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Estado de Minas

Modelo de ensino a distância é desafio durante a pandemia do coronavírus

Rede pública de Minas traça estratégias para aulas no isolamento social. Escolas privadas tentam se ajustar, mas enfrentam dificuldades


postado em 02/04/2020 04:00 / atualizado em 01/04/2020 23:24

Estadual Central fechado: governo do estado prepara conteúdo disciplinar para distribuir aos alunos se o isolamento se prolongar(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Estadual Central fechado: governo do estado prepara conteúdo disciplinar para distribuir aos alunos se o isolamento se prolongar (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Na situação inusitada do isolamento social, a criação de um modelo pedagógico se tornou desafio tão grande quanto o combate em si ao coronavírus. Diante de escolas fechadas por tempo indeterminado, a rede pública de Minas Gerais tem nas mãos a missão de encontrar solução para suas 3.613 escolas e cerca de 1,8 milhão de alunos, num território marcado por diferenças econômicas, sociais e culturais. Já a rede privada, diante do impasse entre aquelas que se valem ou não do recurso das aulas online, usa de sua autonomia para mobilizar os estabelecimentos a manter pelo menos algo em uníssono: o vínculo com as famílias.
 
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais informa que prepara estratégia para oferecer aos estudantes a possibilidade de acesso ao conteúdo das disciplinas, caso a suspensão das atividades escolares se estenda. Seja na pública ou na particular, pelo menos um ponto é comum: o que os pais estão vivenciando, não importa em qual nível de ensino, é totalmente novo. “Seja fundamental ou médio, ninguém nunca passou pela experiência das aulas online”, afirma a Sindicato das Escolas Particulares do Estado de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis.
 
Ela confirma que escolas não estão usando o ensino a distância como ferramenta, mas credita a situação às dificuldades de instituições e professores. “Cada escola está se organizado e é importante manter o vínculo com a família e a rotina de estudos do aluno. Tudo que está sendo proposto será incluído em planilha normatizada para prestação de contas das aulas. Quando elas voltarem, os colégios terão de apresentar esses resultados ao Conselho Estadual de Educação para validar o que ele mesmo concedeu, que é o ensino a distância”, explica. “Os componentes curriculares devem ser trabalhados de forma remota e serem documentados com metodologia adequada. Há pais com dificuldade, por exemplo, e para eles escolas estão fazendo um kit com atividades semanais, que ele passa e pega na porta. De uma forma ou outra, cada escola tenta suprir essa falta de aulas.”
 
Outra dificuldade de alguns estabelecimentos de ensino, segundo Zuleica, é a inaptidão para pôr conteúdos no ar ou falta de pessoal para fazê-lo. “Isso requer professores bem formados e estrutura adequada”, diz. Ela ressalta que toda a carga horária deverá ser cumprida, o que poderá ser feito em recessos e feriados.
 
Para os pequenos, nada é diferente. Atividades escolares devem ser passadas para serem feitas em casa, sobretudo em se tratando das crianças de 4 e 5 anos, cuja escolaridade é obrigatória. “A escola tem que proporcionar as condições para a rotina escolar e disponibilizar um canal para os pais ligarem e tirarem dúvidas. É primordial que neste momento a escola esteja ao lado das famílias.”
 
Sobre a cobrança de mensalidades, a presidente do Sinep considera não ser “hora para discutir” a questão, que toca numa cadeia de pessoas. “Escolas estão abertas para negociar, mas é preciso que os pais tenham paciência, confiem e deem crédito para ela mostrar que pode virar o jogo junto.”
 

Projeto prevê corte de 50% nas mensalidades


O colégio de líderes da Assembleia Legislativa analisa um projeto de lei que propõe que as instituições de ensino infantil, fundamental e médio de Minas sejam obrigadas a reduzir suas mensalidades em, no mínimo, 50%, durante o período de duração do plano de contingência da Secretaria de Estado de Saúde para o coronavírus. O PL 1.1746/20 é de autoria do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) e foi apresentado à casa na terça-feira.
 
Segundo o texto, caso o projeto seja aprovado, as unidades de ensino que tenham calendário escolar com previsão de recesso semestral deverão aplicar o desconto a partir do primeiro dia de suspensão das aulas. Além disso, o PL propõe vedar toda e qualquer cobrança sobre o envio eletrônico de atividades extracurriculares pelas instituições de ensino. O descumprimento das regras pelas instituições acarretaria multas, nos termos do Código de Defesa do Consumidor. Apesar de propor medidas para as instituições de ensino, o projeto exclui as universidades e faculdades.
 
Em sua justificativa exposta no corpo do projeto, o deputado Alencar da Silveira considera que, com a paralisação das aulas, as redes de ensino estão com as despesas reduzidas, como a manutenção do espaço, água, energia e alimentação de seus funcionários e alunos.
 
“A paralisação e a quarentena causam uma crise econômica que afeta a todos. A medida é uma tentativa de equilibrar e ajustar o sistema, de maneira a não propiciar que as escolas tenham um enriquecimento com essa medida, mas, ao mesmo tempo, que possibilite que as mesmas continuem funcionando, pagando seus funcionários e as despesas que não se alteram mesmo com a suspensão das aulas”, acrescentou.

TRAMITAÇÃO Em meio à crise de saúde no estado, os projetos determinados como caráter de urgência pelo colégio de líderes da Assembleia são diretamente enviados ao plenário, sem passar por comissões parlamentares, ritmo adotado normalmente.
Caso o caráter urgente da matéria seja aprovado pela maioria do colegiado, o projeto de lei será analisado em turno único no plenário. Além disso, o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), designará o relator, que terá até 24 horas para emitir um parecer sobre a matéria e propor emendas, se necessário. Até tarde de ontem, o projeto de lei não estava na pauta do plenário.
(Com Pedro Lovisi, estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho)



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