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Estado de Minas

Vale inicia transferência de rejeitos para cava da Mina Córrego do Feijão

A remoção e deposição adequada dos rejeitos favorece os trabalhos de buscas dos bombeiros que vasculham atrás de vestígios das vítimas da tragédia


postado em 04/03/2020 10:18 / atualizado em 04/03/2020 13:52

Mais de 9 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos foram despejados após o rompimento da Barragem B1, em Brumadinho(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Mais de 9 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos foram despejados após o rompimento da Barragem B1, em Brumadinho (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Começou no último final de semana a deposição de rejeitos de minério de ferro na cava da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, uma operação que foi liberada pelos órgãos ambientais após liberação do material pelos bombeiros e separação de detritos contaminantes e que deverá ser concluída até 2023, segundo expectativa da mineradora Vale

Mais de 9 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos foram despejados após o rompimento da Barragem B1, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro do ano passado. A operação, que promete mais segurança e menor impacto ambiental foi adiantada pela reportagem do Estado de Minas, em 26 de dezembro. No dia 28 de dezembro de 2019, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) autorizou a utilização da cava como destino final dos rejeitos. Enquanto isso, o material vinha sendo estocado na pilha de estéril que fica dentro do complexo.

Os rejeitos estão espalhados pelos 9,6 quilômetros de extensão do Ribeirão Ferro-Carvão e parte do leito do Rio Paraopeba. Os resíduos serão injetados na antiga cava da Mina Córrego do Feijão, uma depressão rochosa aberta na serra com capacidade para receber até 27 milhões de m3 de material, dentro do próprio complexo Minerário.

Antes de seguir para qualquer destino, os rejeitos removidos do vale do manancial atingido precisam ser vistoriados e liberados pelas equipes de bombeiros que ainda realizam as buscas pelos 11 corpos de desaparecidos de um total de 270 vítimas do rompimento. Em seguida, são transportados por uma estrada de terra de 3,6 quilômetros que foi criada a partir da antiga estrada de ferro operada no complexo.

Atualmente, mais de 1 milhão de rejeitos já vistoriados pelo Corpo de Bombeiros estão depositados na pilha de estéril.

A remoção e deposição adequada dos rejeitos favorece os trabalhos de buscas dos bombeiros que vasculham mais de 270 mil hectares atrás de vestígios das vítimas da tragédia. “A retirada do material para outro local de descarte vai liberar mais áreas para fazermos a secagem de rejeito, necessária dependendo da qualidade do material”, afirma o capitão Acácio Tristão Gouvea, chefe de operações da base dos Bombeiros em Brumadinho.

Para que a autorização fosse concedida à Vale, a Semad solicitou estudos hidrogeológicos, procedimentos de gestão de resíduos e monitoramento da cava. Entre as condições para a licença, válida por 10 anos, estão uma série de medidas de controle sobre a caracterização dos resíduos, o monitoramento das águas superficiais e subterrâneas, dos ruídos e de vibração. “A disposição na cava é considerada ambientalmente correta, pois, além de ser realizada em uma área tecnicamente segura, sem a necessidade de construção de barramentos, diques ou novas estruturas de contenção, é uma área antropizada (já descaracterizada pela ação humana), o que reduz o impacto ambiental, visual e facilita a recuperação da área, quando do seu descomissionamento (desativação, com recuperação ambiental)”, informa a Semad.
Ainda assim, a Vale afirma que todo o processo será constantemente acompanhado. "A companhia reforça seu compromisso em cumprir a legislação ambiental durante todo o processo, além de prestar contas periodicamente aos órgãos competentes".

O destino dos rejeitos é um drama que já representa mais de 4 anos de atrasos e até hoje não tem uma solução adequada depois de ocorrido o rompimento da Barragem do Fundão, em novembro de 2015, em Mariana. Até hoje não há exatamente um destino para os cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro que vazaram após o rompimento e inundaram o Vale do Rio Doce.


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