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Estado de Minas

Criança grita ao ver o pai bater na mãe e agressor é preso em Belo Horizonte

Mulher foi agredida, sofreu fraturas no rosto e ficou desacordada. Filho de 3 anos gritou por socorro


postado em 12/09/2019 18:10 / atualizado em 12/09/2019 18:46

Delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, explicou sobre os casos de violência doméstica(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, explicou sobre os casos de violência doméstica (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

Os gritos de uma criança de 3 anos foram o suficiente para salvar uma vítima de violência doméstica. Após uma sequência de agressão moral, verbal e psicológica, uma mulher de 33 anos sofreu graves agressões físicas do ex-companheiro, de 27. O caso ocorreu em 22 de agosto, nove dias após ele ter deixado a prisão. De acordo com a polícia, ele estava preso por furto e tinha outras passagens por roubo e tráfico de drogas. Nesta quinta-feira, ele foi preso preventivamente pela tentativa de feminicídio.

A mulher foi agredida na própria casa com chutes, que a deixaram desacordada. O filho do casal começou a chorar e a gritar pedindo socorro. Foi então que uma vizinha ouviu e ajudou a vítima. A mulher sofreu fraturas na face e precisou ser levada para um hospital.

Quebra do ciclo de violência

De acordo com a delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, o importante a ressaltar é a quebra do ciclo da violência doméstica. Neste caso, por exemplo, a mulher vinha sofrendo diversas agressões que não eram físicas, mas necessitavam de atenção.

“Foi um caso grave que iniciou com agressões verbais. Após o filho ter gritado muito por socorro, os vizinhos acionaram a polícia e a vítima não chegou a óbito”, explicou a delegada. Apesar de a vítima informar que eles não tinham mais um relacionamento, o filho aproximava os dois. “A peculiaridade desses certos tipos de crime é que a mulher tem dificuldade de romper por se sentir culpada, desamparada financeiramente e psicologicamente.”

Para a delegada, a interferência de outras pessoas pode ser fundamental para preservar a vida da vítima. “Qualquer vizinho pode acionar a polícia e em determinados casos é fundamental para garantir a integridade dessa mulher”, disse. “A gente precisa que a vítima tenha ciência que a violência contra a mulher não é só física”, completou.

A Polícia Civil ainda vai concluir o inquérito e enviar ao judiciário.

Como denunciar

Delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, contou como denunciar(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, contou como denunciar (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
A delegada afirmou que a Polícia Civil vem trabalhando de forma intensa em defesa da mulher. A Delegacia da Mulher, que fica na Av. Barbacena, 288, Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte tem atendimento 24 horas

“Nos casos de violência contra a mulher, ela tem que se sentir amparada e acolhida. A Polícia Civil tem equipe de plantão inclusive com atendimento psicológico para dar amparo às mulheres”, contou.

Outra forma de denunciar é pelo Disque-Denúncia. Basta uma ligação para o 180 para acionar a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, composta por diversos órgãos públicos.

Medida protetiva

A Polícia Civil acredita que a melhor forma de interromper a violência é não se calar. A solicitação de medida protetiva, por exemplo, é uma ação defendida pelas autoridades.

“Atualmente o descumprimento da medida protetiva por si só pode levar o agressor a uma prisão em flagrante. E inafiançável, inclusive”, afirmou a delegada. “As mulheres não estão sozinhas, tem toda uma rede de amparo.”
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Vera Schmitz. 


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