(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pesquisa aponta população da Grande BH com medo do coronavírus e dos irresponsáveis

Estudo realizado pelo Instituto Olhar/Netquest/Crisp/UFMG mostra que moradores de BH temem pela contaminação e pelo desleixo alheio


postado em 04/05/2020 04:00 / atualizado em 04/05/2020 08:08

Enquanto uns se preocupam em tomar cuidados, como uso de máscara, outros agem como se nada estivesse acontecendo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Enquanto uns se preocupam em tomar cuidados, como uso de máscara, outros agem como se nada estivesse acontecendo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )

A população da Grande BH está com mais medo de se contaminar pela COVID-19, percebe ser essa uma doença muito grave e parte desse sentimento pode estar vindo de uma sensação de que as pessoas ao seu redor não estão tão comprometidas com as medidas de afastamento social. Os impactos econômicos já são sentidos, mas a disposição de se afastar para prevenir o contágio continua alta. Essas são algumas das tendências apontadas pela quarta semana da pesquisa “Termômetros da Crise COVID-19”, realizada pelo Instituto Olhar/Netquest/Crisp/UFMG e divulgada pelo Estado de Minas. Neste levantamento, de 23 a 28 de abril, as pessoas ouvidas emitiram notas de 0 a 10 traduzidas depois em termômetros com os parâmetros de apoio ao isolamento social, medo do novo coronavírus (Sar-Cov-2), desempenho dos governos no enfrentamento à pandemia e comprometimento econômico.



Em alta na Grande BH, a adesão pessoal ao isolamento social como política de enfrentamento à infecção chegou a 9,7 nesta quarta semana, a sua maior nota, contra 9,6, 9,5 e 9,4 das etapas anteriores. Uma ascenção é observada também na percepção da gravidade da doença, que marcou 8,5 pontos, ante os anteriores 8,2, 8,2 e 7,6. O receio de ser contaminado (7,2) e o de que um familiar ou amigo se infecte (8,9), também foram os maiores das quatro amostragens. O contraste, contudo, é que as mesmas pessoas percebem que os demais estão fazendo cada vez menos a sua parte, com um comprometimento ao isolamento de nota 7,8, a menor da série, e que nas semanas anteriores foi de 8, 8,1 e 8,2. O que pode sugerir o temor de o contágio vir das atitudes dos outros.

“Ao mesmo tempo que a pessoa diz que está comprometida e apoia, quando sai eventualmente vê cada vez mais gente na rua. Muitos afirmam serem rígidos, mas quando aparece uma tarefa, saem para cumprir mesmo não sendo algo essencial. Vemos, também, aqueles que deixam suas casas para correr, se exercitar e acham que estão sendo comprometidas com o afastamento, na medida que não param para ter contato individual com outros no caminho. Isso é percebido como uma não adesão pelas demais pessoas e uma atitude que pode disseminar a doença”, avalia o sócio-diretor do Instituto Olhar, professor Matheus Lemos de Andrade, que é doutor em administração.
 


Aumentou o percentual de pessoas que declararam exercer atividade essencial, que era de 11,4% na terceira semana e subiu para 17,1%. As pessoas que informaram fazer um isolamento irrestrito está no menor patamar, de 8,3%, contra 13,5% da semana anterior, 13% da segunda semana e 15,3% da semana inicial de afastamento. A proporção de pessoas que dizem sair apenas para atividades essenciais é o maior, concentrando 70,3%. O registro de pessoas que não adotaram qualquer forma de isolamento é o mais baixo, com 0,6%.



Permanece alta a disposição para se manter em isolamento, caindo numericamente de 16,8 semanas na terceira entrevista para 15,4 nesta quarta, o que é basicamente o mesmo patamar, uma vez que as perguntas foram feitas sete dias depois e levam ao mesmo limite de tolerância, até o dia 4 de julho. Os mais ricos continuam com a menor disposição de se afastar, com a estimativa média da classe A sendo de 11,4 semanas, contra 13,2 da classe B, 16,2 da classe C e 16,8 das classes D e E. A capital mineira mantém o maior índice de adesão a essa política de distanciamento, com nota 8,8 contra 8,5 da Grande BH.
 
Dos entrevistados pelo levantamento, 80,6% afirmaram conhecer pelo menos um doente, sendo que o número médio de doentes conhecidos é de 2,2. “É um índice que poderia ser muito maior, pois, há pessoas com os sintomas que não são testadas se não apresentam quadros graves”, observa o diretor do instituto de pesquisa. As mulheres temem mais a doença, classificando esse temor com nota 8,6 contra 7,8 dos homens.
 
A faixa etária que mais teme não é a de maior risco pela idade, com as pessoas entre 45 e 59 anos marcando 8,8 pontos da escala de medo, enquanto os entrevistados acima de 60 anos exprimiram uma nota de 8,1, a mesma de quem tinha de 30 a 44 anos. A classe social A é a de menor temor, de 5,9, enquanto a classe B marcou 8, a classe C apontou 8,5, e as classes D e E se disseram com mais medo, com nota 8,6. Na Grande BH o medo é maior, de 8,4 contra 8,1 na capital mineira.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)