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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Inscrições para o Enem começam nesta segunda; educadores pedem adiamento

Provas presenciais devem ocorrer em 1º e 8 de novembro. Educadores da rede particular e privada de Minas Gerais comentam sobre a manutenção do exame diante da pandemia do novo coronavírus


postado em 11/05/2020 18:51 / atualizado em 11/05/2020 19:35

(foto: Freepik/ reprodução)
(foto: Freepik/ reprodução)
As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 foram abertas nesta segunda-feira em meio a uma série de pedidos de adiamento. Isso devido às dificuldades que os jovens devem encontrar no exame deste ano, principalmente, considerando as disparidades que podem se tornar ainda maiores entre estudantes de escolas públicas e particulares. As provas presenciais devem ocorrer em 1º e 8 de novembro. Educadores da rede particular e privada de Minas Gerais comentam.

O governo Romeu Zema (Novo) paralisou as atividades nas escolas estaduais em 18 de março para conter a proliferação do novo coronavírus, causador da COVID-19. A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano, defende o isolamento social mas, aponta que com a suspensão os alunos serão muito prejudicados no exame. 

“Não temos que discutir as condições de concorrência entre alunos da escola pública e privada. Mas, sim, debater o adiamento do Enem. O Enem precisa ser adiado. Os estudantes não estão tendo acesso adequado à educação em situação em que nós estamos enfrentando uma pandemia de coronavírus em proporções planetárias”, sustenta. 

Ela critica duramente a decisão do Ministério da Educação (MEC). “Trata-se de uma irresponsabilidade e de uma falta de conhecimento do que que significa o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cada estudante, seja da rede pública ou da rede privada”, acrescentou.

Denise Romano acredita que a solução para a educação diante do isolamento social não é a aula on-line. “A modalidade à distância exclui a grande maioria dos estudantes. Descaracteriza o processo de ensino e aprendizagem na escola – que é um processo dialético, de construção coletiva”, afirma.

O processo de educação que a secretaria de estado de educação quer implementar – de aulas remotas ou de reabertura das escolas para a entrega de material ou etc – com a estrutura que existe em Minas, o tamanho do estado, a quantidade de escolas e a diversidade de regiões não é possível ser feito sem a quebra do isolamento social, de acordo com Denise. “A gente precisa cuidar é da manutenção do isolamento”, pontua.

Priscila Pereira Boy, pedagoga, diretora da Priscila Boy Consultoria, afirma que vivemos um momento atípico, no qual temos múltiplas realidades de estudantes. “Temos alunos com uma condição socioeconômica boa, acesso à internet, pais escolarizados e que estudam em escolas privadas, que estão dando suporte maravilhoso para eles. Mas, também, temos o universo dos alunos que não têm esse privilégio. Que mora em comunidades, mais pobre e que, às vezes, não tem o celular potente que possibilita baixar materiais enviados pela escola. O aluno sem dispositivo ou que não sabe lidar com a rede. Também temos o aluno com pais de baixa escolaridade que não vão dar o apoio preciso”, descreve.

Por conta dessas diferenças, ela acredita que a desigualdade social vai se agravar nesta prova: “Trata-se de uma diferença social que já existe no país, mas vai se agravar mais ainda. Muitos alunos não vão ter as mesmas possibilidades de estudo, de acesso, muito menos ainda na modalidade virtual. Isso já é realidade, esse problema já existe. Mas, esta prova, vai aprofundar ainda mais a distância entre os grupos dos que têm acesso, têm os privilégios, e os dos que não têm”.

Escolas particulares

Já Zuleica Reis, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), explica que as escolas particulares no Estado são diversas, assim como seus projetos pedagógicos, o número de alunos, a localização, a situação econômica. “Tendo em vista essa diversidade, o Sinep-MG não orienta a escola a adotar um método ou outro para reduzir os prejuízos neste tempo de pandemia, mas fazer todo o possível para garantir a aprendizagem dos estudantes. As instituições de ensino são livres para adotar a metodologia que acharem mais adequada para o ensino e a aprendizagem”, disse.

Ela explica que os alunos das escolas particulares possuem mais familiaridade com as tecnologias que os estudantes das escolas públicas – o que é um indicativo de desigualdade. Segundo o Censo Escolar 2018, 94% das escolas particulares de Minas Gerais têm acesso à internet e 86% têm banda larga. Nas públicas, 80% tem acesso à internet e 67% à banda larga.

“Quanto ao Enem, tendo em vista a diversidade das escolas no Estado, não há consenso quanto a essa questão. Existem educadores que acreditam que a manutenção do Enem poderia apenas privilegiar alunos com melhor renda e acesso à tecnologia; outros defendem que a prova seja realizada em várias datas neste ano; outros acreditam que os alunos que estão estudando não devem ser prejudicados. As opiniões são divergentes e, como representamos milhares de escolas, não é possível posicionar de forma consensual”, informou a presidente do Sinep-MG.

Enquanto isso... 


O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) convida toda a categoria para reiterar nas redes sociais do governador a cobrança pelo pagamento dos salários de abril. Isso porque, segundo a categoria, Romeu Zema ainda não apresentou data de pagamento em maio e cerca de 50 mil profissionais nem sequer receberam o 13º de 2019.



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