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Estado de Minas Tradição e fé

Santa Luzia resgata ritual do século passado em Folia de Reis

Tradição desaparecida há mais de seis décadas foi recriada com ajuda de fotos históricas da cidade de Grande BH


05/01/2020 04:00 - atualizado 04/01/2020 20:41

Recriação do cortejo do Bando, cavaleiros que guardam a bandeira dos Santos Reis, teve como referência fotos históricas de Santa Luzia(foto: Marcos Vieira/Em/D.A Press)
Recriação do cortejo do Bando, cavaleiros que guardam a bandeira dos Santos Reis, teve como referência fotos históricas de Santa Luzia (foto: Marcos Vieira/Em/D.A Press)

Uma tradição desaparecida há mais de seis décadas da paisagem barroca voltou ao Centro Histórico de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na tarde deste sábado (4). Como parte da 2ª Jornada dos Santos Reis, o Bando, formado por cavaleiros agora com 20 integrantes e que faz a guarda da bandeira dos Santos Reis, levou emoção – e despertou curiosidade – a moradores e visitantes que estavam na Rua Direita, com suas casas enfeitadas para a ocasião. Conhecida pelo Circuito de Presépios, com dezenas deles montados nas residências e milhares interessados em admirá-los no ciclo natalino, a cidade comemora antecipadamente o Dia dos Santos Reis. Neste domingo (5), véspera do Dia de Reis, tem a Festa da Epifania do Senhor, com missa na Serra da Piedade, em Caeté, também na região metropolitana.

As festas nas ruas, casas e igrejas para dar passagem à folia de reis, trazendo a tradição envolta em ritmos, cores e muita alegria, mostram a riqueza cultural de Minas Gerais, que, em 2020, celebra 300 anos de história, com a organização de seu território – em 2 dezembro de 1720, foi assinado o ato régio determinando a separação de Minas da Capitania de São Paulo.

O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) vai promover palestras, exposições, mesas-redondas e outras atividades para marcar o tricentenário. Em Minas, as folias de reis são patrimônio imaterial desde 2017, por decisão do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), constando dos registros do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG).

Para quem acompanhou os cortejos em Santa Luzia, foi um sábado intenso de história, cultura, religiosidade e beleza. A programação começou às 8h30, com a visitação aos presépios pelos grupos Folia de Reis do Paulo VI, da capital, e Pastorinhas, de Santa Luzia, que, simultaneamente, percorreram diferentes bairros da cidade. No roteiro, locais tradicionais, como o tricentenário Mosteiro de Macaúbas, onde foram recebidos por madre Maria Imaculada de Jesus Hóstia, e a comunidade quilombola de Pi- nhões.

(foto: ONG Solidariedade/Divulgação)
(foto: ONG Solidariedade/Divulgação)


Grupo das Pastorinhas conta com a orientação e participação de Cleusa da Conceição Batista, há mais de 60 anos revivendo a figura da cigana. Retornando às atividades em sua configuração completa, após interrupção de mais de duas décadas, o grupo conta em sua nova formação com a presença de mulheres da terceira idade do Amigos para Sempre.

Moradora do Bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de BH, a professora de inglês Marinez Soares Piper foi a Santa Luzia especialmente para ver as celebrações. “Adoro folia de reis, é uma manifestação cultural muito importante e enriquece Minas Gerais”, afirmou, na companhia da amiga Normanda Mendonça Lessa. Marinez gostou de ver o casario colonial, as igrejas e capelas.

O retorno das pastorinhas

“Estou realizando um grande sonho: o retorno das pastorinhas, em grupo, à nossa cidade”, contou Cleusa, sem esconder a emoção. Ela mesma faz as tranças que compõem o visual, retirando fibras de um vegetal chamado pita e depois tingindo-as de preto, num longo processo artesanal. Um dos momentos mais vibrantes da 2ª Jornada dos Santos Reis, promovida pela Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, começou no fim da tarde, quando as pastorinhas de Taquaraçu de Baixo e cavaleiros de diversas comitivas da cidade se reuniram com os demais grupos na Igreja Nossa Senhora do Rosário, partindo em cortejo para o Santuário de Santa Luzia.

Entusiasmado, e com base em pesquisas, incluindo fotos antigas, o presidente da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, Adalberto Mateus, disse que a recriação do Bando valoriza a história de Santa Luzia e de Minas. “O Bando era um grupo de cavaleiros que desfilavam na Rua Direita, chamando a atenção dos moradores para a festividade dos santos reis. Em 2020, ele é o responsável por conduzir e guardar a bandeira dos santos reis em cortejo.”

Comemoração antecipada do Dia de Reis, celebrado dia 6, reuniu grupos em cortejos por vários pontos da cidade da região metropolitana(foto: Marcos Vieira/Em/D.A Press)
Comemoração antecipada do Dia de Reis, celebrado dia 6, reuniu grupos em cortejos por vários pontos da cidade da região metropolitana (foto: Marcos Vieira/Em/D.A Press)


Durante a passagem do cortejo pela Rua Direita, os grupos homenagearam a primeira geração de luzienses responsáveis pela montagem de presépios na cidade a partir do início do século 20, incluindo dona Augusta Dolabella e Santina Dantas, lembradas em estandartes com os nomes e fotografias. O evento cultural teve apoio da ONG Solidariedade Todos Juntos Sempre, da Paróquia Santa Luzia, que tem à frente o padre Felipe Queirós, e prefeitura local.

Festa na Serra da Piedade

Neste domingo (5), às 11h, na Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH, haverá missa e apresentação de dois grupos com tradição, que são o Pastorinhas de Jaboticatubas e a centenária Folia de Reis de Justinópolis, em Ribeirão das Neves – ambos vão visitar presépio recém-inaugurado no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais.

Logo após a missa, na Basílica da Romaria, os peregrinos que participarão da Festa da Epifania do Senhor vão caminhar até a Ermida da Padroeira – Basílica Nossa Senhora da Piedade, no ponto mais alto do maciço, com uma parada para ver o presépio formado por imagens em tamanho natural, esculturas da artista Vilma Nöel. A obra passa a integrar o conjunto paisagístico do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade e poderá ser visitada, a qualquer momento do ano, pelos peregrinos.

Diante das imagens, os grupos vão entoar cânticos e fazer orações, em apresentação que une fé e cultura, numa referência à visita dos reis magos ao Menino Jesus, conforme a narração bíblica. A Festa da Epifania do Senhor, data especial em que o Menino Jesus foi apresentado ao mundo, é celebrada pela Igreja Católica no segundo domingo após o Natal. A palavra epifania vem do grego (epifáneia) e significa manifestação pública.

PROGRAMAÇÃO (domingo, 5 de janeiro)

Festa Epifania do Senhor
Serra da Piedade, Caeté
11h
Missa seguida de procissão entre as basílicas da Romaria e da Ermida, com os grupos Pastorinhas de Jaboticatubas e Folia de Reis de Justinópolis, em Ribeirão das Neves


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