Em janeiro, Belo Horizonte registrou médias históricas de chuva e muitas famílias sofreram com deslizamentos de encostas, alagamentos, perda de bens materiais, entre outros. Eunice Costa faz parte de um grupo de moradores de Belo Horizonte que teve de sair de casa por um tempo. Uma forte chuva derrubou o muro de arrimo da cas, na Rua Bartolomeu Ruiz, no Bairro Taquaril, onde a costureira vive com o marido, a filha e a neta. De lá pra cá, a família tem se esforçado para conseguir realizar uma reforma para reparar o problema. "Não temos pra onde ir. Aqui é a nossa casa", explica a artesã, que viu as coisas ficarem ainda mais difíceis em meados de março, quando a pandemia colocou a população em estado de alerta.
As sete máscaras que costurou para Raquel foram as primeiras da vida de Eunice, depois de ver vídeos na internet ensinando a fazer e ler as recomendações para confecção do Ministério da Saúde, a artesã fez máscaras também para a família; o marido, faz hemodiálise, os filhos e as netas. Uma vizinha, vendo os produtos, pediu que Eunice vendesse mais pares, e assim, de vizinho em vizinho, a artesã foi fazendo uma clientela. "Metade eu doei para quem precisa pois, é dando que se recebe né", cita o dito popular com o sorriso escondido pela máscara azul clara que estava usando enquanto dava a entrevista.
