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Estado de Minas

Confira a escalada de ataques e mortes na onda de violência que assombra mulheres em Minas

Depois de assassinar a facadas a ex-namorada e a mãe dela na frente de criança de 2 anos, agressor golpeou o próprio pescoço nessa quinta-feira, em Coromandel. Duplo feminicídio se soma a outros 41, registrados entre janeiro e abril no estado


postado em 10/05/2019 06:00 / atualizado em 10/05/2019 07:52

Com as mortes de Andréa, de 55 anos, e de Iasmin, de 20, o filho da jovem foi entregue a conselho tutelar(foto: Facebook/Reprodução)
Com as mortes de Andréa, de 55 anos, e de Iasmin, de 20, o filho da jovem foi entregue a conselho tutelar (foto: Facebook/Reprodução)

Uma mãe e seus dois filhos mortos pelo ex-padrasto deles em abril. Uma jovem e a mãe dela assassinadas, novamente vítimas de um ex-companheiro, ontem. A violência doméstica máxima, executada sempre com o mesmo modus operandi, continua chocando Minas Gerais por meio do ódio impulsionado pelo machismo.

No último caso, Iasmin Machado Santos de Campos, de 20 anos, foi assassinada a facadas pelo seu ex-namorado, Cristóvão José da Costa, de 21, na cidade de Coromandel, no Alto Paranaíba. A mãe dela Andréa Machado dos Santos Braga, de 55, também perdeu a vida no ataque ocorrido diante dos olhos de uma criança de apenas 2 anos, filho de Iasmin. Em números, as agressões contra a mulher e sua consequência limite – a morte da vítima – chamam ainda mais a atenção: só neste ano, até abril, a Polícia Civil registrou 41 feminicídios em Minas Gerais. Dados parecidos com os do mesmo período do ano passado, quando a corporação computou 42 ocorrências deste tipo.

O caso de ontem chocou a cidade de Coromandel. De acordo com a Polícia Militar, a corporação foi acionada por vizinhos que relataram ter visto uma mulher correndo na rua pedindo socorro. Quando chegaram, os militares viram o autor do crime, Cristóvão José da Costa, no local. Imediatamente, o agressor começou a se golpear no pescoço com uma faca, tentando suicídio. Até o fechamento desta edição, o ex-namorado de Iasmin estava internado em estado grave em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Ainda segundo a PM, o crime, que terminou com as duas mulheres mortas, teria sido presenciado por uma criança de apenas 2 anos. O garoto é filho de Iasmin, mas não de Cristóvão. Ele estava em estado de choque e foi entregue ao Conselho Tutelar da cidade. Quando a polícia chegou ao local, Iasmin estava caída na rua, já sem vida, ferida com diversos golpes de faca.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso já está sendo investigado e o principal suspeitos já foi detido para apuração dos fatos. “Testemunhas estão sendo ouvidas e diligências realizadas para o esclarecimento do ocorrido. Levantamento de informações estão em andamento para avaliar se o suspeito será indiciado por homicídio duplo por motivo fútil ou se será enquadrado no crime de feminicídio. Outras informações não serão repassadas no momento para não atrapalhar os trabalhos policiais”, diz o texto.

O caso de Almenara lembra outro ocorrido em 22 de abril, no Bairro Universitário, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Tchaikovsky Mourão atirou contra a ex-companheira Élida Maria Seabra, de 58, e os dois filhos dela: João Pedro Seabra Anísio, de 26, e Paulo Henrique Seabra Anísio, de 24. Os três morreram dias depois da ocorrência, enquanto o autor perdeu a vida no mesmo dia do ataque, carbonizado, depois de colocar fogo na casa da família. O engenheiro eletricista estaria revoltado com o término do relacionamento com Élida.

De acordo com a Polícia Civil, a Região Metropolitana de Belo Horizonte concentrou cerca de 27% das ocorrências de feminicídio no estado entre janeiro e abril deste ano. Foram 11 mulheres mortas nesse tipo de crime. Em 2018, no mesmo intervalo de tempo, houve sete ocorrências. Os feminicídios tentados chegam a 64 desde janeiro.

APOIO
Para diminuir o número de crimes contra a mulher, a Polícia Civil vai inaugurar, na quarta-feira, o Núcleo Especializado em Investigação de Feminicídio. O complexo será responsável pela apuração dos crimes do tipo e integrará a Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida, instalada no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Bairro São Cristóvão (Região Nordeste). A unidade contará com uma delegada, um escrivão e três investigadores.

Outro objetivo do núcleo gira em torno do suporte dado aos familiares depois dos casos de violência. Isso porque as ocorrências, geralmente, resultam na prisão do homem e na morte da mulher, o que deixa diversas crianças sem o amparo ideal.

 

VIOLÊNCIA CONTRA ELAS
Confira as estatísticas de feminicídios em Minas Gerais

Consumado
Mês    2018    2019
Janeiro     9    11
Fevereiro     9     10
Março     13     8
Abril     11     12
Total    42    41

Tentado

Mês     2018     2019
Janeiro     21     18
Fevereiro     21    17
Março    21    15
Abril    25    14
Total     88    64

Fonte: Polícia Civil de Minas Gerais


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