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Estado de Minas CHUVAS

Número de mortos pela chuva em Minas sobe para 11, e mais temporais vêm por aí

Tragédia que vitimou pai, mãe e filha em cachoeira eleva para 11 número de óbitos da estação. Chuva nos primeiros dias de janeiro espalha prejuízos e BH entra em alerta de risco geológico


postado em 03/01/2020 06:00 / atualizado em 03/01/2020 07:41

No Anel Rodoviário de Belo Horizonte, queda de barranco na madrugada interditou uma das marginais e colocou em risco uma escola estadual(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
No Anel Rodoviário de Belo Horizonte, queda de barranco na madrugada interditou uma das marginais e colocou em risco uma escola estadual (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


O ano começa com a população de Minas Gerais contando mortes e prejuízos com a estação chuvosa. Com a tragédia em Guapé, no Sul do estado – onde pai, mãe e filha morreram arrastados pelo súbito aumento do nível na cachoeira em que aproveitavam o feriado de 1º de janeiro –, subiu para 11 o número de óbitos provocados por tempestades em cidades mineiras. E temporais nos dois primeiros dias de 2020 espalharam estragos por várias outras regiões. Na Zona da Mata, uma cratera engoliu um trecho da MG-447, carregando um carro, entre os municípios de Ervália e Coimbra. Ninguém se feriu, mas a estrada está interditada. Na Grande BH, o rastro de destruição se espalhou como consequência da chuva, com vias interrompidas, veículos submersos, transtornos para moradores e apagões de energia elétrica. Apesar dos danos, não houve vítimas, mas a capital está em alerta de risco geológico, e a previsão é de mais chuva, pelo menos até domingo.

Em Belo Horizonte, algumas regiões tiveram volumes consideráveis, como Venda Nova, que acumulou até as 18h de ontem 123,4 milímetros (37% da média de janeiro) e onde a Avenida Vilarinho inundou e precisou ser fechada. A Defesa Civil da capital declarou a cidade em situação de risco geológico, devido ao encharcamento do solo, que pode levar a movimentações de terra e abalos em estruturas. Há alertas de tempestade e ventos acima de 50 quilômetros por hora até as 8h de hoje.

Entre a noite de quarta e a madrugada de ontem, a Defesa Civil municipal acionou o protocolo de fechamento de duas vias importantes com histórico de alagamento: a própria Avenida Vilarinho e a Avenida Tereza Cristina, na Região Oeste. O grande volume de água causou o transbordamento do Córrego Vilarinho e as pistas permaneceram fechadas de 23h às 2h30 da madrugada. Pelo menos um carro foi arrastado pela enxurrada. A plataforma do metrô ficou alagada, o que prejudicou as viagens e lotou as estações. Pela manhã, a sujeira deixada pela enchente foi um problema para os passageiros, que tentavam evitar a lama na estação e ao longo da avenida. Era forte o cheiro de esgoto. 

A região com maior acúmulo de chuvas foi a Noroeste, com 129,4 milímetros até 18h (39% do mês). Foi lá que um trecho do Anel Rodoviário foi atingido pelo deslizamento de um barranco no Bairro Jardim Montanhês, justamente causado pela saturação de água no solo. A porção de terra desceu de uma altura de 12 metros para a marginal da rodovia por volta de 1h, bloqueando o tráfego no local.

A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e a Defesa Civil de BH fecharam o acesso, enquanto aguardavam a chegada de máquinas pesadas para a liberação da alça. Com o deslizamento, o muro e os fundos da Escola Estadual Benvinda de Carvalho perderam parte do terreno que os sustentava e técnicos ainda devem avaliar a segurança da unidade. A Secretaria de Estado de Educação avalia uma forma de garantir que a unidade tenha sua integridade assegurada.

Devido ao risco de outros desmoronamentos, a marginal de sentido Rio de Janeiro ficou interditada por 600 metros. O trânsito só foi liberado por volta das 11h. O deslizamento esparramou barro por 25 metros, atravessando a marginal e invadindo o canteiro central. Condutor de um automóvel tentou passar e o carro, um Mercedes, acabou atolado.

Alagamento

Na Pampulha, parte da Avenida Otacílio Negrão de Lima ficou alagada(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Na Pampulha, parte da Avenida Otacílio Negrão de Lima ficou alagada (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Na Pampulha, que registrou precipitação de 102,6 milímetros (31% do previsto para o mês), a chuva alagou a Avenida Otacílio Negrão de Lima, na altura do número 7.428, no Bairro Bandeirantes. Devido ao entupimento de um bueiro, uma porção assoreada da Lagoa da Pampulha voltou a ficar inundada.

Moradores da Pampulha também foram os que mais sofreram com falta de energia elétrica. Segundo a Cemig, vários pontos ficaram sem luz devido à queda de árvores e descargas atmosféricas. Cerca de 150 profissionais foram mobilizados e a maioria dos clientes teve o fornecimento restabelecido.

Em Betim, na Grande BH, o Bairro Bandeirinhas sofreu com enchentes depois de 140 milímetros de chuva em cerca de uma hora. Casas foram invadidas pela água que se acumulou de um córrego que está assoreado. Um carro foi arrastado por 50 metros e acabou no leito. Vizinhos se uniram para ajudar na limpeza em mutirões. A prefeitura acionou seu departamento de limpeza para remover detritos e lixo que ficaram espalhados depois que a água abaixou. * Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia

E vem mais chuva...


A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que a chuva continue a castigar a Grande BH ao menos até domingo. Frente fria que atua sobre Minas vai deixar o céu encoberto, provocando pancadas na região. O Inmet ainda alerta para chuvas com volume considerável durante todo o fim de semana, principalmente à tarde e à noite. As temperaturas devem variar entre 18°C e 25°C nesta sexta-feira. O fim de semana terá mínima de 18°C e máxima de 26°C na capital.


Mortes no período chuvoso 2019/2020

  • 22 de outubro – João Paulo Gonçalves dos Santos, de 29 anos, foi vítima de uma descarga atmosférica e, Januária, na Região Norte de Minas. Ele estava com a mulher, sentado em um banco, quando ocorreu o raio
  • 24 de outubro – Hilda Leandro de Jesus Silva, de 46 anos, foi atingida pelo tronco de um eucalipto às margens do Rio Sapucaí, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, durante temporal de granizo25 de outubro – Roberto Rodrigues do Vale, de 50 anos, resgatou o filho que caiu em um buraco aberto pela água dentro de uma casa em Viçosa, na Zona da Mata. Porém, ele não conseguiu sair e foi arrastado
  • 2 de dezembro – Bombeiros localizam em Sete Lagoas, Região Central de Minas, o corpo de Wagner Venâncio dos Santos, de 36 anos, motorista a serviço de aplicativo de transporte, que estava em um carro arrastado pela enxurrada durante temporal. O corpo da passageira que também estava a bordo, Maria Regina de Deus, de 60, foi localizado no dia seguinte, a um quilômetro e meio de distância.
  • 6 de dezembro – Devido às fortes chuvas em Muriaé, na Zona da Mata, Daniela Carla de Oliveira, de 41 anos, foi arrastada pela enxurrada no Centro da cidade, ficando submersa embaixo de um automóvel. Ela chegou a ser socorrida pelos bombeiros, mas não resistiu
  • 13 de dezembro – Gislei Andrade de Oliveira, de 37 anos, morreu ao ser arrastado pela enxurrada no carro em que estava, durante um temporal em Ibirité, na Grande BH. O homem chegou a subir no teto do veículo na Avenida Sanitária, mas caiu e só foi localizado pelos bombeiros sem vida
  • 23 de dezembro – Uma tempestade atingiu o Bairro Vale do Jatobá, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, de madrugada. Gilmara Silva Soares, de 22 anos, foi arrastada pela enxurrada. Localizada pelos militares parcialmente submersa, foi socorrida por equipes do Samu e Corpo de Bombeiros, mas não resistiu.
  • 1º de janeiro – Emerson Luís de Magalhães Couto, de 45 anos, Áurea Carvalho Magalhães Couto, de 39, e a filha do casal, Dafhine Carvalho Magalhães Couto, de 17 morreram ao ser surpreendidos pelo súbito aumento da correnteza em uma cachoeira no Parque Ecológico do Paredão, na cidade de Guapé, no Sul de Minas. Eles foram arrastados pela imensa força da água e localizados já sem vida por bombeiros.

Em investigação

  • 18 de novembro – Aurélio Pereira de Jesus, de 33 anos, morreu durante a chuva no Bairro Santa Mônica, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O corpo foi encontrado no dia seguinte, em um córrego, mas as circunstâncias da morte ainda não estão claras.
Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec)/Defesa Civil Municipal de Belo Horizonte

Corpos de pai, mãe e filha são sepultados

Violência da água surpreendeu banhistas em Guapé (foto: Whatsapp/Reprodução)
Violência da água surpreendeu banhistas em Guapé (foto: Whatsapp/Reprodução)

Foram sepultados ontem em Campos Gerais, no Sul de Minas, os corpos de Áurea Carvalho Magalhães Couto, de 39 anos, Emerson Luís de Magalhães Couto, de 45 e da filha do casal, Dafhine Carvalho Magalhães Couto, de 17, mortos na tragédia em uma cachoeira em Guapé, município distante cerca de 100 quilômetros, na mesma região. A família aproveitava o feriado de 1º de janeiro em uma das quedas d'água do Parque Ecológico do Paredão, quando uma tempestade atingiu as cabeceiras do córrego, aumentando a correnteza em poucos segundos e pegando de surpresa vários banhistas.

O fenômeno natural conhecido como cabeça d'água transformou a cachoeira muito frequentada por turistas em um turbilhão de águas violentas, provocando pânico entre visitantes. Informações iniciais que davam conta de cerca de 30 desaparecidos levaram à mobilização de militares do Corpo de Bombeiros de várias cidades da região e ao deslocamento do coordenador-adjunto da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Flávio Godinho, para Guapé.

Depois dos esforços e de informações desencontradas que chegaram a confirmar cinco óbitos, os bombeiros resgataram os corpos de pai, mãe e filha, ainda na noite do dia 1º. Após novas buscas na manhã de ontem, militares constataram que não houve mais vítimas nem restaram pessoas desaparecidas.

A tragédia eleva para 11 o número de óbitos da atual estação chuvosa. Autoridades ainda investigam as causas da morte de um homem durante temporal em Venda Nova, em BH, em 18 de novembro.


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