muito tempo', afirma infectologista

Unaí Tupinambás ainda comentou que a vacina para o vírus pode demorar mais de dois anos para ficar pronta


postado em 22/06/2020 22:03 / atualizado em 22/06/2020 22:44

A transmissão ao vivo contou com a participação de uma interprete de libras(foto: Reprodução YouTube)
A transmissão ao vivo contou com a participação de uma interprete de libras (foto: Reprodução YouTube)
 

“Vamos ter que viver com esse vírus por um tempo”, afirmou o infectologista Unaí Tupinambás em uma live no canal Horizontes da Educação. Pela dificuldade de encontrar uma medicação eficiente ou uma vacina, Tupinambás conta que a pandemia pode se prolongar por mais tempo do que o esperado.

 

Diferentemente do que ocorre em países como China, Reino Unido, Alemanha e Japão, a curva de contágio do Brasil continua crescendo. O número de brasileiros infectados pelo novo coronavírus está em linha crescente. E o país ainda não chegou ao pico . A live foi produzida pela Horizontes Educação e contou, além de Tupinambás, com a participação da virologista Amy L. MacNeill e do microbiologista Flávio Guimarães.

 

Segundo Tupinambás, somente a vacina conseguiria parar a pandemia. Entretanto, pode demorar dois ou três anos. “Outra opção seria um antiviral. Já que não deixa a pessoa morrer e também não permite que passe o vírus para frente”, comenta. Apesar dos estudos e das testagens, o infectologista afirma que a produção e a distribuição pode demorar. “O problema vai ser o acesso por conta do produto. Nem mesmo a China tem a capacidade de produzir uma grande quantidade de vacinas”, explica.

Além da China e do Reino Unido, os Estados Unidos também estão desenvolvendo um estudo para a vacina. A professora americana Amy L. MacNeill conta que pesquisadores norte-americanos estão testando, em ratos, a possibilidade de um anticorpo eficaz.  No estado do Colorado, as pesquisas estão sendo presenciais nos laboratórios de universidades.


Para ter mais controle da pandemia do novo coronavírus, as medidas preventivas precisam ser seguidas. “Como a gente não tem vacina nem medicamentos, o que nos resta são as medidas não farmacológicas”, afirma Tupinambás. Essas ações são distanciamento social, quarentena dos pacientes e seus contatos, uso massivo de máscara pela população, reforço da higiene geral e o isolamento social. “O isolamento é a medida mais potente, porém com muitos efeitos colaterais econômicos e pessoais”, comenta o infectologista. Outro ponto bastante eficaz para controlar a transmissão do vírus é o uso massivo das máscaras pela população.“Quando a pessoa coloca a máscara, ela protege o outro”, comenta.


Apesar da dificuldade, o infectologista reconhece que o isolamento social, em Minas Gerais, pode estar trazendo resultados. “Aqui em Belo Horizonte, a gente deve continuar com essa tendência. Esse tipo de abordagem que está sendo feita aqui, parece estar funcionando. Mas, mais do que nunca, as pessoas devem respeitar”, comenta. Tupinambás explica que podemos começar a flexibilizar a quarentena, porém devemos usar máscaras, respeitar o distanciamento social e evitar aglomerações. “Não é o momento para festa mas temos que sair da ‘caverna’. Não podemos ficar em casa esperando a vacina”, afirmou o infectologista.


Com base em orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o infectologista destacou os critérios mais importantes a serem considerados para afrouxar o isolamento social. O primeiro aspecto a ser considerado é o controle da transmissão do novo coronavírus. “A transmissão não está controlada nem em Minas, nem no Brasil”, relatou Tupinambás.

O segundo ponto é a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de detectar, testar, isolar e tratar as pessoas com COVID-19 e os seus contato mais próximos. Além disso, é necessário um controle dos surtos. “A gente lembra do surto dos frigoríficos, no Rio Grande do Sul, e em uma escola, em Barbacena”, pontuou.


São necessárias medidas preventivas de controle de ambientes de trabalho, escola e outros lugares com grande aglomeração. “Temos que propor uma saída das quatro paredes”, comenta o infectologista. Tupinambás ressalta que em ambientes como a Universidade Federal de Minas Gerais, com muita circulação de ar, pode voltar a funcionar caso fique em ambientes abertos. Outro aspecto é manejo adequado de possíveis novos casos importados.


O último ponto é a participação da sociedade. “A comunidade tem que estar informada e engajada com as medidas de higiene e as novas normas”, explica Tupinambás. Segundo o infectologista, as medidas preventivas devem continuar e serem discutidas. “Parece que a SARS-coV2 vai permanecer durante muito tempo entre a gente. E deve entrar para a nossa lista de doenças respiratórias”, explica.  

Educação

Apesar de não não haver previsão para a reabertura das escolas, Tupinambás explica que é necessário discutir a volta gradativa de estudantes às aulas presenciais. “A gente pode estar trazendo mais malefícios do que benefícios para a sociedade”.

Na visão dele, as escolas devem dar prioridade para aqueles com maior vulnerabilidade social quanto às aulas presenciais. Para Tupinambás, as escolas deveriam dividir as turmas para que se tenha menos alunos em uma sala.

Outra solução seria estabelecer horários diferentes para entrada e saída.


Uma sugestão é que as escolas conversem com os professores e funcionários e explique como será o “novo normal”. “O importante é educar a nossa população”,afirmou.

Tupinambás ainda reforçou a necessidade de um protocolo sanitário para reabrir as escolas. “É preciso manter o fluxo de limpeza do espaço e dispor de fácil acesso para a limpeza das mãos. Temos que propor o uso de protetores faciais em alunos mais novos”, explicou o infectologista".

Manifestações

A professora americana e virologista, Amy L. MacNeill, contou na transmissão ao vivo que ainda não se tem um estudo comprovando se os protestos podem aumentar os casos do novo coronavírus no Estados Unidos. “Essas manifestações são extremamente necessárias para a nossa sociedade, porém eu tenho um certo medo do que isso pode fazer com a nossa curva”.

 

*Estagiária sob supervisão de Marcílio de Moraes


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