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Estado de Minas

Saiba detalhes de segunda ofensiva em 10 dias contra organização criminosa em Minas

Operação da Polícia Civil foi realizada nesta quinta-feira contra uma quadrilha que age dentro e fora dos presídios. Investigações apontaram que detentos faziam teleconferências de dentro das cadeias


postado em 03/10/2019 19:57 / atualizado em 03/10/2019 20:07

(foto: Polícia Civil/Divulgação)
(foto: Polícia Civil/Divulgação)

A Polícia Civil de Minas Gerais realizou, nesta quinta-feira, uma grande operação, com ações simultânea em 10 cidades do Norte de Minas e do Triângulo Mineiro, além de dois municípios do Paraná. Foram presas oito pessoas e cumpridos mandados de prisão preventiva contra mais de 30 indivíduos que estavam trancafiados. Foi feita, ainda, a transferência de 11 detentos para presídios federais. O objetivo é desarticular a maior organização criminosa do país, surgida em São Paulo, e que, de dentro dos presídios,  comanda os crimes como tráfico de drogas, roubo de cargas e homicídios, atuando também em países vizinhos como Bolívia, Paraguai e Colômbia.

A operação, que mobilizou cerca de 100 policiais, foi a segunda ofensiva do sistema de segurança contra o crime organizado no estado em menos de 10 dias, no Norte do estado. Numa  grande operação realizada pelas Policias Militar de Minas Gerais e da Bahia, com apoio da Polícia Federal,  entre 25 de setembro e primeiro de outubro, foi desarticulada uma quadrilha que pretendia atacar carros-fortes e caixas eletrônicos na região.  Nove criminosos foram mortos em confrontos com as forças policiais. Após seis dias de perseguição e confrontos, dois integrantes do bando se entregaram e foram presos. A ação criminosa contava com a participação de homens vinculados e patrocinados por facções criminosas da Bahia, são Paulo e Ceará.

As investigações que resultaram na operação desta quinta-feira foram iniciadas em janeiro, após a interceptação de uma carta que partiu da Segurança Máxima de Francisco Sá. No documento,  detentos perigosos ameaçavam encomendar as mortes de cinco agentes penitenciários, contra o endurecimento das regras de disciplina.

De acordo com o delegado Alberto Tenório, que coordenou os trabalhos em conjunto com outros três delegados de Montes Claros, a partir da descoberta da carta, foram investigadas outras ações de integrantes da facção criminosa que age nos presídios. Ao longo de seis meses, com autorização da Justiça, foram interceptadas e analisadas cerca de 34,6 mil  ligações feitas por celulares, sendo monitoradas conversas entre detentos da Penitenciária Máxima de Francisco Sá, do Presídio Regional de Montes Claros e das cadeias de Umuarama e Cruzeiro do Oeste, no Paraná.

Teleconferência de presos


Nas escutas autorizadas pela Justiça foi identificada uma nova forma de comunicação criada pela organização criminosa, um sistema de “teleconferência” , com a participação de 25 detentos em presídios em diferentes partes do país, notadamente em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. “Nas teleconferências, os detentos iam repassando mensagens entre eles, tentando articular respostas às determinações das direções dos presídios para o reforço das ações de segurança”, informou Tenório.

Segundo ele, foram descobertas ordens repassadas pelos líderes da facção para outros detentos, sendo descobertos diversos crimes como tráfico de drogas, roubos de cargas, assaltos, corrupção de menores e corrupção ativa e passiva. Um fato que chamou atenção dos investigadores foi um roubo de uma grande carga de fertilizantes, avaliada em R$ 5 milhões. O caso foi registrado recentemente em Uberlândia, no Triângulo. Foi descoberto que a ação criminosa foi comandada por homens recolhidos em um presídio da cidade que receberiam grande parte da venda das mercadorias roubadas. Os autores foram identificados e já estão presos. Ações são feitas para recuperar a carga.

Um dos alvos da operação desta quinta-feira foi um homem, morador do Bairro Vera Cruz, em Montes Claros, que foi preso. Há algum tempo, ficou tetraplégico, ao ser alvejado na coluna em uma trocas de tiros com a polícia. De acordo com as investigações, mesmo com a limitação física, o homem fazia a venda,  a compra e a distribuição de drogas para um detento do presídio local e para um outro elemento altamente perigoso, que está detido em Francisco Sá.

Durante a operação, 11 integrantes da organização criminosa deixaram a Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá e foram transferidos para presídios federais não revelados, por questão de segurança. Sob um forte esquema de segurança, com a escolta de um helicóptero, eles foram levados até Montes Claros, de onde seriam transferidos em uma aeronave para prisões federais.


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