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Estado de Minas

Mais da metade dos municípios mineiros estão em risco ou alerta para surto de dengue

Doença já provocou duas mortes neste ano no estado, que ainda investiga 18 óbitos, três deles na capital. Alerta da Secretaria de Saúde engloba 56,6% dos municípios


postado em 13/03/2019 06:00 / atualizado em 13/03/2019 07:59

Agente inspeciona residência em BH: 81% dos criadouros de larvas do Aedes aegypti estão em casas(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 17/1/19)
Agente inspeciona residência em BH: 81% dos criadouros de larvas do Aedes aegypti estão em casas (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 17/1/19)


A dengue assombra a população mineira há anos, mas medidas de prevenção parecem não surtir efeitos – ou estão sendo negligenciadas. Prova disso é que é o resultado do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Liraa), divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). O estudo mostra que 56,6% dos municípios estão em situação de risco ou em alerta para a possibilidade de surto. Entre eles, Belo Horizonte. Enquanto isso, os efeitos se espalham em ritmo acelerado. Duas mortes foram confirmadas, sendo um morador de Betim, na região metropolitana, e outro de Uberlândia, no Triângulo. Outros 18 óbitos de febre hemorrágica, critérios em que se enquadram os casos de dengue, seguem em investigação, sendo três na capital mineira.

O número de casos prováveis, que engloba os confirmados e os suspeitos, já ultrapassa 44 mil – superior ao registro nos últimos dois anos no estado. Nos próximos dois meses, o número de notificações historicamente aumenta. A incidência é de 209 registros por 100 mil habitantes, o que, segundo a SES, é considerado médio. “O número de casos prováveis de dengue segue o mesmo padrão de 2010. Naquele momento, era o ano com maior número registrado na série histórica do estado. Mas essa intensidade foi posteriormente superada em 2013 e em 2016”, explicou a SES.  Para a SES, a situação é de alerta.  Neste ano, as contaminações só aumentam. Já são 44.230 casos prováveis registrados.

O levantamento de índice rápido foi realizado em janeiro. O resultado mostrou preocupação. Dos 853 municípios mineiros, 803 enviaram informações sobre o estudo. Destes, 129 cidades tiveram índices maiores que 4%, o que é considerado situação de risco para ocorrência de surto. A porcentagem indica que, de cada 100 imóveis pesquisados, em quatro foram encontrados focos do mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, transmite os vírus da zika e da febre chikungunya. Em outros 354, o índice ficou entre 1% e 3,9%, o que indica situação de alerta. Já 320 municípios apresentaram valores até 0,9%.

Houve aumento considerável em relação ao último levantamento, de outubro. Na ocasião, dos 853 municípios mineiros, 819 enviaram informações ao governo. Em 60 deles, o índice foi superior a 4%. Em outros 288 municípios, ficou entre 1% e 3,9%. Foram encontrados diferentes criadouros do Aedes aegypti, como reservatórios de água em 189 cidades. Já os depósitos domiciliares, que também servem para os mosquito depositar suas larvas, estavam em 203 localidades, e o lixo, em 194.

Belo Horizonte está entre as cidades em situação de alerta. Foram registrados 472 casos de dengue. Três mortes por febre hemorrágica estão sendo investigadas. “Não podemos dizer ainda se é dengue, e se a pessoa contraiu a doença dentro do município”, comentou o subsecretário municipal de Promoção e Vigilância em Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta.

O Liraa em 2,6% indica que, de cada 100 imóveis, em quase três foram encontrados focos do mosquito Aedes aegypti. De acordo com Pimenta, o estudo serviu para nortear as ações no município.

“O resultado mostra uma fotografia em janeiro. Então, utilizamos os dados de maneira apropriada para direcionar as ações de rotina para aqueles locais onde o Liraa demonstrou índice maior”, explicou. 

CONTROLE DOMÉSTICO
Segundo o subsecretário, 81% dos criadouros estavam nas casas ou nos seus arredores. “Em linhas gerais, o criador mais frequente em janeiro foram os inservíveis, que são potes de iogurtes, copos descartáveis, embalagens, marmitex.  Depois, foi o prato de vaso de planta, seguido dos recipientes domésticos, que são os regadores que ficam no quintal com água, panelinha usada como bebedor de animal, entre outros”, detalhou.


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